A primeira pergunta da segunda mesa do festival #Publica10 é feita pela @AndreaDip_ : Estamos próximas do 8 M, com ódio e violência como política de Estado. Vocês acreditam na posibilidade de diálogo no sentido de desarmar esse ódio? Como esse diálogo pode ser feito e com quem?
"Se desistirmos do diálogo perdemos a base para a construção", diz a pastora Lusmarina. "Precisamos desconstruir muitas coisas"
Uma das coisas que precisa ser desconstruída para a pastora é a Lava-Jato, porque ela desconstruiu a política nos últimos anos. "Precisamos nos lançar a essa tarefa"
Amanda Palha diz que o diálogo é fundamental, mas que ele deve ser efetivamente construtivo. "encontrar pontos de convergências e pontos e divergências e construir a partir deles".
"Eu não acho que a gente vai desconstruir a transfobia de uma pessoa dizendo 'você precisa respeitar os trans'. mas à medida que se coloca politicamente se moibilizando em conjunto"
Ela fala de "um convívio de mobilização política que permite que as questões sejam colocadas em pauta"
Amanda Palha diz que não é a toa que a bandeira anti-gênero foi adotada como bandeira pelo Bolsonarismo, já que a eleição de um inimigo comum é essencial ao fascismo.
Ela diz que o diálogo tem que demonstrar que as pessoas trans têm que demonstrar que não são inimigas, mas o inimigo é quem as coloca como tal.
É possível fazer política sem fazer concessões aos grupos religiosos evangélicos, pergunta @AndreaDip_ ?
"a racionalidade está rara", diz a pastora Lusmarina.
A pastora fiz que precisamos desconstruir alguns líderes religiosos, por exemplo perguntando como alguns são tão milionários se o povo é tão pobre.
Amanda Palha debate sobre fazer concessões para se criar uma frente ampla "porque a concessão sempre acontece do lado mais fraco"
"fundamentalistas massacram LGBTs e a gente está aqui tentando sobreviver", diz Amanda Palha.
"Não é porque estamos diante da ameaça fascista que eu vou dizer que o período Lula e Dilma foi a salvação da classe trabalhadora", diz Amanda Palha
Há uma divergência entre a pastora e Amanda Palha: Amanda diz que a construção não pode ser silenciamento. Há uma convergência: ambas foram ameaçadas por ondas de perseguições
"Depois do pedido de impeachment de Bolsonaro sofremos outra onda de ataques", diz a pastora Lusmarina. "Esses grupos estão muito organizados para tentar nos amedrontar e nos fazer parar"
Mas a pastora diz que isso não a enfraquece, ao contrário isso a fortalece.
"Esse pessoal vem em cima da gente com tanta violência porque o patriarcado está estrebuchando", diz a Pastora Lusmarina.
"O cristianismo construiu sua teologia a partir de um discurso misógeno", diz a pastora
A pastora diz que deve-se usar argumentos teológicos, "outras maneiras de ler a Bíblia" para fazer um diálogo com pessoas religiosas. "Nós não vamos desistir"
O fato da gente ter evitado por muito tempo a discussão da família evitou que avançássemos nessa pauta, diz Amanda Palha. "Estamos discutindo a família burguesa capitalista", diz ela
"É muito difícil passar do raso quando a gente não consegue passar do mínimo", diz ela.
Amanda Palha diz que "é preciso superar a família"
Mas essa discussão é "fundamental" para uma série de grupos porque construir uma estrutura familiar "é pressuposto de existência"
Aqui a mesa para quem quiser acompanhar -
Aqui a live para quem quiser acompanhar -
Pastora Lusmarina diz que "a gente fala de Bolsonaro", dessa política monstruosa, não aconteceria se Lula tivesse concorrido. "A gente tem que ter um pouco mais de esperança nos brasileiros. As pessoas estão percebendo quem é Bolsonaro nessa pandemia"
"Eu não tô desesperada não, muito pelo contrário", diz a pastora.
"Me colocando como travesti e comunista, rodei o estado e fiz 12 mil votos", diz Amanda Palha.
Pastora Lusmarina diz que é preciso conversar com as Forças Armadas, os empresários e os bancos
"O Bolsonarismo não brotou do chão", diz Amanda Palha. "O que o Bolsonarismo faz é potencializar o que já existia na nossa ordem social" A legitimação tem efeitos concretos, mas "não caiamos na armadilha de achar que isso é uma cosia nova"
A pastora Lusmarina discorda. ela diz que o Bolsonarismo não só intensificou mas "organizou a indústria do ódio"
E que essa indústria "é muito bem financiada"
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A visita de Eduardo Bolsonaro aos EUA na véspera da invasão do Capitólio – uma thread
Tem causado frisson aqui no Twitter a série de textos do jornalista @SethAbramson, sobre a visita de Eduardo Bolsonaro aos EUA na véspera da invasão do Capitólio após a “Marcha para Salvar a América”, na qual Trump incentivou que seus apoiadores a invadirem o Congresso. (+)
Seth afirma no texto que Eduardo fez uma “visita surpresa a convite de Ivanka Trump”. Chegou no dia 5 de janeiro. Durante os dias em que houve a invasão, Eduardo se encontrou com membros do círculo íntimo de Trump. Basta seguir o seus próprios Tweets. (+) sethabramson.substack.com/p/brazils-murk…
O que revela o livro do General Villas Bôas – uma thread 👇
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Muito tem se falado sobre as revelações que ex-comandante do Exército fez no livro de Celso Castro sobre o julgamento do habeas corpus do Lula no STF (+)
Mas o livro “Conversa com o comandante”, da editora @EditoraFGV é muito mais rico do que isso. Eu o li semana passada para finalizar o meu livro Dano Colateral que sai pela @edobjetiva em junho (+).
Algumas passagens esclarecem o papel do próprio Villas Boas e seu grupo na construção do governo Bolsonaro e na volta dos militares à política.(+)
Muita gente ficou surpreso quando Sérgio Moro anunciou que ia trabalhar para uma consultoria que ajuda empresas a se livrarem de denúncias de corrupção. Eu não. Foi a decisão mais previsível pra que acompanha a parceria da Lava-Jato com os procuradores dos EUA.
Segue o fio! 👇
1) A consultoria americana Alvarez e Marsal anunciou que Moro será o chefe de investigações, disputas e compliance no seu escritório envidraçado na Vila Olímpia, à beira da Marginal Tietê, pertinho do luxuoso Shopping JK. jornaldebrasilia.com.br/politica-e-pod…
2) Especializada em reestruturação corporativa, a Alvarez & Marsal é a administradora judicial da Odebrecht, após a construtora ter pedido recuperação judicial por causa das investigações da Lava-Jato no Brasil, nos EUA e em dezenas de países da América Latina.
A Lava Jato Mentiu para o STF – e nós podemos provar
(Segue o Fio! 👇 )
A decisão proferida na última terça-feira pelo ministro do STF Ricardo Lewandovski a respeito de um pedido da defesa de Lula à Lava Jato traz um tom de profunda indignação. (cont.)
“Não deixa de causar espécie (...) o ostensivo descumprimento de determinações claras e diretas emanadas da mais alta Corte de Justiça do País, por parte de autoridades que ocupam tais cargos em instâncias inferiores”. (cont.) correiobraziliense.com.br/politica/2020/…
A tentativa funesta do @minsaude de esconder os dados da pandemia e reforçar os recuperados me lembrou uma história que ocorreu na Ditadura e mostra como os militares escondiam dados – e como mulheres se organizaram para denunciar a realidade. Segue o Fio!
1) Pra quem não sabe os dados sobre inflação e a economia eram fortemente controlados pelos militares durante o “milagre econômico”. As críticas eram censuradas e os dados sobre a inflação, manipulados.
2) O Ministro Delfim Netto, por exemplo, “controlava” a inflação apelando para “truques” como abastecer a cidade do Rio de Janeiro, onde eram medidos os preços dos alimentos usados pela FGV para o cálculo da inflação. Ele “mantinha” a inflação a 12%, um número irreal.