O Bolsonarismo, nesse momento, sofre de uma doença autoimune que, tudo indica, entrou numa espécie de estado terminal. As demissões, parece, apontam para um espécie de autofagia: um isolamento coordenado pelos bolsolavistas.
O problema é que, diante do contexto, isso pode causar uma queda "prematura" do governo (o conflito com o Clube Militar e militares da ativa se aprofundou com a história do Mel*nci* G*ate) ou uma sobrevida do governo e uma radicalização de suas bases.
A queda do Ernesto Araújo foi um golpe certeiro no bolsolavismo, o que estamos vendo, parece, é a resposta. Bolsonaro está tratorando seus desafetos intestinos enquanto seus aliados promovem a radicalização.
Não acho que Bolsonaro tenha forças para capitanear um golpe nos moldes tradicionais, mas tem base popular e institucional para instaurar um clima de caos social, com direito a atuação de grupos paramilitares.
E este é o meu medo: como fica o "guardinha da esquina" nesse novo contexto?
Para se ter uma ideia do que vem por aí, Anderson Torres está sendo cotado para assumir o MJ, Anderson é um nome muito próximo do 02 (e por isso bem visto entre os bolsolavistas). O passado do sujeito tem uma acusação de tortura
Segundo a acusação, em 2007, os policiais sequestraram e torturaram dois rapazes suspeitos de cometerem um furto na casa do casal Matsuuchi, em Brasília. A denúncia também afirma que o delegado Anderson Torres abriu uma investigação paralela sobre o crime...
Como eu disse, quem não está com medo não está prestando atenção.
Obviamente este será o tema da live de amanhã na twtich (10:00).
Uma história de torturas, genocídios e execuções não se celebra, se lamenta. #DitaduraNuncaMais
Os militares querem falar de história? Então vamos falar de história, vamos falar dos pelo menos dez mil indígenas mortos por conta das ações diretas do regime?
Vamos falar das inúmeras pessoas que foram mortas no campo em nome do projeto militar? Da estrutura fundiária assassina que o regime implementou e defendeu?
O pior de tudo é saber que o bem da população brasileira não é, e nunca foi, a causa de todo esse imbróglio. Mais de 300 mil mortos, economia destruída e os militares só resolveram "mandar um recado" quando Bolsonaro resolveu intervir nas FA.
Esse foi basicamente o tema da live da twitch de hoje, sobre como esse conflito entre as FA e o Governo é uma disputa de poder e não uma discordância no que diz respeito ao projeto político.
Véspera das comemorações do golpe de 64, políticos bolsonaristas clamando por um motim policial. Em Brasília o ministro da defesa pede demissão alegando ter preservado "as Forças Armadas como instituições de Estado."
Quem não está com medo não está prestando atenção.
Quem viu a minha live na twitch hoje viu que eu estava falando exatamente disso. Tá rolando um esforço coordenado de radicalização das bases bolsonaristas usando o episódio na Bahia.
Não se deixem enganar, isso é antes de tudo um ato desesperado de um movimento que está colapsando, uma última medida, uma tentativa de ganhar alguma tração popular por meio de uma narrativa absurda.
Na nossa live de amanhã, entre outras coisas, vamos falar sobre a tentativa (natimorta) de contra-ataque do Ernesto Araújo (e dos bolsolavistas). Ainda, quem são, do que se alimentam, o que pensam estes que (ainda) compõe o núcleo duro do bolsonarismo.
Passou um comentário na TL sobre o pedido da Pam Keith de intervenção internacional no Brasil que eu só posso rir: basicamente um "quem poderia imaginar que os políticos democratas compartilham da mesma sanha imperialista dos republicanos?" e não era irônico.
Lembram dos drones do Obama mandando abraços e beijos para os cidadãos do Afeganistão? Ou dos bombardeios de rosas no Iraque ordenados pelo Clinton?
Sempre bom lembrar que os EUA adoram usar argumentos "humanistas" e progressistas para invadir e destruir outros países. A ladainha é sempre a mesma, não muda o disco, independente do partido.