Olá, pessoal! Em novembro fizemos um estudo para o @JornalOGlobo onde mostramos que os jovens estavam sendo cada vez mais significativos dentre os novos casos de COVID-19. Agora atualizamos esse estudo! Sigam o fio: 🧶 //1
A matéria original é esta aqui: oglobo.globo.com/sociedade/coro… //2
Nela, percebemos que entre os PCRs positivos de cada dia, os jovens vinham ganhando espaço, mês a mês. Estes são os gráficos da matéria. Vejam que desde o início da epidemia de COVID-19 no Brasil os idosos vinham perdendo espaço para os jovens dentre os positivos: //3
Qual foi o método utilizado para este cálculo? Pegamos todos os testes PCRs no SIVEP (que tem as notificações de SRAG, ou seja, Síndrome Respiratória Aguda Grave) e no eSUS, que tem as notificações de síndrome gripal. //4
Então o SIVEP tem casos graves e o eSUS tem casos leves. São todos os casos do país? Não! Mas a quantidade nos permite entender o que está acontecendo com cada faixa etária! Para entender como cada faixa etária vinha "caminhando" ao longo do tempo, calculamos a positividade. //5
Ao calcular os PCRs positivos para COVID-19 dentre os PCRs totais executados a cada dia para cada faixa etária, percebemos se há ou não tendências de aumento e queda para cada uma delas! //6
Vejam a positividade total do Brasil (SIVEP + eSUS até 04/03), como é absurda, e como nunca caiu a níveis sustentados a ponto de pensarmos em flexibilizar, como foi feito em setembro. Aqui mostra bem como voltou a aumentar: //7
E nas faixas etárias? O que importa aqui é a tendência. Como são muitos casos, o percentual fica baixo, então é importante ver se está aumentando, estável ou caindo ao longo do tempo. Para zero a quatro anos, está com leve tendência de aumento de 01/11/2020 até 04/03/2021: //8
Cinco a nove anos vinha em queda e começou a ter um leve aumento a partir de fevereiro/2021, mas que já preocupa, pela exposição das crianças ao vírus: //9
Para 10 a 14 anos, tendência de aumento leve mas constante desde 01/11/2020 (pegamos esta data pois a matéria feita para O Globo ia até 23/11/2020): //10
Pa a faixa de 15 a 19 anos, aumento mais pronunciado, mostrando uma exposição maior dessa faixa etária ao vírus, algo que preocupa pois, mesmo que os sintomas sejam menores, aumentando a quantidade de expostos, aumenta a quantidade de graves. //11
Já 20 a 29 anos, que vinha subindo até o final de novembro, agora vem em uma tendência de queda (é sempre importante lembrar que para uma ou mais faixas etárias subirem, uma ou mais têm de cair, pois são os PCRs positivos em relação ao total), então um ocupa o lugar do outro.//12
30 a 39 anos que vinha estável agora está em tendência de queda também. //13
40 a 49 anos vem com uma leve tendência de aumento de novembro até fevereiro, e em fevereiro dá uma leve caída. Isso pode ser também atraso de digitação, mas pegamos os dados da última SIVEP e eSUS, e voltamos até 04/03/2021 para tentar compensar isso. //14
Para a faixa de 50 a 59 anos, também uma leve tendência de aumento: //15
Nas três faixas de idosos (60 a 69, 70 a 79 e 80+) vemos uma oscilação maior, mas com tendência de aumento: //16
O que queremos mostrar: não há nenhuma alteração significativa que nos mostre nem saltos grandes ou quedas grandes em nenhuma faixa etária. A exposição das pessoas ao vírus em alta quantidade está causando este aumento que vem sendo sustentado desde o final de setembro.//17
E o relato dos médicos que estão na linha de frente de que existem pacientes mais jovens mais graves? Totalmente válido! Uma alteração pequena em percentual em um grande número de pessoas gera MUITOS doentes, e pode mudar sim o perfil hospitalar. Importante deixar claro. //18
Ainda é cedo para termos qualquer resultado de vacinação, pois o que buscamos é a cobertura vacinal, e isso ainda levará um tempo para acontecer. O contágio, pelo contrário, está acontecendo AGORA. //19
Precisamos, então do seguinte:
- Reduzir ao máximo a mobilidade através de medidas de restrição;
- Dar auxílio a quem sofre com estas medidas;
- Desacelerar o crescimento e transformá-lo em queda;
- Vacinar MUITO, MUITO, MUITO. //20
Para que isso aconteça, temos de agir em sociedade, com união. Nossas lideranças tem de tomar as decisões corretas e nós, enquanto sociedade, temos de entender a gravidade da situação e não ir viajar, se encontrar com amigos ou familiares que não moram junto. Não é o momento.//21
Aqui o link para um PDF que mostra o método utilizado e também dá acesso ao código fonte e aos gráficos, em uma plataforma interativa para consulta de todos: drive.google.com/file/d/1FlN0AL…
//22
Este trabalho foi feito em conjunto por @loezerl e @schrarstzhaupt. //fim

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26 Mar
Muitas pessoas recuperadas da COVID-19 podem ainda sentir consequências da infecção. É o que estamos conhecendo na COVID longa. Mas afinal, o que é e o que sabemos sobre isso? E sobre reinfecções em pessoas recuperadas?

Fiozinho feito por @andremelo51 @pamgguimaraes @thomazaw 🧶
Mesmo após um ano do início da pandemia no país, ainda há quem insista em chamar a COVID-19 de gripezinha. Neste fio queremos fazer novamente um alerta sobre as complicações que esta doença traz, inclusive após a recuperação dos pacientes infectados.
De início, precisamos relembrar que o SARS-CoV-2 não é um vírus que ataca somente o sistema respiratório. Ele assemelha-se muito mais aos coronavírus causadores dos surtos de SARS e MERS do que aos grupos de vírus causadores dos resfriados comuns.
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22 Jan
Hoje vimos várias reportagens falando sobre um “estudo que mostra que a Ivermectina reduz 75% das mortes”, e novamente nos vimos obrigados a comentar a respeito. Sigam o fio! 🧶 //1
O estudo da Universidade de Liverpool, cujo autor é o Dr. Andrew Hill, acabou sendo publicado no Financial Times, mas possui muitos pontos que impedem qualquer tomada de decisão a partir dele, e é nosso dever demonstrar quais são estes pontos. //2
1. O estudo é um preprint: isso quer dizer que o estudo foi publicado sem ser revisado por pares ou, em linguagem mais comum, “conferido por pessoas de fora”. Assim, esse estudo já serve apenas para que as pessoas analisem a sua qualidade, sem tomada de decisão; //3
Read 18 tweets
23 Dec 20
Ivermectina: será mesmo a droga milagrosa? - 🧶

Autores: Larissa Brussa Reis (@laribrussa); Mateus Falco (@mateuslfalco)

Revisores: Isaac Schrarstzhaupt (@schrarstzhaupt); Marcelo Bragatte(@marcelobragatte)
Ivermectina é um vermífugo usado no tratamento de vários tipos de infestações por parasitas dentre elas: sarna, oncocercose (uma doença parasitária causada pela infecção da lombriga Onchocerca volvulus), ascaridíase e filaríase linfática.
Ela é o fármaco (princípio ativo) de um medicamento responsável por uma das maiores intervenções de saúde em países africanos e da América Latina nos últimos 40 anos [1].
Read 6 tweets
22 Dec 20
Participantes de testes das vacinas para a COVID-19: a questão dos placebos - 🧶

Autor: Larissa Brussa Reis (@laribrussa)

Revisores: Mel Markoski (@melmarkoski), Isaac Schrarstzhaupt (@schrarstzhaupt), Marcelo Bragatte (@MarceloBragatte)
Imagem extraída da cartilha dos direitos dos participantes de pesquisa da Comissão Nacional de ética em pesquisa (Conep). www2.ufjf.br/comitedeetica/…
Vamos falar um pouquinho sobre os participantes de uma pesquisa? Com essa questão dos testes de fase 3 das vacinas para COVID-19 se tem falado muito sobre assuntos como Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
Read 6 tweets
11 Dec 20
Nosso time de especialistas elaboru 3 textos de assuntos recorrentes da COVID-19:

Quando devo testar? Assintomáticos transmitem? Como são as sequelas da COVID-19 e o que é COVID Longa?

Acompanhe os links abaixo 🚀
Autor: Isaac Schrarstzhaupt (@schrarstzhaupt)

Revisão: Melissa Markoski (@melmarkoski), Mellanie Fontes-Dutra (@mellziland)

redeaanalisecovid.wordpress.com/2020/12/04/qua…
Autora: Larissa Brussa Reis (@laribrussa)

Revisores: Mateus Falco (@mateuslfalco) e Mellanie Fontes-Dutra (@mellziland)

redeaanalisecovid.wordpress.com/2020/12/07/o-q…
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3 Dec 20
Vacinas NÃO são mais perigosas que os vírus

Dentre as várias informações falsas circulando por aí, algumas além de absurdas são nocivas, como as que inventam mentiras a respeito de vacinas com intuito de deixar pessoas receosas na hora de tomar.

Acompanhe o fio!
Essas desinformações acabam encontrando impulsionamento entre pessoas ingênuas, menos informadas ou até mesmo de índole duvidosa.
Uma delas que está circulando recentemente (e que não vamos reproduzir aqui) fala que a chance de morrer tomando a vacina é maior que a chance de morrer pela COVID-19, trazendo dados que confundem eficácia com letalidade.
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