Dentre as várias informações falsas circulando por aí, algumas além de absurdas são nocivas, como as que inventam mentiras a respeito de vacinas com intuito de deixar pessoas receosas na hora de tomar.
Acompanhe o fio!
Essas desinformações acabam encontrando impulsionamento entre pessoas ingênuas, menos informadas ou até mesmo de índole duvidosa.
Uma delas que está circulando recentemente (e que não vamos reproduzir aqui) fala que a chance de morrer tomando a vacina é maior que a chance de morrer pela COVID-19, trazendo dados que confundem eficácia com letalidade.
Caso vocês estejam com dificuldade para explicar isso a seus pais (como é o caso do @schrarstzhaupt), trazemos alguns dados e matemática simples, para mostrar que a chance de morrer pela vacina não é maior de jeito nenhum, vejam:
Sem vacina:
1000 entram em contato com a doença
1000 se infectam
800 se curam sozinhos
200 ficam com sintomas
Desses 200, 50 vão pro hospital e internam na UTI
Desses 50, 10 podem morrer
Com vacina:
1000 vacinados entram em contato com a doença
80 se infectam
64 se curam sozinhos
16 ficam com sintomas
Desses 16, quatro vão para o hospital e internam na UTI
Desses quatro, 0,04 podem morrer (250 vezes menos)
Usamos os seguintes percentuais:
92% de eficácia da vacina
80% de cura espontânea
20% de sintomas mais pronunciados
5% de UTI
1% de letalidade
Assim, a porcentagem de EFICÁCIA de uma vacina refere-se a sua capacidade de tratamento, não tendo nenhuma relação com a letalidade da doença. É muito importante ressaltar que a primeira característica de uma vacina efetiva é a SEGURANÇA e principalmente, NÃO CAUSAR A MORTE.
Por isso são feitos centenas de testes, em diferentes fases de estudo, para garantir essas duas características. Se uma vacina não atende essas características, ela deixa de ser uma vacina.
Além disso, temos sempre de lembrar que, quando muitas pessoas saudáveis tomam uma vacina, cria-se uma imunidade coletiva que permite estender essa proteção àquelas pessoas que não podem tomá-la por problemas específicos de saúde, reduzindo ainda mais a mortalidade.
Se tratando das vacinas para COVID-19 que estão sendo testadas para uso nas populações, as vacinas de RNA mensageiro serão as primeiras a serem aprovadas e utilizadas nos próximos meses (Reino Unido iniciando suas campanhas de vacinação já na próxima semana).
Biologicamente, as vacinas de RNA mensageiro têm se mostrado muito seguras. A @mellziland nos mostra: o histórico completo que culminou nessa tecnologia, que já vem sendo estudada há alguns anos, pode ser conferido aqui:
Alguns pontos que merecem destaque sobre essas vacinas::
1- SEGURANÇA: como o RNA mensageiro é um constituinte não infeccioso e não integrador (ou seja, não se incorpora no nosso material genético), não há risco potencial de infecção ou mutações no nosso material genético.
2- O RNA mensageiro é uma molécula bastante instável, degradada por processos celulares naturais, e sua presença nas células pode ser regulada para otimizar essa estabilidade
3- A imunogenicidade do RNA mensageiro (a capacidade que ele tem de estimular uma resposta imunológica) pode ser atenuada, o que aumenta ainda mais o perfil de segurança.
4- A partícula que carrega o RNA mensageiro desencadeia uma resposta muito baixa em quem a recebe, fazendo com que as vacinas de RNA possam ser administradas repetidamente.
5- As vacinas de RNA mensageiro podem ser produzidas de forma rápida e com um alto rendimento, graças às inovações tecnológicas
Pesquisas seguem sendo realizadas para outros agentes infecciosos, não apenas o SARS-CoV-2: Zika Vírus, vírus Ebola nature.com/articles/nrd.2…
Muitas pessoas ficam hesitantes em relação a essa vacina em virtude da imensa desinformação sobre o tema, como a informação falsa que costuma circular de que “RNA podem induzir mutações nos nossos genes/DNA”. Mas isso não é verdade!
O RNA contido na formulação da vacina tem a informação de uma parte do RNA do vírus, e ele não tem a capacidade de realizar qualquer modificação no DNA da célula humana.
O DNA está localizado no núcleo da célula, e o RNA da vacina não tem capacidade de ir até essa região da célula.
O RNA da vacina é diferente do RNA que é produzido pela própria célula, que tem origem no nosso DNA e carrega uma mensagem para fora do núcleo, ordenando a produção de proteínas importantes.
O RNA da vacina, por vir de fora do corpo, não acessa em momento algum o nosso DNA e quando cumpre seu papel em instruir a produção de uma proteína, ele é rapidamente destruído.
Aqui tem um fio da @dogarrett explicando em detalhamento que É FALSO que RNA de vacinas modifiquem o DNA
Estamos em novembro de 2020, convivendo há cerca de 8 meses com a pandemia da COVID-19, decretada em março de 2020 pela OMS, com seu epicentro (local de início da transmissão da doença) em Wuhan, na China, no ano de 2019.
Placar do estádio Mineirão em 2014. Foto: Reuters.
Mesmo com quase nove meses de epidemia do novo coronavírus no Brasil, ainda não há uma forma padrão e concisa de divulgação dos dados relativos a ela. Cada pessoa parece ou ter uma certeza absoluta sobre o ponto em que nos encontramos, ou está em completa dúvida.
Um dos motivos pelo qual isso está acontecendo é a não escolha de um indicador padrão de acompanhamento.
O que é um indicador padrão de acompanhamento? É aquele que, ao ser demonstrado, entrega à pessoa rapidamente qual a situação.
Há tempos estamos fazendo análises para tentar entender qual poderia ser o número real de óbitos por COVID-19 no Brasil. Sabemos que temos subnotificação, e muitos diagnósticos acabam ficando para trás.
Sigam o fio para entender - 🧶
No Brasil, temos um banco de dados de vigilância epidemiológica chamado de SIVEP-GRIPE, que possui as notificações de todos os óbitos por SRAG (síndrome respiratória aguda grave), independente de causa.
Ao analisar os óbitos por SRAG, percebemos que o número é muito, muito grande: Até dia 01/11/2020, temos 229.162 óbitos por SRAG no Brasil. Dentro deste número, temos os confirmados por COVID-19.
Revisores: Angel Miríade (@myriad_angel), Mellanie F. Dutra (@mellziland), André Luis M. Sales (@andremelo51)
Após mais de 6 meses de pandemia, continuamos vivendo em uma situação de isolamento precário, sem um controle adequado de distanciamento físico, de higienização, uso de máscaras, com reaberturas em situações não ideais de diversas atividades.
Isso trouxe como consequência o alongamento da situação de pandemia no Brasil, e, possivelmente, os casos não aumentaram de maneira exponencial, devido à existência de uma parcela considerável da população que mantém um isolamento mais restrito.
Time de revisores: Larissa Brussa Reis (@laribrussa), Angel Miríade (@myriad_angel)Larissa Brussa Reis (@laribrussa), Angel Miríade (@myriad_angel), Marcelo Bragatte (@marcelobragatte)
Grávidas e recém-nascidos estão entre os grupos de risco para a COVID-19. Isso porque o novo coronavírus infecta preferencialmente células epiteliais alveolares tipo II (tipos de células que se localizam no interior dos nossos pulmões)
através da ligação do vírus a um receptor chamado ACE-2, do inglês angiotensin converting enzyme-2. A ACE-2 está altamente presente em células de diferentes tecidos, incluindo vários tecidos fora dos pulmões, como coração, vasos sanguíneos, rins, intestino, cérebro e na placenta