Aqui vai uma tentativa de explicar o que é o tal adenovírus replicante:
Como treinar nosso sistema imune contra o coronavírus com segurança? Melhor apresentar algum pedaço seguro do vírus, que não poderia nos infectar.
Pode ser ele todo desmanchado (CoronaVac), um pedaço dele (Novavax), instruções para fazer um pedaço dele (RNA na Pfizer e Moderna), ou mesmo um pedaço carregado por outro vírus, que seria um vetor (no sentido de levar algo), caso da AstraZeneca, Sputnik e Janssen.
Se usa como vetor um outro vírus respiratório, para imitar o padrão do que o corona faria, mas mais inofensivo. Como usar esse cachorro fantasiado para educar alguém sobre aranhas, ao invés de ter que mostrar uma aranha de verdade.
No caso da Sputnik, usam um adenovírus humano, ou seja um vírus que pode nos infectar, modificado carregando um pedaço do coronavírus. Para não correr esse risco, eles tiraram um pedaço do adenovírus, o que impede ele de se reproduzir. Ele deixa de ser replicante.
Mas para fazer vacina, para fazer o insumo ativo (IFA), você precisa fazer mais vírus. Como deixar ele se replicar (reproduzir) de forma controlada? É só complementar as células onde você cresce o vírus com os pedaços que tirou dele. Em laboratório, ele tem tudo, fora de lá não.
Se isso parece o plot de Jurassic Park, é porque é o mesmo princípio de tentar controlar um organismo deficiente complementando a dieta. E a vida encontra um caminho. No caso, o adenovírus pode recuperar os pedaços que perdeu e voltar ser replicante, ou seja, causar infecção.
A preocupação da Anvisa é a de que a Sputnik V possa ter adenovírus ativo, capaz de causar infecção em vacinados. E mesmo que não seja uma infecção séria, não se sabe os efeitos que poderia ter no corpo.
No caso da AstraZeneca, o adenovírus não replicante já parece despertar trombose. É um risco bem pequeno, mas já é uma interação importante.
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Tô acompanhando a apresentação da Anvisa sobre a Sputnik V e até agora não entendi se "observamos a presença de adenovírus replicante na vacina" quer dizer que:
Testaram insumos e encontraram vírus ativo
ou
O processo não previne a formação do vírus ativo e pode ser contaminado.
A questão importante que levantam é que vacinas de vetor, onde um vírus modificado (o vetor) carrega um pedaço do coronavírus para apresentar para nosso corpo. Pelas normas, esse vírus modificado não pode ser capaz de causar infecção, não pode ser ativo.
No caso da Sputnik, como ela usa 2 adenovírus humanos para carregar os pedaços do coronavírus, eles seriam capazes de nos infectar. Para prevenir isso, tiram pedaços do vírus. Mas ele pode ganhar esses pedaços de volta quando é cultivado (como os próprios fabricantes reconhecem).
"Não sairemos dessa pandemia com menos de X mil mortes"
Isso é otimismo. Achar que o Brasil, como vai, vai sair da pandemia é otimismo. Se continuarmos não combatendo o vírus, não tem vacina que segure o contágio sozinha. O curso que o seguimos na pandemia não tem um fim.
Não falamos o óbvio, que precisa de distanciamento, máscara, teste e afins para irritar. Falamos porque sem isso, não tem fim. Vacinas são fundamentais para salvar vidas, mas elas sozinhas não controlam os casos. E se não controlamos casos, o vírus escapa da vacina.
Achar que como seguimos vai dar em algo é tolerar mortes e mortes, perdas e perdas, em nome de uma saída que não existe. Ou controlamos os casos e as mortes, ou não tem saída. E controle depende de vacinas E medidas de combate.
Licença pra falar de jogo, que é o que tem me ajudado a me alienar um pouco. Spoilers de Last of Us 2 no próximo tuíte.
Acabei aqui (e que história). Mas fiquei com uma dúvida. Quando a Ellie volta do hospital, ela volta falando "vamos pro aquário". Mas a Norma não falou onde era e o que veio em seguida não me pareceu ser pra fazer ela falar. De onde a Ellie ficou sabendo? Perdi alguma cena?
Não concordei com a Ellie, que saiu da pqp pra Santa Barbara e no fim foi soltar a Abby. Mas minha única queixa real: achei sacanagem o jogo me fazer matar cachorro.
O Brasil passou 300 mil óbitos registrados por COVID e uma mortalidade de 2,5%. Já nosso exército se prepara para 3a onda e tem uma mortalidade de menos de 0,13%.
Teste, rastreio de contato e distanciamento. Segue um fio.
A entrevista do @em_com com o general Paulo Sérgio, responsável pelo setor de recursos humanos do Exército, é excelente para entender como se coordenaram nacionalmente para manter 700 mil pessoas protegidas da COVID. em.com.br/app/noticia/po…
Ninguém chamado de maricas:
"Autoridade máxima de saúde no Exército, o general Paulo Sérgio conta que a Força entrou em uma espécie de lockdown, em que integrantes de grupos de risco foram enviados para home office e cerimônias militares acabaram suspensas em todos os quartéis."
A imbecilidade dessa fala é um sinal muito claro do que nos trouxe aos 300 mil mortos até aqui. Um ministro não tem o menor pudor de inventar um fato para convencer as pessoas a saírem de casa e morrerem de COVID. Na imprensa aberta, em plena luz do dia.
Não foi nem via fake news em redes sociais. Nem usando influenciadores para mentir e depois repercutir. Nem usando notícia falsa em portais amigos. É um fato tirado do éter para corromper a confiança em uma medida fundamental quando perdemos mais de 3 mil vidas por dia.
Isso não é um erro ou uma ignorância, é um convite para as pessoas continuarem se infectando e morrendo:
Esse caso é bem conhecido em HIV. Nosso sistema imune produz anticorpos em uma combinação de variabilidade (mistura aleatória de genes) e seleção do que funciona. Uma evolução acelerada. Que em algumas pessoas, por sorte e/ou background genético, pode dar muito certo.
Geralmente são anticorpos capazes de inativar muito bem um vírus. Não quer dizer que outros não podem escapar. Em HIV são chamados de "controladores de elite" pq conseguem segurar bem o vírus. Mas tem casos de linhagens que causam doença neles.