1/17: Vem cá conhecer o modelo teórico microeconômico que o @gilnogueiraofc utilizou em sua dissertação de mestrado para explicar o comportamento de traficantes e a opção estratégica pela violência no tráfico. OBS: economês on
2/17: Os consumidores nesse modelo são uniformemente distribuídos em uma linha unidimensional [0,1] e duas empresas se encontram em pontos arbitrários desta linha, A (mais a esquerda) e B (mais a direita).
3/17: Caso escolha participar do mercado, a utilidade do consumidor é dada por uma função que leva em conta os preços, distância em relação às firmas e a violência gerada por essas firmas e pela polícia, além de possuir um valor de utilidade de reserva.
4/17: A escolha de que firma contratar é definida encontrando o ponto x da linha em que o consumidor é indiferente entre consumir o produto da firma A ou B. Os consumidores a esquerda do tal ponto consomem o produto da firma A, enquanto aqueles a direita consomem o da firma B
5/17: As firmas observam as demandas agregadas dadas por x, para a firma A e 1-x para a firma B, onde x é o ponto em que a utilidade de consumir o produto da firma A é igual a utilidade de consumir o produto da firma B.
6/17: Além disso, essas firmas funcionam com uma organização vertical de fornecedores atacadistas que comercializam em um mercado fechado e coberto e revendedores varejistas que comercializam em um mercado aberto e descoberto.
7/17: Os atacadistas comercializam com uma rede de confiança privada e, portanto, não usam violência, enquanto os varejistas, que competem a lá Hotelling e são mais sujeitos aos riscos de repressão estatal, usam violência para reduzir o risco de serem pegos.
8/17: Como o comércio de drogas gera externalidades sobre a população, tanto na forma de violência quanto na forma de criação de dependência, o Estado busca combater este mercado através de repressão violenta.
9/17: A probabilidade da polícia retirar um traficante do mercado varia positivamente com o nível de violência empregada pelo Estado e negativamente com o nível de violência empregada pelo traficante. Define-se também um parâmetro q de eficiência policial.
10/17:O jogo é dado da seguinte maneira:O Estado escolhe exogenamente o nível de violência da repressão estatal;Os fornecedores definem o preço que repassarao para os revendedores;Os revendedores definem o preço que repassarão para os consumidores e o nível de violência empregada
11/17: Resolvendo o jogo estratégico retroativamente, o problema dos varejistas entrega o nível de violência ótimo empregado pelo traficante, que depende dos preços repassados pelos atacadistas e do nível de violência da repressão estatal.
12/17: Através de uma análise de estática comparativa encontra-se um efeito positivo de um aumento da violência estatal sobre a violência do traficante, se a polícia estatal for mais eficiente que certo cut-off e efeito negativo caso contrário. O efeito de um aumento no preço +
13/17: repassado para o varejista sobre o nível de violência empregado por este é negativo. Por outro lado, o efeito cruzado do aumento do preço de uma firma sobre a outra é positivo, portanto o efeito sobre a sociedade é incerto, dependendo da magnitude destes dois efeitos
14/17: O problema dos atacadistas entrega o nível de preço ótimo a ser repassado aos varejistas em função dos parâmetros do modelo.
15/17: Por meio de uma análise de estática comparativa, encontra-se um efeito positivo do nível de violência da repressão estatal sobre o preço de equilíbrio repassado aos varejistas.
16/17: Conclui-se que investimento na repressão estatal sobre os fornecedores é eficaz para reduzir a violência do tráfico,uma vez que tal política aumentaria o preço repassado para os varejistas,o que causa um efeito de redução sobre o nível violência empregado pelo traficante.
1/14 : Quer saber o que o economista mais famoso do Brasil estuda ? O Esquina das Ideias teve acesso exclusivo à dissertação de mestrado do @gilnogueiraofc e vamos desvendar essa curiosidade ! Segue o fio e tachaki tachaki!🧶🎙️
2/14 : Nosso querido economista estudou um problema que o atingiu pessoalmente durante sua vida. Com o sofrimento de seu pai ter se envolvido com drogas, @gilnogueiraofc buscou contribuir para o debate acerca da repressão às drogas com seu trabalho de pesquisador.
3/14 : O Brasil, assim como outros países, adotou uma política de repressão às drogas de forma mais intensa no final dos anos 90. Seguindo os princípios discutidos na ONU para redução da demanda de drogas, o Brasil criou um aparato institucional de repressão ao mercado de drogas.