O cara que está em NY ou Londres, estrangeiro e investe no Brasil olha (entre outras coisas) para os investimentos que podem ser afetados pelo gov e outros onde a possibilidade de influência negativa do gov é menor.
Quando ele olha para algo mais específico, a natureza de expectativa em relacao ao governo é mais macro: simplificação de processos, desburocratização, questoes tributárias, regulação etc.
No fundo, o cara não está nem aí em como o gov se auto-intitula (direita, esquerda, centro). Tudo isso é interpretado pelo gringo em cima das decisoes tomadas.
Naturalmente, mts podem achar a decisao de Bolsonaro correta em relacao à Petrobras enquanto outros acham uma decisao ruim. O cara que olha de fora esta buscando apenas sinais de previsibilidade (concordemos ou não).
A imprevisibilidade é o que mais afeta a confiança de um investidor em relação ao BR. Obviamente, um gov não deve se guiar 100% em cima do que investidores acham ou deixam de achar, mas previsibilidade é importante, principalmente em cima do que já foi dito ou prometido antes.
Independente de Silva e Luna ser um bom nome para a empresa, o que causou preocupacao nao foi a sua nomeaçao, mas a forma e o contexto no qual Castelo Branco foi demitido. O ato em si é menos importante do que a forma. A forma contradiz uma expectativa criada pelo proprio gov.
Podemos achar que a visao do investidor em Londres, sentado na sua cadeira olhando o Hyde Park e indo almoçar no Itsui é ingênua e fora da realidade. Mas está dentro da realidade dele, e no fim, afeta o BR, como vimos nas perdas da empresa em 24hrs.
Tudo tende a se normalizar, mas quando algo for anunciado como intenção, numa mensagem do gov para o investidor externo (como ocorre sistematicamente), o grau de confiança vai se diluindo onde as intenções ñ trazem o peso para uma tomada de decisao a favor de um investimento.
No fim, o governo precisará mostrar mais e dizer menos para poder convencer um tipo especifico de investidor. Claro que o BR seguirá sendo um destino importante de investimentos pela sua magnitude, mercado consumidor e maturidade em relacao a outros países da região.
O que frustra mais o investidor externo, é a visão de que o BR poderia ser um destino obvio e fantastico para um volume maior de investimentos caso acertasse apenas alguns ponteiros.
Para quem lê, ñ se trata de estar certo ou errado, mas apenas uma constatação do sentimento de alguns que decidem com parâmetros diferentes de simples observadores, se colocar mais ou menos $$ no BR vale a pena.
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