O Brasil passou 300 mil óbitos registrados por COVID e uma mortalidade de 2,5%. Já nosso exército se prepara para 3a onda e tem uma mortalidade de menos de 0,13%.
Teste, rastreio de contato e distanciamento. Segue um fio.
A entrevista do @em_com com o general Paulo Sérgio, responsável pelo setor de recursos humanos do Exército, é excelente para entender como se coordenaram nacionalmente para manter 700 mil pessoas protegidas da COVID. em.com.br/app/noticia/po…
Ninguém chamado de maricas:
"Autoridade máxima de saúde no Exército, o general Paulo Sérgio conta que a Força entrou em uma espécie de lockdown, em que integrantes de grupos de risco foram enviados para home office e cerimônias militares acabaram suspensas em todos os quartéis."
Conscientização desde 2020:"O Exército, por exemplo, baixou recomendações administrativas claras, com relação à prevenção mais especificamente. A partir dali, foi uma coisa muito disciplinada, no uso da máscara, no afastamento social nos refeitórios, nos dormitórios."
Seguindo protocolos sanitários mundiais:
"Todas as medidas sanitárias, diretrizes emanadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), corroboradas pelas nossas diretorias de saúde, são rigorosamente cumpridas em nossos quartéis”
Quarentena:
"Desde a chegada ao quartel até a instrução; à noite, na hora de dormir; é o termômetro na entrada, higienização dos pés, álcool em gel, uso da máscara, distanciamento. Nós testamos praticamente todos os recrutas, quase 90%, e o índice de contaminação foi muito baixo"
Planejamento e antecedência:
"Com antecedência, compramos usina de oxigênio, cilindro e, por meio da Força Aérea Brasileira, suprimos São Gabriel, Tabatinga, Porto Velho e Manaus. Não faltou oxigênio para as organizações militares de saúde do Exército."
"Existe o temor de uma terceira onda em nível nacional?
Quando soubemos que França e Alemanha estão começando novo lockdown com esta 3a onda, imaginamos que, como ocorreu na 2a, que começa na Europa, dois meses depois se alastra por outros continentes. Temos de estar preparados"
O resultado:
"Eu acho que não tem local mais seguro para um jovem, hoje, do que dentro do quartel, pois ele está sendo acompanhado, fiscalizado sobre as medidas preventivas, instruído. Os índices de infecção são mínimos, e aqueles que se contaminam são resolvidos em internação."
@reporterenato a reportagem é sua? Parabéns, me marcou como pouquíssimo do que li pelo último ano.
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A imbecilidade dessa fala é um sinal muito claro do que nos trouxe aos 300 mil mortos até aqui. Um ministro não tem o menor pudor de inventar um fato para convencer as pessoas a saírem de casa e morrerem de COVID. Na imprensa aberta, em plena luz do dia.
Não foi nem via fake news em redes sociais. Nem usando influenciadores para mentir e depois repercutir. Nem usando notícia falsa em portais amigos. É um fato tirado do éter para corromper a confiança em uma medida fundamental quando perdemos mais de 3 mil vidas por dia.
Isso não é um erro ou uma ignorância, é um convite para as pessoas continuarem se infectando e morrendo:
Esse caso é bem conhecido em HIV. Nosso sistema imune produz anticorpos em uma combinação de variabilidade (mistura aleatória de genes) e seleção do que funciona. Uma evolução acelerada. Que em algumas pessoas, por sorte e/ou background genético, pode dar muito certo.
Geralmente são anticorpos capazes de inativar muito bem um vírus. Não quer dizer que outros não podem escapar. Em HIV são chamados de "controladores de elite" pq conseguem segurar bem o vírus. Mas tem casos de linhagens que causam doença neles.
Se não viram a entrevista da Ludhmila Hajjar na @GloboNews, vejam. O assédio que ela passou por propor medidas sanitárias razoáveis e científicas é insano. E enterra qualquer chances de vermos medidas mínimas vindo do governo federal.
E a variante P.1 certamente subiu o limiar de vacinação necessária, pois o vírus é mais transmissível. E corre o risco de interagir menos com anticorpos vacinais (papers.ssrn.com/sol3/papers.cf…).
Ou seja, nosso não combate à COVID pode sabotar a vacinação mundial a longo prazo.
A vacinação continua fundamental pra proteger vacinados e impedir o colapso do sistema de saúde, diminuindo a severidade da COVID e a necessidade de internação e UTI.
Mas se as vacinas não forem suficientes para parar completamente o coronavírus, o Brasil contribuiu pra isso.
No dia em que registramos quase 1600 mortes, fechamos um acordo de + de R$ 1 bi por uma vacina que não sabemos se funciona. Enquanto dispensamos a vacina mais usada no mundo e registrada na Anvisa e outra que só precisa de 1 dose, ambas testadas no Brasil. bbc.com/news/world-asi…
Estamos com pouquíssimas doses das vacinas já contratadas, gastando um dinheiro que não temos pra comprar uma vacina incerta enquanto dispensamos as certas e o melhor que podemos esperar é que entreguem as poucas doses no estado certo.
Temos menos de 3% da população mundial, mas 1 em cada 10 pessoas que reconhecidamente morreram de Covid no mundo morreu no Brasil, país que um dia teve um dos dez maiores PIBs do mundo.