TVs brasileiras deviam veicular massivamente campanhas educativas sobre como lavar as mãos corretamente, quais as máscaras que realmente funcionam, como usá-las. Esse mesmo conteúdo deveria estar sendo bombardeado nas redes, em anúncios pagos pela Fiesp, por empresas privadas ...
Se a sociedade brasileira como um todo não se mobilizar, não adianta. Bolsonaro é uma parte gigantesca do problema, nas não é tudo. A sobrevivência depende em grande medida de atos individuais, que precisam sem ensinados, difundidos, martelados exaustivamente.
Distribuição de máscara e de álcool gel, entregas de sabonete em comunidades carentes, cestas básicas, botijões de gás, marmitas, o diabo. Toda pessoas que não estiver fazendo uma contribuição mensal para algum projeto efetivo, está sendo, hoje, parte do problema, não da solução.
A urgência do debate político no Brasil acaba soterrando uma porção de outras ações possíveis e urgentes que não estão sendo feitas, ou são insuficientes. É hora de cada um olhar para o lado e fazer alguma coisa. A pandemia é longa, vai demorar a passar. É preciso agir.
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Se não houvesse uma pandemia, teríamos de inventá-la? Se não fosse a covid-19, estaríamos experienciando a mesma sensação apocalíptica em relação a algum outro evento, como as mudanças climáticas ou ao colapso da democracia, como o mesmo temor e ansiedade?
Para além da realidade que se impõe – e, claro, a pandemia é real –, somos parte de uma geração abduzida por um compromisso atávico com a escatologia, no sentido da reflexão exaustiva e indignada sobre o fim, o término, a extinção da própria experiência na Terra?
Essas perguntas não são a negação da realidade que estamos experimentando, mas são uma tentativa de pensar na maneira como nós processamos as experiências extremas que estamos vivendo, cada um a seu modo.
O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), é um caso a ser investigado. No início de março, foi contra o lockdown: "Não dá para ficar fechado" por causa das "perdas de arrecadação" no município. Agora, anunciou o colapso total do sistema de saúde do município. 1/4
Em 5 de março: "A taxa de ocupação de UTIs é baixíssima, temos só duas pessoas intubadas, uma há mais de 20 dias e a outra intubada ontem”. Nove dias depois: "Não tem mais vaga na UTI de São Sebastião e não temos mais médicos intensivistas para atender a essa grande demanda." 2/4
Em 5 de março: "Não dá para ficar fechado." Nove dias depois: dos 20 internados na UTI, 11 estão intubados. As vagas de emergência zeraram. Dos 53 pacientes, 15 eram crianças. 3/4
Quero contar uma história. O dia 11 de maio de 2017 foi uma 5ª. Como repórter especial do @NexoJornal, acompanhei o depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro no caso do tríplex. Saí da redação com o dia amanhecendo, depois de analisar as cinco horas de depoimento. 1/14
Hoje revisitei o texto escrito naquela madrugada. O depoimento não foi ao vivo. A 13ª Vara só liberou os vídeos depois do fim da conversa entre Moro e Lula. Por isso, atravessei a noite trabalhando. É importante rever a cobertura, à luz das críticas feitas à imprensa hoje. 2/14
Meu texto é público, obviamente, e está disponível para leitura no link abaixo. Cada um pode ler e tirar suas conclusões. A minha é a seguinte: não lembro de ter produzido um relato mais equilibrado sobre política brasileira em toda a minha vida. 3/14 nexojornal.com.br/expresso/2017/…
Minutos depois do discurso de Lula, Bolsonaro, grande antagonista político nas projeções para 2022, se pronuncia no Planalto. Presidente diz que criou o "maior programa social do mundo" e se antecipou na compra por vacinas, o que contraria relato dos próprio laboratórios.
Bolsonaro enaltece vacinas, não minimiza pandemia, não critica a China, não fala em mimimi, não chama brasileiros de maricas e alerta para o fato de que vacinados também podem contrair o vírus. Discurso do presidente bascula radicalmente. Fala em apoiar "vizinhos na Am do Sul".
Bolsonaro troca "atendimento precoce" por "atendimento imediato". Recomenda coquetel de remédios cuja eficácia não é comprovada e cita amostragem informal de funcionários públicos que teriam se salvado graças a produtos como a cloroquina.
Lula escolheu começar mostrando face humana, conciliadora e cheia de empatia pelos mais pobres, pelos parentes de mortos na pandemia, sem rancor com seus adversários judiciais. Busca contraste com posição raivosa de Bolsonaro e manda afago a militares e policiais.
Primeira menção internacional do discurso vai para @alferdez, presidente da Argentina, que sempre falou em favor de Lula, visitou-o na cadeia e intercedeu pelo petista em visita ao Para Francisco. Bolsonaro e Fernández terão encontro em 26 de março, em Buenos Aires.
Lula menciona título de cidadão parisiense dado a ele pela socialista Anne Hidalgo no ano passado. Eu estava presente neste dia, e vi Lula dizer aos franceses que a Lava Jato era uma operação da CIA. Andava viciado na piada do "tesão de 30 anos".
O Brasil deve ter um tipo muito peculiar de caçador – o sujeito que compra 60 revólveres e pistolas, em vez de usar rifles e espingardas, como se faz em outras partes do mundo. Armas de cano curto são feitas para matar pessoas num alcance ideal de até 7 metros. Caça é conversa.
“No Reino Unido, você pode legalmente ter um rifle ou uma espingarda, mas você não pode ter uma arma curta”, me disse ontem, por telefone, o pesquisador americano Aaron Karp, um dos maiores estudiosos de dados sobre produção e comércio de armas no mundo.
“Na Índia, por exemplo, é possível que uma pessoa tenha até três armas, e é muito comum nesses casos a pessoa ter uma arma curta [pistola, revólver], um rifle e uma espingarda. E a Índia não faz distinções entre praticantes de tiro esportivo ou outros cidadãos”, disse.