A Polícia Militar de MG usa indiretamente um suposto estudo de 1889 (sim, mil e OITOcentos) para recomendar o uso da hidroxicloroquina contra a covid.
Calma, só um segundo para falar do grau de asneira cientfíca que a PM-MG está divulgado👇
O documento, que obtive graças à @luizacaires3, usa um site obscuro que lista estudos aleatórios para concluir que a cloroquina funciona. Entre eles estudos pré-Covid.
O site não tem autor, mas tem um botão que te faz compartilhar diretamente fakes no Twitter.👇
Mais que isso, a única autoria possível é de uma conta do twitter que foir suspensa por compartilhar conteúdo falso sobre covid.
Mas não acaba por aí.👇
A PM fala sobre a teoria da "Perda de uma Chance" para defender o direito do paciente de ser tratado com cloroquina.
É dificil resumir o quão nonsense é isso, mas fico imaginando: qual é a chance que o paciente perdeu? A de arrebentar o próprio fígado c medicamentos impróprios?
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O que o banimento do Trump, QAnon e afins significa para nós?
Com certeza, a internet dos anos 20 será muito daquela que a antecedeu- e a nossa experiência on-line será outra.
Segue um fio sobre a transformação da internet e tendências. 🧵👇🏽
2. A internet surgiu marcada como um mero meio de comunicação. Era o espaço da livre circulação de ideias. Em 1996, Barlow declarou que a internet seria o domínio exclusivo da mente.
Aqui, cada um diria o que bem entendesse. Era o território das ideias livres.
3. Essa ideologia era a visão que reinou na internet durante anos. Nos anos 2000, percebeu-se que a internet não era terra sem lei. Os estados poderiam fazer valer a lei ordenando as empresas de tecnologia e as empresas de telecomunicação.
Mais que uma questão de saúde pública, a pandemia é um fenômeno econômico e social. O seu surgimento é fruto direto do modelo econômico que adotamos, assim como é a sua gestão política.
Segue o fio.(1/8)🧵
O capitalismo contemporâneo é marcado pela hiperconectividade. Isso gera flexibilização da ocupação do espaço por conta das complexas e eficientes cadeias de produção e telecomunicação.
Todo lugar é aqui.
Compre da China via internet. Faça um skype com a Alemanha.
Não à toa, em poucos meses um vírus que estava em um animal silvestre na periferia rural chinesa se alastrou pelo mundo.
Hoje, trocamos as variantes do mesmo virus com igual velocidade, apesar de todas as restrições de viagem.
Usando a base de dados da @factchecknet, conduzimos um estudo comparativo sobre desinformação em 129 países. O problema é mundial, no Brasil o cenário é mais grave.
Nossa pesquisa que virou matéria da @camposmello. Fio (1/6)👇
2) Identificamos que o Brasil e a Índia estão isolados no conteúdo da sua desinformação. Ou seja, as fake news que rodam nesses países é diferente daquelas que rodam no resto do mundo. O mundo segue padrões regionais, ondas que vão e vêm de teorias que surgem e são desmentidas.🌎
3) No Brasil, o debate público é empacou mesmos temas. O resto do mundo conseguiu superar essas questões, enquanto o Brasil se viu travado nos mesmo temas: cloroquina, ivermectina, azitromicina.💊
Ou seja, o que é superado no mundo se se estagnou aqui.
Na semana passada o NY Times relatou o caso de um homem que foi identificado erroneamente pelo reconhecimento facial da polícia. Passou a noite na delegacia à toa.
Não é o único caso e nem de longe o mais grave. Fio
Os problemas de decisões automatizadas vêm recebendo pouca atenção no Brasil.
Nos EUA já tivemos algoritmos até sendo usados no sentenciamento criminal.
Mas a máquina é imparcial, né?
Não. É racista. Negros recebiam sentenças mais duras que brancos.
Os exemplos são muitos. Desde a concessão de vistos para entrar no Reino Unido, até o uso de inteligência artificial para estimar a sua receita anual.
Precisamos pensar em como sistemas automatizados moldam como usamos nossos direitos.