Se você defende que empresas privadas não podem comprar vacinas, você tem que defender que o Bolsonaro vai sim conseguir vacinar o Brasil direitinho.
Porque se você acredita que o Bolsonaro não vai, e que empresas também não pode, sua posição é: não pode ter vacina.
De qualquer forma, empresas e pessoas privadas deveriam poder comprar a vacina e distribuir como bem queiram. É uma questão de direitos básicos.
Mas é curioso ver argumentos contra isso dizendo "é o estado/sus que deveria fazer".
Ele não vai.
Esse caso é uma típica Falácia do Nirvana (comparar a realidade com a perfeição)
"Ah mas o estado/sus perfeito deveria fazer isso".
1) Ele não existe e não vai 2) O que temos hoje é o governo e estado atuais.
Compare "empresas" com "o estado do Brasil hoje"
Comparar "empresas" ou qualquer coisa com "o estado perfeito com o presidente que eu amo perfeito que nunca erra e tudo dá certo sempre" não é um argumento sério.
"Ah mas o estado deveria"
Repita comigo: ele não vai.
Não tem nenhum incentivo pra isso, não tem histórico de fazer isso, as pessoas nele não tem capacidade pra isso.
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1) Bancos Centrais transformaram bolsas em bolhas ao longo dos últimos ~30 anos, gerando várias crises.
2) Em 2020 com o coronavoucher americano, juros zero e nada para fazer, muitos americanos entraram na bolsa tentando fazer fortunas.
3) Começou um meme de trading maluco, puxado por algumas pessoas que alimentavam isso. Todos pareciam ganhar porque Bancos Centrais estavam bancando a bolha via massiva impressão de dinheiro.
4) Nesses últimos dias, algumas pessoas em fóruns começaram a combinar operações.
Essas operações são relativamente simples, desenhadas para explodir fundos que estão apostando na queda de empresas, pois esse é um tipo de operação relativamente frágil
5) Funcionou, e alguns fundos se ferraram em bilhões.
Não é o gasto do governo federal com leite condensado que é absurdo.
Qualquer gasto estatal tem absurdos do tipo. É só que o de alfafa, leite condensado e chantily é óbvio e fácil de entender pra todo mundo.
Algumas semanas atrás eu estava falando sobre ter pego uma licitação que pagava 78 reais de aluguel num cartão de câmera que custa 60 reais pra comprar, por exemplo.
Levou 3 minutos pra achar.
E não é só nas coisas pequenas. Tudo tem isso. Obras, salários, benefícios, setores inteiros.
Só que quase ninguém olha isso, sabe procurar um pouco melhor ou entende o custo real das coisas.
Em resumo, os termos que o Brasil recusou: 1) Garantia de pagamento 2) Arbitragem externa 3) 2 milhões de doses 4) Sem penalidade caso atrase 5) Assinar termo isentando de responsabilidade.
1) Garantia de pagamento é óbvia. Que garantia a Pfizer ou qqr empresa tem que o Brasil vai de fato pagar?
2) Arbitragem. Digamos que um problema ocorre, vai a justiça brasileira julgar isso? O STF? O acusador também seria juiz? Óbvio que não seria um julgamento justo.
Eles tem o mito fundador, o famoso contrato social que ninguém viu ou assinou.
Tem os decretos de fé, como afirmar que saúde e educação não são mercadorias.
Tem os falsos curandeiros, que alegam milagres, prometendo que dessa vez vão fazer congelamento de preços funcionar.
Tem os contos, todas as histórias onde tinha um problema e o estado resolveu, e é pra você acreditar sem questionar mesmo que não façam sentido.
Tem uma forma de pecado original, que é a ideia de que você é um ser burro, canalha e incapaz, que precisa ser minuciosamente regulado e controlado para o seu próprio bem.
Sua existência é uma sujeira. O estado é a salvação.