Nesse vídeo do canal, de meses atrás, debatemos, por exemplo, guerra e política no pensamento de Hannah Arendt e mostramos como ela busca anular no plano filosófica o conceito e a legitimidade da guerra de libertação nacional e anticolonial
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Hannah Arendt fez isso no momento histórico de AUGE da luta antirracista e anticolonial. Seu alvo não era a guerra imperialista, a guerra de conquista, a guerra de opressão, mas uma abordagem abstrata e conservadora da guerra na ascensão da luta dos oprimidos e explorados
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Nesse outro vídeo do canal, mostramos como o pensamento de Arendt se casa com o senso comum liberal e conservador e que sua abordagem do totalitarismo precisa, necessariamente, ocultar a realidade das barbáries coloniais e neocoloniais
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Apenas dois exemplos de crítica a Hannah Arendt. Em nenhum desses dois exemplos, "uma defesa de Stálin" é o foco. A ideia de negar críticas a essa pensadora conservadora e anticomunista dizendo que isso é "defesa do stalinismo" é só um espantalho que tá perdendo efeito!
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O Globo publicou nos últimos dias vários materiais de apologia à Hannah Arendt. Veja como é a blindagem sobre a autora. O autor da matéria diz que ela defendia o "direito à discriminação na esfera privada"
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Isso é um nome bonito para falar que o racista tinha a liberdade de ser racista na sua esfera privada. No segundo parágrafo, surge uma CARICATURA. Nenhum movimento ou líder da época defendia acabar com o racismo "por cima", via "imposição do estado".
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O regime de segregação racial era sustentado pelo poder político, o Estado. Era preciso, por óbvio, acabar com a legislação do apartheid. Reduzir isso a "acabar o racismo por cima" é uma caricatura desonesta. E, de novo, a preocupação é com o "direito" dos racistas
O academicista e a crítica: sobre o elitismo primário de Jessé Souza.
Jessé Souza participou de uma conversa no canal do Paulo Gala. A conversa teve a participação de Gabriel Galípolo e José Marcio Rego.
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A partir dos 46 minutos do vídeo, o professor Rego pergunta para Jessé o que ele achou do meu artigo criticando sua produção – em particular, seus comentários sobre o marxismo. Jessé, respondendo à pergunta, mostra uma espécie de tipo ideal do acadêmico brasileiro:
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não responde às críticas, não debate, tenta apenas humilhar quem o criticou para não responder a crítica.
Primeiro, Jessé diz que não leu todo o artigo porque não achou interessante. Já que não leu, por coerência, deveria dizer que não tem opinião
É um dado conhecido que na totalidade das experiências socialistas, a criminalidade baixou a quase zero. Em Cuba, por exemplo, assaltado, latrocínio e homicídio é algo raríssimo. Muitos falam que isso é pela redução drástica da desigualdade social
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Esse é, sem dúvida, um elemento importante. Mas vocês já se perguntam como é viver numa sociedade onde o cinema, a TV, o rádio, a escola, o mercado editorial, em suma, todo mundo da cultura e comunicação, não estimula violência, consumismo e valores individualistas?
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Imagine, por exemplo, que efeito teria no Brasil, ao longo de uma geração, se todo conteúdo da indústria cultural de legitimação da violência sumisse e no sentido contrário, tivéssemos valorização dos direitos humanos e campanhas permanentes contra a violência e a tortura?
Cuidado com algumas abordagens. Toda vez que falo da vitória sobre o colonialismo clássico, alguém lembra as derrotas dessas lutas que pretendiam o socialismo ou regimes de soberania real. Verdade, existiu a derrota, porém cuidado com o "é tudo a mesma coisa"
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A Argélia de hoje é um país cheio de problemas e um capitalismo dependente horrível, mas não ser mais colônia francesa foi sim um avanço enorme, por exemplo. Dizer que é tudo a mesma coisa, é o mesmo que falar que democracia burguesa ou fascismo dá tudo no mesmo
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Afinal, democracia burguesa ou fascismo, é tudo ditadura da burguesia. De fato, são iguais, porém não são o mesmo. Viver no capitalismo dependente é uma merda, mas não é o mesmo que no colonialismo clássico. O colonialismo é em muitas dimensões bem pior que o fascismo!
Ontem comentei que não tinha base a "notícia" de que a China iria suspender, aplicando uma espécie de boicote, a venda de insumos de vacina para o Brasil. Fui chamado de "defensor da China". Agora estudar a diplomacia de um país, conhecer seu padrão de ação, é ser "defensor"
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Um dos grandes problemas da nossa época é a lógica do "pouco estudo e muita certeza". A China trabalha com uma lógica diplomática de longo prazo com objetivos estratégicos bem definidos. Não importa o quão bizarro seja o Governo Bolsonaro, o país não vai romper com o Brasil
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5 motivos para entender isso: a) o Brasil é o maior mercado consumidor da América do Sul, rico em recursos naturais e com papel estratégico no continente; b) Bolsonaro é passageiro e mesmo se reelegendo em 2022, uma hora isso passa, na visão dos chineses;
Orlando Zaccone, no seu livro Indignos de Vida. A Forma Jurídica da Política de Extermínio de Inimigos na Cidade do Rio de Janeiro, lembra que a polícia não puxa o gatilho e mata sozinha. A reflexão de Zaccone não é para tirar a responsabilidade da polícia, mas
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lembra e analisar o complexo de morte que permite a política de extermínio. Por partes, primeiro: a mídia solta essa chamada. Temos pesquisa mostrando que muitos brasileiros não vão além da chamada da matéria. Segundo, em seguida a chamada, diz que
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"Ação mais letal da história do RJ, com 25 mortos, foi realizada para coibir tráfico". Já mobiliza a ideologia da guerra às drogas para legitimar as mortes e o extermínio do inimigo interno. As vítimas não são humanizadas. Nada sobre quem é quem.