Esse BBB realmente virou o espetáculo do grotesco, da violência e dos microfascismos que as "esquerdas/progressistas" secretam cotidianamente, pior, secretam utilizando as "boas causas" como desculpa.
Nada melhor do que ter uma boa causa como desculpa para exercer, secretar todo tipo de violência que costumamos atribuir ao que supostamente estão do outro lado do muro do espectro político.
O pior de tudo é que isso, esse espetáculo grotesco, esse massacre, é o cotidiano das redes sociais. Qualquer um que não chegou ontem aqui já deve ter visto centenas de episódios semelhantes.
O problema do fascismo enquanto identidade é que ele nubla os fascismos que nós mesmos vomitados cotidianamente. O fascismo, o microfascismo, não é uma exclusividade desse ou daquele campo, dessa ou daquela identidade, muito pelo contrário.
Toda essa idiotização do debate político, essa corrupção de conceitos que assola as redes sociais é um sintoma: basicamente eles vão, pouco a pouco, se tornando palavras vazias, justificativas, desculpas para secretar fascismos (microfascismos).
Causas políticas fundamentais e urgentes são esvaziadas em nome de uma mentalidade violenta, de salamaleques de poder. Em última instância impedindo qualquer mobilização coletiva, favorecendo o voluntarismo, pior, o personalismo.
Bolsonaro, Trump, Nova Direita, eles não são a origem de nada, são apenas manifestações superficiais de um fascismo transversal que aflige o nosso próprio projeto de sociedade.
E todos estamos sujeitos a isso, não importa a posição no campo, no corpo, no cosmos. Ninguém, nenhuma luta, nenhuma existência está imune. Por isso é fundamental estar sempre à espreita.
E se te tem um efeito que as redes sociais tiveram sobre o debate político foi justamente esse: por sua velocidade, pela forma como a informação é difundida, pela própria beligerancia do espaço, perdemos completamente a arte de estar à espreita (e esse era um ponto fundamental).
No lugar da "espreita" enquanto performance necessária, instituimos a "paranóia". O problema está sempre no outro. E aí que vem o ponto, o outro também tem um outro. Logo, se não dispomos de uma perspectiva divina para determinar o jogo, então, o problema está no mundo.
E esse é um ponto fundamental: o debate , hoje, pressupõe sempre uma perspectiva divina, uma perspectiva última sobre qualquer assunto, encerrando-o. Impedindo qualquer troca ou reflexão mais profunda sobre qualquer coisa.
E esse é um ponto fundamental: o debate , hoje, pressupõe sempre uma perspectiva divina, uma perspectiva última sobre qualquer assunto, encerrando-o. Impedindo qualquer troca ou reflexão mais profunda sobre qualquer coisa.
A analogia cristã é precisa: não é coincidência que palavras como "culpa" e "punição" tenham se tornado "palavras de ordem".
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