Bolsonaro agora a pouco na cúpula do clima reafirma metas já estabelecidas (em % e não em termos absolutos), mas aludiu que o fim do desmatamento ilegal ate 2030 poderia reduzir as emissões do Brasil em mais de 50%. Seria a indicação de uma nova NDC?
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Também prometeu dobrar orçamento para fiscalização. Mas seria também para contratar fiscais? Mas vale lembrar que a maior trava da fiscalização é a gestão Salles, e a serie de normativas que dificultam o trabalho dos agentes. Com #FicaSalles será difícil reduzir desmatamento.
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Finalmente, indica que irá antecipar meta de neutralização de carbono para 2050 (sem aludir diretamente para condicionantes financeiras), saindo na frente da China. É uma boa indicação, mas estamos atrasados. Basta olhar para os leilões da ANEEL de fontes fosseis.
Errata: Bolsonaro disse que acabar com desmatamento ilegal vai legar a "quase 50%". Será que ele entende que 43% é quase 50%?
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Está incorreta a afirmação do Presidente @jairbolsonaro na Cúpula do Clima que o Brasil só é responsável por 1% das emissões históricas. Provavelmente consideraram somente a queima de combustíveis fosseis, mas temos que somar as emissões do desmatamento.
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Brasil perdeu (principalmente após 1850) quase metade do cerrado e 80% da Mata Atlântica e 20% da Amazônia, e esse CO2 continua na atmosfera causando as mudanças climáticas.
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Um estudo publicado na prestigiosa Environmental Research Letters calcula que o Brasil é o 4o país que mais contribuiu com o aquecimento global, perdendo por pouco para a China em termos absolutos. Mas na conta "per capita" somos 5x mais culpados que o chineses.
O aumento do desmatamento não é acidental. Salles quebrou a "industria das multas" realizando três ações cirúrgicas que interferem no coração do IBAMA: 1) redução da fiscalização 2) criação de núcleos de conciliação 3) mudança do rito administrativo dos autos de infração
1) Para reduzir a fiscalização Salles substituiu gestores experientes de carreira por indicados políticos (a maioria da PM de SP), sem conhecimento da área. Isso juntamente com a redução do orçamento diminuiu a capacidade de atuação do IBAMA. É incompetência "by design".
2) Após receber a multa o infrator precisava pagar um advogado para recorrer. Mas graças às mudanças feitas por Salles isso é é necessário após uma reunião do núcleo de conciliação. Criminosos ganham tempo e fiscais que poderiam estar combatendo o desmatamento ficam no escritório
@rSallesmma tem afirmado que a contribuição do Brasil às mudanças climáticas é irrelevante, e que o mundo precisa pagar para o Brasil, mesmo com o desmatamento e emissões crescentes nos últimos anos.
Não é isso que mostra a literatura científica.
Salles: Brasil só contribui com 3% das emissões globais anuais e históricas.
Por causa do desmatamento estima-se que historicamente o país contribuiu com 7% do aquecimento, sendo o 4o pior país do mundo (à frente da Índia que tem 4x maior).
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O desmatamento também está levando à savanização da Amazônia, detonando uma "bomba" de gases de efeito estufa de 90 gigatoneladas, quase 20 anos de emissões anuais dos EUA.
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@rsallesmma sugere que o principal fator do desmatamento na Amazônia é a pobreza. Além de falsa, essa afirmação acaba contribuindo para o aumento da destruição ambiental ao desviar a atenção dos verdadeiros culpados.
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Desmatar custa caro: em média R$ 1 mil por hectare. Portanto, produtores pobres, que só contam com a própria mão de obra, não conseguem abrir grandes áreas. Dados do PRODES mostram que desmatamentos feitos em blocos de até 6.25 ha não superaram 7% da área desmatada total.
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Mesmo se considerarmos os blocos de 6-25ha (que já demandam investimentos significativos), a soma não superou os 3.8 mil km2.
Por outro lado, o culpado pelo aumento do desmatamento total nos últimos anos tem sido principalmente os blocos de 25-100 ha e maiores de 100ha.
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Muitos do agro apostam que as reclamações ambientais são "mimimi" de Europeu, e que o Brasil tem mercado garantido na China. Vão perder a aposta.
Altos funcionários da Min do Meio Ambiente chinês e a ONG @WRIClimate publicaram um relatório com indicação de medidas duras. +
O relatório reconhece que a China contribui para o desmatamento global ao ser o maior comprador de soja e carne, e indica em uma figura o aumento do desmatamento ligado às commodities no Brasil e Indonesia. O alvo do recado está claro. +
Cita leis do EUA e Europa que proíbem importação de madeira ilegal e a nova lei Chinesa que faz o mesmo. O mais importante é que o documento propõe que o WTO e acordos comerciais tenham clausulas para o monitoramento de cadeias e desmatamento zero (i.e. green supply chains).+
A proibição da venda de terras para estrangeiros é um dos poucos temas que geram convergência entre nacionalistas e ambientalistas. Durante as eleições Bolsonaro foi contra tb.
Tudo mudou com a aprovação 15/12 no Senado de um PL com apoio do governo.
O PL 2963/2019 proíbe ONGs de comprarem terras, diferente de outros países vizinhos e nos EUA onde compra de terras para conservação é comum. Agora, se uma empresa voltada para o lucro comprar terras para desmatar, aí tudo bem.
Também existem limitações de compra de terra na Amazônia "em áreas onde reserva legal é 80%". Essa definição exclui todas as áreas já consolidadas (maioria de MT e boa parte do PA) que desmataram antes de 2008 e por isso podem ter RL de 50%.