O que eu tenho a dizer sobre a manifestação fascista em duas rodas de hoje é o seguinte:
Tem uma galera à esquerda que é muito, mas muito, MUITO impressionável, né. E derrotista para mais de metro.
Parece que anseiam pela confirmação da própria desgraça, credo.
Notaram, por ex, que o bolsonarismo está concentrando seus atos todos em um lugar por vez? Brasília semana passada, Rio de Janeiro hoje. Deslocando apoiadores para gerar volume, inclusive.
Sabem por quê? Porque os atos "espontâneos" em todo país estavam juntando quase ninguém.
Estratégia fascista clássica: atos de rua como demonstração de força e unidade. Um espetáculo que se vende como a vontade implacável do povo. Essa é a bravata de encenações como a de hoje, das bizarras carreatas pró-Covid etc.
São performances. A realidade está em outro lugar.
Com todo respeito, acho até ridículo pessoas à esquerda com medo de fantasma, espalhando exatamente o discurso que atos assim querem disseminar: de que a vitória fascista é inexorável, o povo está com eles, a oposição já está derrotada.
Vocês estudaram, pô. Parem de besteira.
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A fala dele, sobre se vai haver turnê do Metallica este ano:
"Não faço ideia. Não depende de mim, mas da segurança de todo mundo - não só fãs, mas da equipe e a nossa. Não tenho certeza do que isso significa no futuro, no que se refere a vacinas." (segue)
"Eu sou um pouco cético de tomar a vacina, mas isso parece estar se desenrolando e as pessoas estão tomando e eu tenho muitos amigos que tomaram. Eu não estou totalmente convicto quanto a isso." (segue)
Bolsonaro dobra aposta na cloroquina, no desaforo à China e no desafio ao STF e governadores. É o momento mais estúpido possível, do ponto de vista estratégico, para qualquer dessas brigas.
Bolsonaro é burro.
Já não sei mais o que dizer para quem se recusa a admitir isso.
Bolsonaro fez toda a sua carreira dizendo barbaridades e usando aplausos da claque como bússola para decidir por onde deveria insistir. É o que está fazendo agora: batendo nas mesmas teclas que, em algum momento, fizeram a seita feliz.
Se isso é brilhante, eu sou o Seu Madruga.
Claro que ninguém vira presidente sem algum tipo de talento. Bolsonaro é obstinado, tem carisma, avança onde outros hesitam. Mas nada disso é inteligência ou sabedoria. Dá para fazer tudo isso e ser muito, muito burro. A gente tem que perder o medo de apontar essa burrice.
Hoje completam-se 62 anos do Dia Em Que a Música Morreu. Uma tragédia que marcou o então nascente rock and roll, inclusive em termos de espírito - e que gerou um dos maiores (em mais de um sentido) hits do século passado.
Nunca tinha ouvido falar? Vem no fio
Vamos começar falando de Donald McLean III. Filho de imigrantes escoceses e italianos, o garoto de 13 anos entregava jornais para juntar uns trocados. Muito do que conseguia investia em discos - em especial os do roqueiro Buddy Holly.
O jovem vocalista e guitarrista de 22 anos era, talvez, a mais brilhante promessa do rock nos EUA. Hits como "Peggy Sue" e "That'll Be the Day" estavam em todos os lugares. Sorridente, de óculos e ares de bom moço, Buddy Holly era um ícone da juventude daqueles dias.
As imagens dessa farra são o retrato do descolamento da realidade que impera em Brasília. Festejam enquanto a população sofre, sem dinheiro e sem perspectivas, e os profissionais de saúde seguram sozinhos as pontas do colapso. Belo clima para festinhas.
Foi uma festa deles, para eles, a respeito deles. Exatamente como têm conduzido a política na pandemia: deles, para eles, em benefício deles. É o festerê de quem sabe que o butim está ao alcance da mão. Faceiros com o espólio, embebedados de poder. Fazem farra diante das trevas.
Aí é aquilo, cada um liga o foda-se que lhe cabe. Os nobres parlamentares ligaram o foda-se, felizes com o acordo vantajoso. Como Bruno Covas ligou o foda-se no Maracanã. E a patuleia, vendo o foda-se do lado de lá, faz o quê? Liga o foda-se também.
Todo o fio é interessante, mas isso aqui. A vitória de Lira mostra como a "oposição" de centro e centro-direita a Bolsonaro é episódica e circunstancial. Não há um movimento sólido porque ninguém quer realmente fazer essa oposição. Só a centro-esquerda.
Não existe um movimento expressivo de centro-direita para construir uma alternativa a Bolsonaro, que dirá para o impeachment. O motivo é simples: esse pessoal quer ter liberdade de movimentos caso, mais adiante, precise abraçar Bolsonaro de novo. Exatamente como agora.
Por isso também digo que eleição 2022 ainda é muito longe. Dória hoje é forte, mas quem dentro da política institucional de fato alinhou com ele? É uma força midiática, acima de tudo. Huck, então...
A esquerda institucional deveria enxergar esse momento como um convite à ação.