Terminei o doc dw 2009 sobre o Monty Python, disponível no Netflix (ao menos no daqui). Coisa fina. Dá um conforto na alma ver.
Conheci Python na faculdade, um professor falou coisas incríveis. Na mssma semana fui à 2001, ao lado da Cásper, e peguei o Live at Hollywood Bowl. E depois os outros.
Diferente da maioria dos meus amigos, achava o Cálice Ságrado o filme mais fraco, e O Sentido da Vida, meu predileto. A esquete do "Every Sperm is Sacred" é uma das maiores peças de humor em todos os tempos e é, ao mesmo tempo, uma homenagem a e o enterro dos grandes musicais.
Mas faz 20 anos que vi esses filmes e quero rever. Voltar a filmes e livros depois de tantos anos é uma das experiências mais legais, porque você analisa o filme, como você via o filme antes, o você daquela época e compara com você hoje.
Aliás, acabo de me dar conta de que faz 20 anos que entrei na faculdade.
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Está próximo de uma reviravolta - e provavelmente de um filme - o caso da "mulher mais odiada da Austrália". Vou contar.
Kathleen Folbigg foi condenada por matar seus quatro filhos em momentos diferentes, sempre quando estavam em torno dos 2 anos de idade. Agora um grupo de cientistas diz que há evidência recente suficiente pra crer que dois deles tiveram morte súbita por um defeito genético.
E os cIentistas também dIzem haver indícios de que os outros dois filhos também tiveram morte súbita por conta de UM SEGUNDO DEFEITO GENÉTICO. O grupo, que tem até alguns Nobel inclusos, pediu que ela seja libertada: abc.net.au/news/2021-03-0…
Meu filho está fascinado que peru é um bicho e também um país, mas que em inglês o bicho é "turkey", que é na verdade um outro país (Turquia). E eu fui pesquisa e, bem... está tudo relacionado.
O peru é natural da região entre México e EUA, mas, por ser um bicho estranho, é historicamente é associado a países exóticos por quem vê. Desta forma, em Israel, peru é "odu", palavra que também serve pra designar o país Índia.
No Camboja e Escócia, o peru é chamado de "frango francês". Na Malásia, "frango holandês". E há várias designações gentílicas para o bicho, sempre em caráter exótico.
Uma das minhas maiores birras na vida é o povo da minha idade, que foi criança ou adolescente nos anos 80, bancar um saudosismo ao estilo "as novas gerações são horríveis, a minha é que era boa". Era tudo uma porcaria, cara. Você que era criança.
As suas lembranças são boas porque você se lembra de coisas boas da sua família e de sua vida. No mais, a TV era uma porcaria, a escola era violenta e o Brasil já era a merda que é.
To dizendo isso porque começou a bombar na ORS uma página do bairro onde morei em Jundiaí. E de repente passei a ver gente que não lembrava da existência há 25 anos, ou vizinhos de quem tinha me esquecido completamente.
Jards Macalé pensava em se matar naquele estranho final de anos 70. A música não era mais a mesma, e o pulo de vanguardista para tio esquisito tinha sido rápido demais. Ele não entendia mais o mundo que mudava e o mundo não mais o entendia, e ainda havia tomado um pé na bunda.
Jards decidiu, então, ligar para os amigos para, sem dar na telha, se despedir.
João Gilberto foi um deles e notou haver algo errado com o amigo. E disse "Jards, venha me visitar, venha, venha". Jards assim o fez.
Ao chegar no apartamento do Leblon, Jards abriu a porta e se deparou com um ambiente a meia luz. E João Gilberto e seu violão cantando "Rancho Fundo", de Ary Barroso. "Deita aí no sofá, Jards, deita".
Vi o "Democracia em Vertigem". Achei menos petista do que o trailer prometia, o que é bom. É mais apegado à democracia que à esquerda e, me parece, empata com a visão de grande parte do mundo sobre o que aconteceu no Brasil de 2013 pra cá.
O principal pecado do doc, pra mim, é não explicar como se desenrolou a crise econômica. Porque isso é simplesmente o principal fator pro impeachment. Não é o único, mas a condução desastrada (pra dizer pouco) de Dilma deitou o governo na frentr do rolo compressor golpista.
Mas, de resto, está tudo muito bem amarrado e embasado. É a história de um fracasso de projeto social-democrata carcomido pela corrupção e histeria coletiva alimentada por uma centro-direita que migrou tanto à direita que perdeu o controle da narrativa. O absurdo venceu.
Antigamente, no interior paulista, os circos mambembes encenavam a paixão de Cristo por essa época, já que era de mau tom circo em feriado santo. Um professor da escola certa vez contou que um desses circos escolheu o palhaço pinguço pra ser Jesus na encenação.
Tem uma hora na peça em que o Cristo penitente é humilhado. Esfregam feno na cara dele, cuja fala daí vai na linha "Perdoai-os, ó Pai". Só que, sabendo do Cristo pinguço, os colegas jogaram cachaça no feno. Esfregaram na cara dele, que, em vez fala, bradou: MAIS FENO, ROMANOS!