Ontem foi noticiado a descoberta de genomas de mamutes que viveram há milhões de anos atrás. Esse tipo de notícia mantém meu coração e minha veia evolucionária pulsantes (paixão antiga) e resolvi trazer um fiozinho sobre: bora falar do DNA mais antigo já encontrado?
Um trio de dentes de uma espécie de mamute até então não relatada, foram encontrados na Sibéria, preservados pelas baixíssimas temperaturas das regiões polares. Ontem foi publicado a extração e caracterização do DNA genômico desse material, que foi escavado ainda na década de 70!
Os pesquisadores da área esperavam por esse artigo há 8 anos. Até ontem, DNA mais antigo já sequenciado era de um genoma de um osso de perna de cavalo, datado de 560.000 a 780.000 anos atrás (no Canadá). Hoje, o recorde ficou com esse material, identificado com um milhão de anos!
Os pesquisadores suspeitaram que o DNA antigo poderia sobreviver além de um milhão de anos, se a amostra certa pudesse ser encontrada. Quando um organismo morre, seus cromossomos se quebram em pedaços que ficam mais curtos com o tempo...
Geralmente, as fitas de DNA tornam-se tão pequenas que (mesmo que possam ser extraídas) perdem seu conteúdo de informação. A equipe do osso de cavalo do Canadá (liderada por Ludovic Orlando)descobriu que fragmentos tão curtos quanto 25 letras de DNA ainda podiam ser interpretados
Love Dalén, geneticista evolucionista do Museu Sueco de História Natural em Estocolmo, vinha se divertindo com a ideia de sequenciar restos mortais de mamutes muito antigos desde que encontrou pela primeira vez uma coleção deles, em 2007
As amostras sequenciadas por sua equipe incluíram um dos primeiros mamutes lanosos e um precursor conhecido como mamutes da estepe. Dalén esperava que esse DNA capturasse a evolução dos mamutes e outras espécies, mas é um desafio extrair DNA íntegro/suficiente dessas amostras
Mas graças à tecnologia de sequenciamento e bioinformática, sua equipe conseguiu obter 49 milhões de pares de bases de DNA nuclear da amostra mais antiga, encontrada perto de uma aldeia chamada Krestovka, e 884 milhões de pares de bases de outro dente, chamado Adycha
A análise do DNA sugeriu que a amostra de Krestovka tinha 1,65 milhão de anos, a de Adycha cerca de 1,3 milhão e amostra de um dente de mamute lanoso de 600.000 anos produziu quase 3,7 bilhões de pares de bases de DNA, mais do que o comprimento de seu genoma (3,1 bilhões de pb).
Analisando a morfologia dos dentes, os mais antigos pareciam pertencer a mamutes das estepes, uma espécie europeia que os pesquisadores consideram anteriores aos mamutes lanudos e aos mamutes colombianos (Mammuthus columbi), uma espécie norte-americana
Porém, o espécime Adycha fazia parte da linhagem que deu origem aos mamutes peludos, mas o espécime Krestovka claramente não era. A equipe de Dalén descobriu que ele pertencia a uma linhagem inteiramente nova
Amostra de Krestovka (Rússia),parece ser de uma linhagem isolada de outros mamutes da América do Norte. Mamutes colombianos traçam metade de sua ancestralidade com os Krestovka, e a outra metade com os lanudos. Estima-se que as duas linhagens se misturaram há mais de 420.000 anos
Como podemos ver na imagem, esses animais podem datar até 1.65 milhões de anos e viveram no período início do pleistoceno que abrange o período recente no mundo quando ocorreram repetidas eras glaciais.
A ideia de que novas espécies podem se formar através da mistura, e não apenas da divisão de uma única espécie parental, vem ganhando popularidade entre os biólogos evolucionistas. Esta é a primeira evidência de "especiação híbrida" do DNA antigo, o que é realmente muito incrível
Hendrik Poinar, um especialista em DNA antigo, diz que diferentes espécies de mamutes provavelmente se hibridizaram rotineiramente quando a expansão glacial os uniu. Sua equipe encontrou evidências de que, posteriormente, mamutes lanudos e colombianos ocasionalmente cruzam
Ao cruzar o limiar de um milhão de anos, os pesquisadores de DNA antigo podem ser capazes de acessar as primeiras histórias de outros mamíferos grandes e pequenos. Amostras muito antigas de bois almiscarados, alces e lemingues estão agora no radar de Dalén e sua equipe
O DNA do mamute não representa a informação biomolecular mais antiga do registro fóssil. Em 2016, os pesquisadores relataram sequências de proteínas de cascas de ovo de avestruz de 3,8 milhões de anos (Tanzânia), por exemplo
As sequências de proteínas tendem a ser muito menos informativas sobre a ancestralidade do que o DNA. Mas as moléculas de proteína são muito mais resistentes, e podem ser usadas para obter insights de fósseis muito antigos encontrados em lugares sem cobertura glacial+
como sítios arqueológicos que também possuem vestígios de hominídeos. As chances de encontrar restos mortais de um milhão de anos de antigos parentes humanos no gelo são muito baixas, mas o ambiente certo, como uma caverna profunda, pode render amostras tão antigas quanto
Os primeiros vestígios de Neandertais de uma caverna espanhola datada de 430.000 anos atrás representam o DNA mais antigo de um parente humano antigo descoberto até agora. Quanto ao provável limite de idade do DNA antigo, fica em 2,6 milhões de anos!
Contamos um pouquinho da história de @KizzyPhD através desses cards. Essa cientista maravilhosa trabalhou no desenvolvimento da vacina de RNA da Moderna e está ajudando ainda mais! Vem comigo pra entender a importância da representatividade no contexto da vacinação...
Corbet desmascara a desinformação e compartilha a ciência com seus mais de 100.000 seguidores no @KizzyPhD. Ela é uma entre muitos cientistas e médicos negros (e brancos também) que estão fazendo esse trabalho, muitas vezes virtualmente, em seu tempo livre.
Nos Estados Unidos, o COVID-19 afetou negros, nativos americanos e latino-americanos em taxas mais altas do que os brancos, por razões enraizadas no racismo e na segregação histórica. Ao mesmo tempo, as pessoas nesses grupos são mais cautelosas com as vacinas da COVID-19.
Eu, a @nathpsl e a @gisellesms fizemos uma série de cards pra campanha #todospelasvacinas, pra contar um pouquinho sobre a história de grandes cientistas que contribuíram pro desenvolvimento das vacinas! Segue o fio para ver como ficou :) @analise_covid19@UPVacina
Começando por ele, é claro, o doido que resolveu inocular feridas de uma doença chamada varíola bovina em humanos, pra combater a Varíola humana, que matava centenas de milhares de pessoas no século XVIII. Através desses experimentos,Jenner contribuiu para os pilares da imunidade
Algumas considerações importantes desse estudo super bacana que traz a importância de considerarmos os efeitos indiretos das vacinas pra COVID-19 e não ficar discutindo se é 50,4 ou 49,6 a eficácia mais correta da Coronavac! nature.com/articles/s4159…
..."Argumentamos que, além de avaliar a eficácia e segurança das vacinas candidatas para receptores individuais, a pesquisa destinada a avaliar os benefícios indiretos é uma área crítica de investigação
"Ao avaliar as vacinas candidatas, deve-se reconhecer que uma vacina pode ter uma taxa moderada de falha primária, mas, mesmo assim, serve para reduzir a infectividade e posterior transmissão..."
Material que fiz pra divulgar nas Redes da @analise_covid19 baseado nesse material da @mellziland aqui: encurtador.com.br/hqy01
Que tal uma atualização e apanhado geral das 12 vacinas pra COVID-19 em fase 3, na forma de imagens?🤩
A @pfizer iniciou a campanha de vacinação no Reino Unido em 07/12, tornando-se a primeira empresa a liberar o relatório de aprovação da vacina pelo FDA e iniciar a vacinação! Além disso, esse é o primeiro produto com tecnologia de RNA aprovado para uso em humanos 🥳👫🏻👬🏼👭🏽
A vacina da Moderna não fica para trás e recebeu ontem a aprovação para uso emergencial pelo FDA também! Existe possibilidade de acordo pra essa vacina chegar no Brasil😁
Com a campeã da corrida das vacinas para COVID-19 Pfizer aprovada e começando a ser distribuída, e logo em seguida a esperada aprovação da Moderna, começa a surgir uma questão delicada nos testes das vacinas ainda em andamento. Fiz esse fio pra gente conversar um pouquinho sobre
Segundo o Conselho Nacional de Saúde, o Brasil tem mais de 370 pesquisas científicas sendo desenvolvidas no âmbito de tratamento e combate à COVID-19, conforme boletim publicado em maio, incluindo testes de fase 3 das vacinas candidatas da Pfizer, Astrazeneca, Sinovac e Jannsen
O Brasil tem uma cartilha que reúne os direitos das pessoas que se disponibilizam a serem voluntárias das pesquisas. Essa cartilha está em drive.google.com/file/d/1Wugz2p… e foi baseada nas resoluções CNS no 466/12 e CNS no 510/16, principais orientadoras sobre ética em pesquisa no país
ox.ac.uk/news/2020-11-2… Vamos de #segundou com #noticia boa? Hoje pela manhã, a Universidade de Oxford anunciou a análise provisória de fase 3 da vacina ChAdOx1 nCoV-2019 ! Segue o fio pra entender melhor:
O anúncio ocorreu após 131 eventos (infecções por Covid-19) num conjunto de 24 mil participantes divididos entre grupo vacinado pra covid e grupo vacinado com MenACWY (vacina segura pra meningite tipo B), indicando eficácia de 70,4% em esquema de 2 doses de vacinação +
Chamou atenção da comunidade científica a questão de terem alcançado 90% de eficácia num esquema alternativo de vacinação, com metade da 1ª dose e a 2ª dose inteira. Ainda sem maiores detalhes, essa opção de metade de dose pode ser uma ótima estratégia na diminuição de gastos +