Na primeira fase de sua carreira política - que numa sociedade civilizada deveria ter sido interrompida ali -, Bolsonaro confessou o desejo pela execução de pelo menos 30 mil pessoas que ele considerava indesejáveis em sua visão de mundo.
Hoje ele atingiu um número 10x maior.
No afã antiesquerdista, no desespero para implementar um neoliberalismo que sabidamente vem aumentando as desigualdades sociais, destruindo o meio-ambiente e arruinando o mundo política, social e economicamente, as elites brasileiras ajudaram a colocar no poder um genocida.
E elas SABIAM que ele era um fascista, um sociopata, um genocida em potencial - ele nem TENTAVA esconder isso. Mas por interesse econômico, estas elites convenceram outras camadas da sociedade a votarem contra os próprios interesses. E aí está o resultado:300 mil mortos. 300 mil.
Se eu achasse ter sido responsável direto pela morte de UMA pessoa, eu não daria conta de seguir vivo. Não conseguiria. Que Bolsonaro tenha matado 300 mil pessoas e faça piadas nas suas livres imitando pessoas sufocando é...a sociopatia exposta numa vitrine. O Brasil elegeu isso.
O Estadão ajudou a eleger isso. Luciano Huck ajudou a eleger isso. Vera Magalhães. William Bonner. Ali Kamel. Gentili. Moro. Lobão. Olavo de Carvalho. Qualquer um que não tenha se colocado claramente do lado diametralmente oposto ao genocida. Que não tenha dito “ele não”.
Todos estes deram sua contribuição para onde estamos hoje.
E aqueles que dizem se arrepender, mas que AINDA ASSIM não teriam votado em Haddad ou que “depende de quem for o oponente de Bolsonaro em 2022” também demonstram não ter aprendido nada mesmo depois de 300 mil mortes.
Raramente a História pode ser vista de modo tão óbvio; normalmente, os tons de cinza tornam qualquer análise complicada. Mas há alguns momentos em que a divisão entre o certo e o errado é clara demais para justificar hesitação.
Este é um desses momentos.
Se nem 300 mil mortes fizerem a pessoa pensar “é, eu errei; comprei uma ideia que era obviamente errada e perigosa e fiz uma merda colossal ao votar num sociopata”... é porque esta pessoa tem desvio de caráter incorrigível e deve ser considerada cúmplice do genocídio.
Trezentas mil pessoas mortas. Aliás, o número é sabidamente bem maior, mas mesmo assim já é mais do que suficiente para que as instituições digam “Chega. Temos que interromper essa loucura.”
O impeachment de Bolsonaro é mais do que uma questão política; é exigência humanitária.
Mergulhamos num pesadelo. Numa distopia. E temos que nos lembrar de que, por mais barulhentos que sejam (especialmente com a ajuda de bots), no final das contas os bolsonaristas SÃO minoria numérica e já causaram estragos demais graças à passividade gerada pela tolerância.
300 mil pessoas. Não podemos enxergar isso com naturalidade. Não podemos normalizar o genocídio. Não podemos.
Já começou a culpar a nova variante. Que em boa parte é responsabilidade dele por não conter a pandemia no país. #BolsonaroGenocida
Canalha mentiroso. Atacou a vacina o tempo inteiro e agora vem falar que apoiou sua prod...
.... não, desculpem. Não dou conta. Não vou ver isso e nem comentar. Esse canalha genocida do @jairbolsonaro não merece qualquer ajuda pra repercutir suas mentiras.
Ele mente sabendo que sabemos que está mentindo. Apenas... não liga. Porque sociopatas são assim.
E não sabe nem ler.
Peço desculpas de antemão; sei que o "eu já sabia!" é chato e que MUITA gente já sabia, mas eu preciso ver um fiozinho com alguns tweets ao longo dos anos. Começando com a primeira vez que citei Moro aqui no twitter:
Estava vendo as enquetes da votação de hoje e, embora todas apontem um empate técnico, com diferença de menos de 1% ora pra Carla, ora pro Rodolffo, eu infelizmente acho que Carla vai ser eliminada e com uma diferença maior do que essa. Talvez, não sei, 4%, 5%. Talvez até mais. +
Espero muito estar errado, mas acho que não estou. O que me leva a acreditar nisso é que, num mundo normal, a disputa não deveria estar nem apertada. De um lado, homofobia, bolsonarismo e um machismo que produziu uma fala repugnante ao indicar Carla; do outro...+
... uma mulher cuja principal “razão” de eliminação está associada à sua RELAÇÃO com um homem. Já vi gente dizendo que é porque ela é “trouxa”, porque lhe “falta amor-próprio” e até - minha favorita - que “é pro bem dela, pra ela sair daquela relação tóxica”.
Em 64, os militares implantaram uma ditadura sob a desculpa de estarem “salvando” o país do comunismo. Se apresentavam como garantidores da liberdade do “cidadão de bem”.
Bolsonaro já está falando em voz alta a mesma canalhice sobre “garantir a liberdade”.
Avisos não faltam.
Momentos de caos institucional são, repito, frequentemente empregados por figuras autoritárias para promover ruptura democrática.
Bolsonaro está CRIANDO propositalmente esse caos usando a pandemia e agora já está falando em voz alta que se prepara para a etapa seguinte.
Poucas vezes um golpe de estado foi anunciado previamente de modo tão ostensivo. E repetidas vezes.
Eu falei disso mais cedo, mas deu vontade de repetir de modo um pouquinho mais detalhado: essa passagem do @bbb da festa desta madrugada me impressionou muito pela inteligência e pelo instinto exibidos pelos responsáveis pelas câmeras e pelos cortes (além da agilidade no pensar).
A passagem começa com Fiuk cantando "Às vezes, no silêncio da noite" e, então, Arthur passa à sua frente sorrindo. Ele fazem um rack focus rápido, mudando o foco de Fiuk, ao fundo, para Arthur - e estabelecendo este como centro da "cena".
Então, há um corte pra Carla olhando (aparentemente) pra Arthur e sorrindo - e eles fazem um zoom rápido na atriz. Aqui duas coisas acontecem ao mesmo tempo: eles estabelecem um raccord de olhar entre Arthur e Carla (que veremos ser falso) e o zoom sugere atenção de Arthur nela.
Se vocês querem aprender uma lição importante enquanto há tempo, vejam o que aconteceu ontem nos EUA, quando um homem branco matou oito pessoas - várias asiáticas.
Os crimes de ódio contra asiáticos nos EUA têm crescido de modo alarmante nos últimos meses. E por quê?
Porque a retórica de Trump e dos republicanos tem sido de demonização absoluta dos chineses - e, para os brancos trumpistas, qualquer asiático é chinês.
Os chineses são “responsáveis pela pandemia”, são “comunistas”, são “imigrantes tomando empregos de americanos”.
Soma-se a isto a cultura de armas dos EUA, onde comprar uma arma de fogo é tão fácil quanto comprar um saco de arroz (especialmente em alguns estados).
Armas em abundância + demonização de grupos específicos + polarização = tragédia anunciada.