Se o PM trabalhava em Itacaré, são 5h de carro até Salvador, com um Ferry-Boat no meio do caminho. Ele passa obrigatoriamente por 2 postos de policia rodoviária. Se ele não se apresentou com o fuzil de trabalho no batalhão, pergunta: como a PM não parou ele antes?+
Se ele não passou pelo Ferry, então foi pela BR. Ai são 2 postos de PRF no mínimo, e uma da rodoviária estadual. Por que não foi dado o alerta para que as polícias parassem um PM que levou um fuzil da guarnição? +
Disseram na imprensa que ele estava sendo seguido por viaturas antes de chegar no Farol da Barra. Pergunta-se: então a PM alertou só depois de mais de 5h da situação? Ou que outro incidente ele teria causado para chamar atenção de policiais de Salvador?+
O cara comprou a tinta para o rosto, se preparou e foi para o cartão postal da cidade. Surto num se premedita. Surto é surto. Se fosse, esse episódio teria ocorrido em Itacaré, em alguma cidade do Baixo Sul da Bahia a caminho de Salvador ou em qualquer bairro de Salvador.+
No Farol da Barra era certeza que seria filmado. Que a possibilidade de uma execução dele diminuiria (errou feio, errou rude). Era um panfletário, alguém em busca de visibilidade para uma causa. Jogou mercadoria de ambulante fora, tem nada de apoio a trabalhador.+
Foi a própria PM-BA quem o executou. A letalidade dessa instituição acabou sendo usada contra um dos seus. Estranho que os policiais que queiram motim não conheçam esta letalidade e a julguem um absurdo. Estranho reclamarem que a própria instituição o matou.+
Por fim, discurso de Frisco (com P) montadíssimo para a oportunidade. Só lembro que ele é do PSC, que organiza uma turma bolsonarista, metido com tudo que é coisa atrapalhada - não confiem, alma sebosa, nem guanhamum consegue andar por cima.+
Ta cheio de clube de tiro de puliça na Bahia, tá cheio de pequenos espaços para difusão de um bolsonarismo armado. Os caras tão ai, conseguindo seu intento. E a gente?
A tese do surto está desde os primeiros momentos e apesar do inquérito só ser aberto nos próximos dias, o comandante da PM-BA deixa claro que é um "caso de um individuo que estava passando por um transtorno mental e estava desconectado da realidade".+ atarde.uol.com.br/bahia/salvador…
O comandante já disse que era um excelente militar. Que não foi perseguido por seu batalhão em Itacaré. Confirmando que ele prestava serviço lá. O que ainda não sabemos é: o fuzil era do policial ou do batalhão? Como foi parar tão longe? bahianoticias.com.br/noticia/257777…
Detalhe não menos importante: é aniversário de Salvador. Outro detalhe: Farol da Barra é área militar da Marinha. Inclusive quando eu vivia por Salvador sempre tinha uns soldados da Marinha lá no Farol. Filmaram, mas fizeram nada né? Deixaram rolar né?
Para quem achou que estou exagerando, eu peguei leve. Se viajou pela BA 001, foram 3 postos de polícia rodoviária (Itacaré, Valença e Vera Cruz) e 9 cidades com PM (Camamu, Igrapiúna, Ituberá, Nilo Peçanha, Taperoá, Valença, Nazaré e Vera Cruz) que poderiam tê-lo parado.
Confirmação: ele estava em serviço ontem em Itacaré. Então o Batalhão poderia sim ter avisado sobre o desaparecimento de um policial em serviço e com um fuzil. Se fez, vacilou os postos e os batalhões de 9 municípios. Se não, incompetência ou projeto? bahianoticias.com.br/noticia/257779…
Outra coisa que foi estranho foi a PM dando tiros para cima na Barra (zona rica da cidade) para afastar a imprensa. Eu posso dizer, se tem uma galera que não apanha da PM-BA é a imprensa. atarde.uol.com.br/bahia/salvador…
Opa opa... "Weslei estava há 13 anos na corporação e nunca tinha acionado os serviços de psicologia da corporção, segundo o comandante". Tá, homens não procuram se cuidar, eu sei. Mas ai já é pra achar estranho a tese de surto. correio24horas.com.br/noticia/nid/pm…
Os profissionais de saúde mental estão me dizendo que pode ser um surto. Ok, pode ser. Mas são 9 cidades que o cara passou no mínimo, com um fuzil da guarnição, e não foi parado. Incompetência ou o que? Se ele tirou serviço na rua, sua dupla não informou ao batalhão? oxe.
Gente, se vocês querem acreditar que é um surto, tudo bem. Só que no primeiro vídeo que apareceu no twitter, já falavam que o cara tava em surto. A gente primeiro precisa desconfiar para poder checar, né? Meter na doença mental e não na ideologia também é foda né?
Gente, vou desativar as notificações pq ficou impraticável de acompanhar e eu tou cheio de coisa para fazer. Qualquer coisa, troca ideia na DM ou em outra postagem minha sobre esse caso. Abraços!
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Desde quando comecei a frequentar as rodas de capoeira angola e depois os terreiros de candomblé, uma expressão comum martelava: só passa axé quem tem axé. Essa é uma sabedoria de como transmitir a tradição ao futuro de maneira desalienada, direta, mestre a discípulo.+
De alguma forma nós reproduzimos isto no meio das esquerdas quando valorizamos escritos de Chê, Lenin, Fidel, Mao, Ho Chi Minh, SCI Marcos, Sankara, etc. Ou seja, lemos os escritos revolucionários daqueles que fizeram a seus modos suas revoluções e aprenderam com elas.+
Contudo, também, sempre rolou muitos intelectuais que não vivenciaram muita coisa, não participaram das lutas de seus tempo, ficaram nos gabinetes e ali e acolá nós aprendemos algumas coisas. O profeta Muhammad diz que o conhecimento devemos buscar até na China (no lugar longe).+
Nós ficamos felizes por uma injustiça ser parcialmente desfeita - Lula pegou cana e foi impedido de usar seus direitos políticos, por tanto, alguéns deveriam ser penalizados por terem feito isto. Mas eu penso logo: que tipo de arte do cão trama a burguesia contra nós?+
Para mim vem mais um ciclo de de ilusões. Ilusão do campo democrático-popular, no petismo, na democracia burguesa, nas eleições, enfim. E com tudo isto há que ter a certeza absoluta: a burguesia tem projeto de poder e não envolve romper a desigualdade que estrutura o BR.+
O mau governo e muitos militares estão cometendo genocídio. O golpe dado em 2016 não foi derrubado pelo povo. Se houver uma transição pacífica será, evidentemente, com todo perdão pelas perversidades do mau governo. Isso não é paz.+
Uma coisa tb que ficou muito evidente para mim é que a galera tem uma formação política para o debate racial rasa como um pires (de cabeça para baixo), mas eficaz para este modelo de redes. Você mete uns termos pré-fabricados, uma emulação de altivez e estética. Cabô.+
O problema que um pouco mais de olhar sobre o processo e as contradições vão do não domínio de conceito básico e/ou história até não conseguir extrair da experiência registrada como lidar com situações de subalternização e de ódio racial. É tudo superficial.+
Quando a gente se expõe ao trabalho de base, com as comunidades e mesmo se coloca como aprendizes das lideranças, vamos percebendo que estes termos pré-fabricados podem dar lugar ao silêncio diante da dor, à escuta sensível e à postura de combate que nasce das coisas simples.+
Antes deste modelo de agricultura industrial houve toda uma cultura de difusão de como viver na cidade era moderno, desenvolvido, culturalmente mais avançado. Pq antes de tomar a terra, é preciso enfraquecer a resistência e isso começa pelo imaginário, pela cultura.+
Quando falamos em êxodo rural, nós associamos a secas, paisagens castigadas, mas falamos pouco do papel do rádio e da TV, por um lado, e da violência e autoritarismo dos fazendeiros, por outro. A operação de força precisa e financia a operação ideológica, cultural.+
Quem é do interior sabe que muitos políticos profissionais são ao mesmo tempo donos de terras e dos meios de comunicação local. Quando não o são, estão ligados por parentescos ou afiliação política. Eu trabalhei com jornais em meados do século XX, aquilo era uma operação.+
se eu num tivesse num BR fodido de fome, fascismo, genocídio preto e indígena, eu até estendia minha mão e preocupação com o nazismo no EUA. Mas daqui, o que posso fazer? Combater os daqui, né?! E só se faz impedindo eles de cativarem mais gente pobre.+
O @detetivevsilva esteve escrevendo textos sobre como os pobres daqui estão embarcando na ação direta, em manifestações, contra o lockdown em várias cidades e sendo abraçados, é claro, pelos comerciantes e sua política de morte.+
Estão errados em lutar contra as medidas sanitárias? Veja, muitos deles estão entre duas possibilidades de morte: pela fome e toda desgraçada da ausência de renda; ou pela COVID-19. É uma decisão no meio do completo desamparo. Não dá para a gente criticar muito.+
Quando eu comecei aqui na rede falando sobre voltar à terra, uma turma de intelectuais de esquerda, algumas pessoas até com história de vida na periferia, fez cada crítica como se fosse um absurdo, como se ninguém tivesse tempo para isso pq estava sobrevivendo, etc.+
Quando nós soltamos a convocatória do Quilombo Terra Livre, recebemos gente de todas as regiões do Brasil interessados. E claro, muita gente tá muito longe da Bahia para poder vir. Estamos ouvindo histórias de vida dolorosas em que a terra será de fato liberdade.+
Ouvimos muita disposição de gente da cidade para aprender a lidar com a terra, respeitar o bioma e trabalhar com habilidades urbanas na construção de uma nova comunidade. E muita gente disposta a tomar um meio de produção do latifúndio. Isto é fundamental.+