Thread by @leosiqueirabr

A mensagem que Bolsonaro DEMITIRIA o presidente da Petrobrás fez a empresa perder R$ 30 bilhões em valor de mercado.

Fosse só isso, menos mal. O problema é a sinalização de que não há mais agenda de privatizações e pró-mercado.

Quanto isso vai contaminar o resto da economia?

A Petrobrás começou a perder valor de maneira significativa a partir de 2011.

Dilma assumia a presidência e pegava uma Petrobrás como a maior empresa brasileira em valor de mercado. com a ação a R$ 27.

Porém, a empresa foi utilizada politicamente e sofreu controle de preços.

Foi na Gestão de Graça Foster que a dívida explodiu.

O resultado: o lucro caiu, as ações despencaram e o valor de mercado derreteu. Dilma - que tinha pego a ação a R$ 27 - entregou uma Petrobrás com a ação a R$ 8.

Mas a situação mudou com Temer. Sim, sempre ele.

Temer indicou Pedro Parente, um executivo de mercado com trânsito político. Na sua gestão, a Petrobrás:

- Reduziu o endividamento.
- Abriu o capital da BR distribuidora.
- Implantou a política de preços diárias para aproximar os preços da estatal com os do mercado internacional.

Claro que não sem custo. A política de preços custou uma greve dos caminhoneiros.

Mas o resultado veio. Temer assumiu a Petro com a ação em R$ 8 e entregou a R$ 25.

Após 4 anos, Petrobras superou a Ambev e voltou a ser a maior empresa brasileira em valor de mercado.

Aí veio Bolsonaro.

Começou bem! Colocou um indicado de Paulo Guedes. Roberto Castello Branco, um economista com Doutorado pela FGV e Pós Doc em Chicago.

Com a alta do petróleo e do dólar, aconteceu de novo o que aconteceu com Temer. Os caminhoneiros não quiseram pagar a conta.

Bolsonaro SINALIZOU que trocaria o presidente da Petrobrás.

E enquanto alguns discutem, o mercado não briga, o mercado precifica. Foi rápido. As ações caíram 7% e custou R$ 30 bilhões em valor do mercado.

Fosse só isso, tudo bem. Mas além de precificar, o mercado antecipa.

Se Bolsonaro fez isso com a Petrobrás, o que o impede de fazer com as outras estatais?

Se Bolsonaro faz isso com uma estatal, o que o impede de fazer isso em todas as suas questões?

Mais do que a demissão o pior é a sinalização de um presidente que cede a pressões populares.

E assim os investidores vão precificar e antecipar.
- As ações da Petrobrás vão despencar
- As ações das estatais vão sofrer.
- Os títulos do governo vão subir.
- O dólar tende a subir por maior volatilidade.

A perda vai ser muito maior e R$ 30 bi vai parecer esmola.

Não tenho dúvidas de que o brasileiro médio - que não acompanha economia - pode ter gostado. "O presidente nos protege do aumento de preços abusivos".

Mas exemplos não faltam de como isso termina.

O populismo destruiu a PDVSA na Venezuela e a YPF na Argentina. Vamos copiá-los?