1/20 Presidente do Conselho Federal de Medicina não só reitera a falta de posicionamento acerca do tratamento precoce, como acusa cientistas sem condições técnicas de cobrar da instituição uma posição clara.
Vamos saber mais sobre isto?
Segue o fio 🧶
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Pois bem, primeiro sobre os Conselhos: qual sua função?
Os conselhos funcionam como entidades que regulamentam, fiscalizam e disciplinam as profissões. Representam a classe profissional, mas também atuam para uma boa prática em relação à sociedade. Quer um exemplo?
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3/20
No site da @Medicina_CFM consta como papel da instituição:
Palavras como *fiscalizar e normatizar* a prática médica e *garantir a defesa da saúde da sociedade de maneira digna e competente*
Nos parece que exigir que a CFM se posicione quanto a um tratamento que não tem+
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eficácia passa longe de pertencer a "grupos ideológicos". O presidente da CFM desqualifica cientistas e divulgadores que têm, constantemente, estudado, pesquisado e atuado na produção de conhecimento científico no Brasil e no mundo, bem como tem buscado dialogar com a +
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sociedade para que compreendamos melhor esta doença.
Ao observar Visão, Missão e Valores do CFM encontramos *ético e técnico no âmbito da prestação de serviços médicos*, bem como *assegurar, defender e promover o exercício legal da medicina, as boas práticas da profissão, o+
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respeito e a dignidade da categoria, buscando proteger a sociedade de equívocos da assistência decorrentes da precarização do sistema de saúde*
Além disso, o estatuto da categoria assegura a possibilidade de atuar como reguladora do ato médico e das práticas da medicina +
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tal como consta no Art.10, Inciso XX e Inciso XXI.
É função dos conselhos definir os limites da profissão e suas responsabilidades.
Defender autonomia não é dizer que tudo vale, mas defender que seus profissionais tenham CONDIÇÕES de atuar conforme preceitos legais, +
8/20
a partir dos pressupostos e bases de sua profissão.
A Medicina, tal como qualquer área da saúde, deve pautar-se em posturas científicas. E a defesa dos profissionais é a defesa da sociedade. Apontar que o uso de tratamento precoce ainda é dúbio e sem comprovação científica+
9/20
coloca em xeque não o trabalho de divulgadores científicos e cientistas, mas o próprio funcionamento da ciência e as cobranças INTERNACIONAIS que, recentemente, geraram a resposta acerca da cloroquina e hidróxicloroquina, publicada pelo próprio autor do estudo original como+
10/20
adulteração de resultados.
Esta publicação é um escárnio acerca do que vem sendo o papel de cientistas sérios e competentes no Brasil e como divulgadores científicos responsáveis e éticos têm atuado. ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/P…
11/20
A cobrança não é demasiada, é função SIM da sociedade cobrar posturas de entidades profissionais.
se a @Medicina_CFM indica e regulamenta a aplicação de vacinas, qual a razão de não contraindicar tratamentos ineficazes?
12/20
outro ponto da coluna fala sobre a politização criminosa entre apoiadores e críticos do governo.
Não é trivial a discussão acerca da profissionalização da saúde e capacidade técnica, tal como afirma o autor do texto. Tanto não é, que há décadas atrás tivemos um debate +
13/20
gigantesco acerca da profissionalização, com o chamado "ato médico" que restringia determinadas ações a um ou outro tipo de profissional em função de sua FORMAÇÃO e COMPETÊNCIA para agir nas áreas de saúde.
Ao afirmarmos que médicos não são cientistas por formação não +
14/20
ofendendo a classe. Apenas afirmando que *cientista* (assim como temos defendido para a divulgação científica) é uma profissão que precisa de *FORMAÇÃO PROFISSIONAL ESPECÍFICA* que não se restringe à graduação, por exemplo.
Afirmar que "autodenominamo-nos" cientistas +
15/20
desmerece mais a compreensão do que é um processo formativo do que as pessoas que são cientistas e divulgadores.
É fundamental que nós defendamos sim a sociedade da desinformação e que cobremos posicionamentos - isso diz respeito à qualquer profissional que venha agindo +
16/20
à revelia de preceitos científicos e coloque em risco a população e os indivíduos atendidos por profissionais da saúde.
Grande parte dos profissionais que pesquisam sobre a saúde não são médicos, muitos, inclusive, não se restringem ao campo das áreas biomédicas +
17/20
a saúde, segundo a OMS, não é ausência de doença, mas estado de "bem estar social e mental", se envolvermos os determinantes sociais das doenças, também precisamos da compreensão de processos educativos e sociais para entender o adoecimento individual, populacional e +
18/20
social, precisamos de várias áreas trabalhando em conjunto.
não restringindo-se às áreas biológicas e médicas.
Argumentar a partir de preceitos científicos, não é opinião, tal como dito na coluna da @folha
Ciência pode e deve ser debatida abertamente. E é isto que temos+
19/20
feito cotidianamente nas redes sociais. A ciência e a divulgação científica seguirão nesta luta pela ética e pela responsabilidade profissional em tudo o que fazemos. Este é nosso papel e não deixaremos de atuar para que a sociedade entenda sobre a doença e fique segura
20/20
Rezende, Maria Thereza Mendonça C. de. (2007). O papel social dos conselhos profissionais na área da saúde. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 12(1), VIII-X. doi.org/10.1590/S1516-…
Educação, ciência, divulgados podem ser ideais de vida, mas não só podem ser encarados como PROFISSÃO, como DEVEM ser vistos assim.
Divulgação científica, Sala de aula, laboratório não são espaços que se ocupam por dom. A gente não nasce pronto. Nós nos formamos para isso+
E é exatamente por fazermos formação que sabemos que é TRABALHO. Bem melhor nem pior que ninguém. Mas é por sabermos que é formação e trabalho que batalhamos para que se entenda assim, pois isso também possibilita outras pessoas de buscarem este caminho. Como assim?
Ora, se não é dom, é aprendizado, quer dizer que TODOS tem capacidade de seguir uma trajetória científica. Não é - e não pode ser - exclusividade de quem já nasceu com a vida feita e pode fazer montando seus próprios meios e ignorando o quão privilégio ainda é este espaço +
1/n Notas sobre a sobrecarga na pands:
Hoje eu recebi uma ligação pq não tinha respondido um email importante (pq eu não considerei importante, na verdade).
Revi meus emails não lidos e eu tinha cerca de 400 emails no último mês, revisei todos e fui respondendo e apagando+
2/n nestes emails tinha: meet-recordings, registros de aulas, listas docentes (do IB, das 3 pós que estou), do Slack, do SIGA (registros da Unicamp de bancas e calendários), da secretaria de graduação, de alunos com perguntas aleatórias, de comissões que participo, etc.
+
3/n Considerando que eu:
- tenho 5 disciplinas na graduação
- 2 disciplinas na pós (que iniciaram em novembro)
- coordeno o blogs de ciência da unicamp - e com atenção dedicada ao especial da covid-19
- tenho 10 orientandos de pós graduação
(continua, sim...) +
1/n O @rodaviva hoje trouxe um formato diferente, com 3 personalidades para falar da #vacina para a #COVID19
Acho que foi, sem sombra de dúvidas, um dos melhores programas da história do #RodaViva
Mas eu gostaria de destacar o quanto se falou de prioridades e desinformação+
2/n Estes pontos me parecem centrais em tudo o que tem sido feito com qualidade contra a Covid-19. Seja no campo da comunicação científica, seja na produção científica.
E digo isto em função de a ciência e a Divulgação científica estarem (SIM) sendo atacadas em nosso país,+
3/n Mais do que um fio vitimizando cientistas e divulgadores, a questão é o quanto isto fragiliza contratos sociais FUNDAMENTAIS neste momento e reforça ainda mais uma necropolítica absolutamente intencional.
As palavras da Margareth Dalcomo, neste sentido, são fundamentais+
1/4 @binerighetti pergunta sobre a obrigatoriedade da vacina @dogarrett fala sobre a necessidade de discutirmos a responsabilidade e a necessidade de comunicação por parte do governo, etb transparência e honestidade para a população entender o q está tomando #RodaViva@rodaviva +
2/4 @dogarrett vai na jugular: é preciso comunicação direta e apoio de pessoas que influenciam diretamente a população para ajudar na segurança @veramagalhaes traz a questão da vacina CoronaVac e #DimasCovas responde sobre o quanto as vacinas tem seus insumos produzidos na China+
3/4 como TODAS as vacinas!
Reafirma o perfil de segurança.
As questões voltam-se novamente pela desinformação vinda do executivo nacional! Isso segue sendo INADMISSÍVEL!!!
É preciso mais seriedade e compromisso com a nossa população e com a CIÊNCIA, sempre! #RodaViva