Oficialmente, a Rússia não participará dos Jogos Olímpicos de Tóquio, como punição por casos de doping.
Mas alguns atletas russos poderão competir.
Em vez de ouvir o hino do país caso ganhem o ouro, ouvirão o Concerto para Piano nº1, de Piotr Tchaikovsky, um compositor russo.
A punição foi determinada em 2019, quando a WADA, agência mundial antidoping, disse ter identificado a participação do governo russo na dopagem de seus atletas.
Serão duas Olimpíadas sem Rússia, uma de verão e outra de inverno.
Como então haverá atletas russos em Tóquio?
Eles participarão individualmente, desde que a WADA confirme que estão “limpos”, e competirão sem a bandeira da Rússia, sob o nome de “Time COR”, sigla para comitê olímpico russo.
Essa punição, porém, exclui a Rússia de participar de esportes coletivos nessas Olimpíadas.
Mas, voltando a Tchaikovsky, embora seja amplamente conhecido que ele era homossexual, o governo de Putin oficialmente "apaga" esse fato de sua história, como parte de uma narrativa homofóbica instalada no país.
O técnico Alberto Illanes foi demitido do The Strongest, da Bolívia, após a estreia com derrota em casa na Libertadores diante do Boca Juniors.
Em tese, uma situação normal no futebol.
O diferencial desse caso é que o técnico deu a entender que foi demitido por racismo.
Para explicar que racismo seria esse, é preciso dizer que a Bolívia se divide entre dois grupos de raízes étnicas distintas: os cambas e os collas.
Há também os chamados chapacos e chaqueños, de regiões mais próximas da Argentina, mas não vamos falar deles aqui.
São dois povos que se identificam de formas diferentes e têm costumes e histórias diferentes: os collas, que moram no oeste do país, mais próximos dos Andes, nas “terras altas”, e os cambas, que moram no leste, nas regiões mais florestais, nas chamadas “terras baixas”.
Você já viu um time ser campeão e se recusar a receber o troféu?
É o que pode acontecer com o Hearts, tradicional clube escocês, na segundona local.
O Hearts foi rebaixado na temporada 2019-20 da Premier League escocesa, mas considerou o rebaixamento injusto.
O campeonato foi interrompido com ainda uma boa porção por jogar. A queda foi determinada pelo fato do clube ser o lanterna no momento da parada.
Um ano depois, o clube, que é o terceiro mais tradicional da Escócia atrás apenas da dupla Celtic e Rangers e tem quatro títulos nacionais, já garantiu título e acesso com antecedência.
Mas ainda não aceitou a validade do rebaixamento no ano anterior.
O príncipe Mohammad bin Salman, que comanda hoje a Arábia Saudita, fez pressão pessoal no primeiro-ministro Boris Johnson para que a compra do Newcastle United fosse aprovada pela Premier League.
Ele ameaçou inclusive as relações entre os dois países caso o negócio não saísse.
A revelação foi feita pelo jornal Daily Mail, que teve acesso às mensagens entre os dois líderes de governo.
A situação ilustra bem como a compra do Newcastle não seria uma simples transação futebolística, mas sim uma movimentação de "sportswashing" do próprio Estado saudita.
Esse é o nome que se dá à prática de usar a credibilidade do esporte para “lavar a reputação” de um regime autoritário.
É o que veremos inclusive agora na semifinal da Champions League, por exemplo, entre PSG (Catar) e Manchester City (Emirados Árabes Unidos).
Você torceria ao lado de um condenado por crimes contra a humanidade?
No Uruguai, um coletivo de torcedores do Peñarol criou uma campanha para expulsão de dois agentes da ditadura militar do quadro de sócios do clube.
Faz parte da iniciativa chamada “gol contra a impunidade”.
Trata-se de uma iniciativa de diversas organizações sociais e torcidas de todo o país para lembrar que, afinal, ainda há agentes das ditaduras militares do Cone Sul presentes nos clubes de futebol.
A presença deles, diz o grupo, "mancha a história de instituições gloriosas".
“Clubes esportivos, que transmitem valores fundamentais como esforço p/ superação, companheirismo, jogo limpo e integração social p/ além da religião, raça ou filiação política, não deveriam dar a honra de ser sócios a quem simboliza o contrário desses valores”, diz a iniciativa.
Em dia de mata-mata continental, olhemos para o Caribe em vez da Europa, onde um clube haitiano vem fazendo história: trata-se do Arcahaie FC, surgido como um projeto social e que é patrocinado por um dos principais rappers do país. O clube já está nas oitavas da Concachampions.
Arcahaie é uma comuna com valor histórico. Foi lá que, em 1803, o general J. J. Dessalines, líder da Revolução Haitiana que libertou o país do domínio francês, criou a bandeira nacional após uma vitória. É um fato tão importante que 18 de maio, dia da bandeira, é feriado no Haiti
Nascido nesse lugar contestador, o Arcahaie surgiu como uma escola de futebol para ajudar crianças carentes, em 2017. Seu fundador, Ménard Jean Joseph, decidiu então inscrever o clube numa das divisões inferiores do país.
E eles começaram a vencer e chegaram até a 2ª divisão.