Existe uma estratégia no mercado financeiro chamada Lady Macbeth.
Lady Macbeth é uma dissimulada personagem de Shakespeare que convence o marido a assassinar o rei e assumir o trono.
Nessa estratégia, após alguém fazer o papel de vilão, tentando comprar uma empresa contra a vontade do conselho e destronar os controladores, surge um herói para "salvar a pátria".
O herói se oferece para uma fusão/aquisição, sem destronar os controladores.
Sem ter como se defender do vilão, os controladores aceitam a proposta.
O herói, no entanto, é dissimulado como Lady Macbeth. Por de trás dos panos, ele tem um acordo maléfico com o vilão pra que esse assuma a empresa de alguma forma.
Os modos variam, mas o mais comum é que o financiamento da compra pelo herói seja feita por debêntures conversíveis em ações.
E adivinha quem financiou as debêntures?
Exatamente, o vilão.
O enredo "Arezzo fazendo uma oferta hostil estranhamente baixa, Hering recusando, Birman insistindo e Soma aparecendo como salvador da pátria" daria uma ótima peça Shakespeariana.
Ainda mais quando lembramos que uma debênture de R$2 bilhões foi aprovada em 24h.
Não creio que seja o caso, mas daria uma ótima história para os livros de M&A brasileiros 😂
Lembrando que o CADE não deve se incomodar muito com M&As no mundo da moda porque a fragmentação do mercado é imensa.
O jogo, aqui, é bem mais rápido.
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Vamos a uma thread sobre a curiosa história da Dívida Pública Brasileira (com pitadas de sistema bancário, política monetária e tudo mais).
Tudo o que ninguém quer ler numa sexta-feira.
Ok, a história da dívida do Brasil começa lá atrás, quando isso aqui ainda era colônia (1500~1808).
Os governadores (que eram tipo uns reizinhos na época) pegavam empréstimos como dívida pública. Como isso aqui é Brasil, obviamente o público já se confundia com o privado.
Daí, em 1808, vem a galera lá de Portugal pra cá com corte e tudo e você imagina: "vão por fim à baderna!"
De forma alguma.
Ok, eles até criaram a Caixa de Amortização pra cuidar da dívida pública e separaram o que é dívida do governante e o que é dívida do país.
Existe uma bomba relógio de R$1 bilhão na proposta da Simpar de integrar a CS Frotas à Movida?
Segue a thread 👇
Há alguns dias, a Movida liberou um fato relevante dizendo que a Simpar estava avaliando propor a união da Movida com a CS Frotas, uma subsidiária da Simpar.
Pra quem não conhece, a CS Brasil faz isso aqui.
O braço que eles querem unir com a Movida é só o de Gestão e Terceirização de Frotas Públicas, chamado CS Frotas.
O valor de TODA empresa está nos fluxos de caixa que ela vai gerar. Afinal, são eles que viram dividendos e vão para o bolso dos acionistas. Acontece que algumas empresas AINDA não geram caixa.
Por isso, o valor delas é todo baseado no caixa que elas vão gerar daqui a 10, 15, 20+ anos.
Acontece que o dinheiro daqui a 10, 15, 20+ anos não vai valer a mesma coisa que vale hoje. Por isso, a gente traz esses caixa a valor presente (descobre quanto valeriam hoje).