A @SeducSP divulgou o boletim epidemiológico de um mês das escolas abertas no estado, mais preocupante pelo que tenta ludibriar
Chama a atenção o esforço oficial de distorcer os dados, produz-se engano ao invés de informação séria e útil
Explico e questiono aqui🧵👇 1/13
Foram 24.345 casos suspeitos em quase 5 mil escolas, com óbitos de 2 alunos e 19 servidores
O marketing oficial destacou do relatório a informação que há 33 vezes menos casos em escolas, pura enganação reproduzida nas primeiras repercussões da mídia
...compromete-se a transparência e validade dos dados de contágio, não há nada mais anticiência que distorcer dados disponíveis em favor da politização da reabertura de escolas
Ao menos alguém conseguiu enxertar a contradição no boletim, seguindo os passos de Gorinchteyn: +
Antes de politizar a reabertura para justificá-la durante o pico da pandemia @jdoriajr e @rossieli falavam o mesmo, hoje o único consenso que temos é quanto à ausência de "baixas taxas de infecção". Parece outro mundo, mas em agosto os decretos reconheciam a "regra de ouro": ++
A 2ª manipulação errônea dos dados é a ausência de cálculo de incidência sobre servidores (professores e funcionários de escola)
Estes são considerados entre os casos suspeitos e confirmados no sistema, mas aparentemente "somem" da população escolar, composta só por alunos +++
O efeito é diluir errônea e artificialmente as taxas de contágio e letalidade, esconde-se em lacunas de informação (qual o número de servidores e trabalhadores que frequentou as escolas e em que períodos?) e erros de aritmética o que poderia ser a correta interpretação dos dados
Mesmo em ambientes controlados como as escolas, com frequencia limitada de alunos, com a possibilidade de excluir idosos e pessoas com comorbidades, com a característica disseminação assintomática entre os + jovens etc, há massiva disseminação do vírus entre educadores e...
muitas mortes e sequelas evitáveis. A @SeducSP e @rossieli devem dados específicos, transparentes, sobre o contágio entre professores e trabalhadores, não basta repetir o que se sabia sobre a disseminação e a gravidade entre crianças, e antes de predominarem as variantes +++
Complemento 1: Há algo de muito falho na proteção que @jdoriajr, @rossieli e @SeducSP prometeram aos educadores e servidores mais vulneráveis, segundo o boletim 62% dos casos que evoluíram a óbito registraram comorbidades - justo o grupo que não deveria voltar às escolas: ++
Complemento 2: Precaução e respeito à vida é o oposto de promover experimentações durante a fase mais grave da COVID-19, inoportuna a analogia presente no boletim:
Saiu a sentença na ação coletiva dos sindicatos sobre reabertura de escolas em SP
É ilegal a flexibilização que permitiu a reabertura no pico da pandemia e sem efeito a classificação arbitrária de escolas como serviço essencial, fora dos parâmetros legais
Na prática significa👇
Com a sentença da juíza Simone Casoretti volta a valer o planejado em julho, o Decreto 65.061/2020, a "regra de ouro" de reabrir escolas só com a redução dos contágios (fases amarela em diante)
@jdoriajr e @rossieli deveriam aproveitar para reconhecer o erro, mas não farão +
Devem entrar com recurso de apelação com pedido de efeito suspensivo, mas diferente da liminar cassada em janeiro:
- A situação epidemiológica piorou muito desde então, não podem mais alegar ausência de contágio em escolas
- O parecer do MPSP é primoroso e embasa a sentença +
A judicialização da educação é realidade instalada há anos, é falso dizer que o #FundebComCAQ vai incentivá-la
É chamar de causa o que pode ser a solução do problema
É negar o reconhecimento de direitos fundamentais mínimos aos estudantes
🧵Breve fio e dicas de leitura 1/5
O CAQ, seguido de boa regulamentação, reduz conflitos federativos, elimina omissões produtoras de judicialização, serve de guia aos gestores e fortalece a capacidade de realizar o direito à educação, combinando eficiência, efetividade e eficácia 2/5
Inaceitável, indigno é negar o reconhecimento de direitos elementares mínimos aos estudantes no CAQ, como banheiro, biblioteca e professores qualificados, com argumentos do tipo: "isso não produz resultado comprovado" ou "as famílias vão exigir esses direitos na Justiça" 3/5
O @showdavida mostrou mais um emocionante caso de "gente que se dispôs a ajudar o outro": a professora-intérprete de libras q vai encontrar o estudante surdo impedido de ir à escola. Há uma outra linda história dentro da história pessoal, conhece? 🧵👇1/13 g1.globo.com/fantastico/not…
Como de costume, o jornalismo convencional foca nos personagens, busca o efeito emotivo que provoca a história de uma professora heroína, que se desloca 70km em veículo próprio pra fazer algo de bom; e a história do menino surdo, pobre, preto, que estuda embaixo da mangueira 2/n
A matéria quase omite que Edilson, o aluno, é estudante da rede pública estadual em Linhares (ES), que Joyce, a exemplar professora, é servidora da escola pública. Vejam o vídeo: nossa heroína é um anjo que praticamente cai do céu em seu carro prateado. Gratidão é a palavra 3/n
1/5 MEC formaliza o desmonte da educação inclusiva de pessoas com deficiência: o mesmo decreto que deu ao MEC a possibilidade de produzir diretamente os livros didáticos oficializou retrocesso formal de mais de uma década ao eliminar o paradigma da educação inclusiva, sigam o fio
2/5 Deixa de existir a “Diretoria de Acessibilidade, Mobilidade, Inclusão e Apoio a Pessoas com Deficiência”, vem a “Diretoria de Educação Especial”; sai “política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva”, vem “Política Nacional de Educação Especial”
3/5 "Política Nacional de Educação Especial", com nome próprio, é aquela lançada em 1994!, antes do Brasil aderir (com status de Emenda Constitucional) à Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que obrigou à revisão de toda a política nesse campo
Conforme piores profecias, a bolha do Fies estourou. Agora preparam em Brasília o espetáculo macabro e inédito de massacre judicial de centenas de milhares de jovens endividados, boa parte deles sequer consegui concluir o curso. Sigam.
Resumo da "reformulação" em 4 medidas: 1. Eleva os critérios desempenho no ENEM aos futuros candidatos a bolsas do Fies; 2. Dá ao MEC o controle sobre o número de vagas a serem abertas a cada ano, podem ficar de fora estudantes que cumpram os requisitos;
3. Libera geral o Programa de Financiamento Estudantil, financiamento pelos bancos privados, com juros de mercado; 4. Manda a Advocacia Geral da União ir à caça, com execução judicial das dívidas, tenham terminado ou não os cursos, empregados ou não.