Antes de Discutir o Trump: 13 Informações Essenciais Sobre Política Americana Que Você Precisa Conhecer

1 - O Presidente americano é eleito para um mandato de 4 anos. Os deputados federais americanos, porém, são eleitos para um mandato de DOIS anos.
Portanto toda a Câmara de Deputados (chamada de House of Representatives) é renovada a cada 2 anos. As eleições que ocorrem no meio do mandato presidencial são chamadas de “mid-terms”, e são muito importantes porque testam a popularidade e o poder político do presidente.
2 - Uma eleição a cada dois anos significa que os 435 deputados americanos estão o tempo inteiro em campanha eleitoral.

3 - Os senadores americanos têm um mandato de seis anos. A cada dois anos 1/3 do Senado é renovado. São 100 senadores, dois para cada estado.
4 - O voto não é obrigatório nos EUA. O dia das eleições não é feriado.

5 - O Vice-Presidente também atua no Legislativo, no papel de Presidente do Senado. Nessa função, o Vice-Presidente tem poderes para presidir as deliberações do Senado, mas não pode votar, exceto em empate.
6 - Os deputados federais são eleitos por um sistema de voto distrital. Cada estado é dividido em distritos eleitorais, e cada um desses distritos elege um deputado.
Nos Estados Unidos não existe equivalente ao sistema brasileiro de “eleição proporcional”, no qual um deputado muito bem votado ajuda a eleger vários outros candidatos. No caso dos senadores, os distritos eleitorais correspondem ao estado inteiro (é igual ao Brasil).
7 - Como os Estados Unidos são uma federação, a organização das eleições é de responsabilidade dos estados. Isso significa que cada estado é livre para adotar os procedimentos que achar mais adequados.
Não existe, como no Brasil, uma autoridade federal que regulamenta, organiza e julga o processo eleitoral. Existe apenas a Federal Election Commission (Comissão Federal de Eleições) cuja atribuição é garantir o cumprimento da legislação sobre financiamento de campanhas
8 - Alegações de fraudes não são raras. Como cada estado tem seu sistema de votação, alguns sistemas são melhores que os outros. Por exemplo, dos 50 estados americanos, apenas 36 estados têm leis exigindo que os eleitores mostrem um documento de identificação antes de votar.
Ficou famoso o caso da eleição presidencial do ano 2000, disputada entre George Bush e Al Gore. Muitas seções eleitorais da Flórida usaram máquinas perfuradoras de cartão, e em alguns casos os buracos nos cartões ficaram parcialmente perfurados.
Esses votos não foram contados pelas máquinas de apuração. A discussão foi parar na Suprema Corte, que decidiu parar a recontagem dos votos, dando vitória a Bush.
9 - Há muito menos restrições a doações de campanha nos EUA do que no Brasil. Entidades chamadas de Political Action Committees (Comitês de Ação Política) recolhem contribuições de doadores e transferem a candidatos e campanhas.
Um tipo especial de PAC, chamado de Super PAC, pode receber doações ilimitadas, inclusive de empresas e sindicatos.

10 - Além de ter o equivalente às nossas Assembleias Legislativas, 49 dos 50 estados americanos também possuem um Senado estadual. A única exceção é Nebraska.
11 - Nos EUA é possível cassar-se o mandato de um político através de uma eleição especial chamado de “recall”. Um recall é iniciado depois que um determinado número de eleitores assina uma petição. O número mínimo de assinaturas e o prazo para obtê-las variam entre os estados.
Em alguns deles um recall gera uma eleição especial simultânea, na qual o eleitor vota no recall e no candidato substituto usando a mesma cédula. O recall já foi usado para cassar governadores, prefeitos, vereadores e deputados.
12 - Nos EUA é possível votar pelo correio. Uma cédula é enviada para a casa do eleitor, que a preenche e envia de volta ou deposita em caixas de coleta especiais. Os estados exigem que as cédulas sejam recebidas ou postadas até o dia das eleições.
Nas eleições presidenciais de 2020 aproximadamente 65 milhões de votos foram recebidos pelo correio.
13 – É possível votar antes do dia das eleições - é o chamado “early vote” ou votação antecipada. Em vários estados o período da votação antecipada pode variar de quatro a cinquenta dias antes do dia da eleição.
Veja o artigo completo aqui:
robertobmotta.com.br/2021/02/06/ant…
Nos próximos artigos, vamos explorar alguns aspectos pouco compreendidos do processo que levou Biden ao poder.

Aguardem !

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8 Feb
A "primeira onda" da esquerda foi a Revolução Francesa. Acabou na ditadura do imperador Napoleão.

A segunda onda foi a Revolução Russa. Acabou nos campos de concentração de Stalin, denunciados por Kruschev.
A terceira onda é a Escola de Frankfurt, Gramsci, Saul Alinsky e a tomada do poder através da cultura.

Tudo o que assistimos hoje faz parte disso: ideologia de gênero, racismo do bem, censura nas redes, ataques ao ocidente, ativismo judicial descontrolado e terror sanitário.
Essa onda também será derrotada. E depois dela virá outra.

A utopia esquerdista - o estabelecimento da "igualdade" e da "justiça social" através de totalitarismo, violência, censura, doutrinação e roubo - é um vírus que jamais será erradicado por completo.
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4 Feb
É dificil, quase impossível, encontrar um político que se interesse de verdade por segurança. É uma batata quente da qual a maioria prefere nem falar. Por isso muitos entendem pouco ou quase nada do assunto - incluídos aí prefeitos e governadores.
A apatia predomina na sociedade civil. Embora ameaçado diariamente de todas as formas, o cidadão se tornou refém da bandidolatria e do politicamente correto, que dominam nossa cultura e infiltram as instituições.

"Prender não adianta", dizem. Somos ovelhas que têm pena dos lobos
A sociedade não consegue e não quer discutir e entender as causas do caos da criminalidade brasileira.

Tudo se resume a ligar para o batalhão mais próximo e pedir "uma viatura".

Os desbafos acalorados nas redes sociais não geram nenhuma ação concreta e sustentável.
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4 Feb
Os fundamentos da segurança pública no Rio vêm se deteriorando desde 2019, com as decisões do 5 T F de coibir e depois proibir operações policiais em favelas, e de limitar a ocupação das instalações do DEGASE a 119%.
Essa última decisão foi um fato gravíssimo que resultou na soltura de mais de 1.000 menores infratores, entre eles assaltantes e homicidas. Dois deles voltaram a matar.
Com a chegada da pandemia, a situação se agravou muito com a soltura de milhares de criminosos e, novamente, de menores. A gota d'água foi o fechamento das escolas, que colocou nas ruas - e nos braços das facções - milhares de jovens.
Read 8 tweets
3 Feb
Quem Vai Pagar Por Isso?

A esquerda é SEMPRE totalitária. É o lobo vestido de chapeuzinho. Ela sempre quer o CONTROLE TOTAL dos meios de comunicação, incluindo redes sociais. Qualquer oposição é tachada de DISCURSO DE ÓDIO ou - a mais nova criação progressista - de NEGACIONISMO.
Ora, a esquerda INVENTOU o negacionismo - negar massacres, campos de concentração, fomes, censura, tortura, fuzilamentos, muros e cercas de arame farpado. Negar e alterar o passado. Negar os direitos à vida, à liberdade e à livre expressão.
A atual safra de líderes mundiais - com raras exceções, formada por figuras infantis, mimadas e despreparadas, ou malandras demais - entregou à esquerda o monopólio da virtude nas ações de combate à pandemia. Fizeram isso por covardia, medo e lucro.
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2 Feb
Passei na frente da TV. O telejornal mostrava mais uma matéria lacradora com “pessoas em situação de vulnerabilidade social”.

O eufemismo é a morte da linguagem. Quem mata a linguagem, mata o pensamento.
Agora é proibido falar “pobre”. Os pobres viraram todos essas “pessoas em situação de vulnerabilidade social”.

É um termo paternalista, condescendente e sem qualquer significado. Todos nós somos, de alguma forma, "vulneráveis socialmente".
Também é proibido falar “mendigos”. São “pessoas em situação de rua”.

Uma vez, ouvi do comandante da Brigada Militar do Rio Grande do Sul (é como chamam a Polícia Militar de lá) que a tropa dele não falava mais “bandido”. O termo usado era “indivíduo em situação de risco social”
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1 Feb
A recomendação de hoje é um pensador, escritor e investidor original, iconoclasta e inovador: Nassim Taleb. Seus dois livros - O Cisne Negro e Antifrágil - são uma aula imperdível sobre o mundo moderno.
Em O Cisne Negro, Taleb fala sobre os acontecimentos inesperados que mudam tudo (os tais “cisnes negros”), uma década antes da epidemia maldita. Em Antifrágil ele aborda estratégias, organizações e estilos de vida que se beneficiam da volatilidade e de mudanças súbitas.
Uma das melhores partes é quando Taleb DESTRÓI os “especialistas” da mídia - inclusive os economistas - que ganham fortunas para fazer previsões que nunca se concretizam, e pelas quais eles nunca são cobrados.
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