Imposto sobre fortunas já foi testado diversas vezes e sempre deu errado. Prejudicou países em vez de enriquecer os pobres. Então por que a ideia ainda estimula tanta gente? A seguir, três ou quatro pensamentos sobre a mentalidade do imposto sobre fortunas. +
Muita gente ainda acredita que a pobreza existe por causa dos ricos. Culpados pela miséria, eles deveriam ser punidos, ter prazeres limitados, como se fosse moralmente errado ganhar dinheiro mesmo de forma honesta. E como se o castigo automaticamente ajudasse os pobres. +
Isso só faz sentido numa ficção marxista. Na vida real, punir os ricos por serem ricos resulta em castigo também para os pobres. É melhor o país atrair quem tem dinheiro, tornar-se um lugar agradável e seguro para eles deixarem suas economias. +
Ricos contratam pedreiros, garçons, jardineiros, designers, professores de música. Maior demanda por profissionais - maiores salários.
Se deixam o dinheiro no banco, bom também: ajudam a elevar o baixo nível de poupança do país (uma causa do nosso baixo crescimento). +
Aí está a grande dificuldade: muitos supostos defensores dos pobres se ressentem contra os ricos. São intelectuais que se colocam num nível acima dos homens de negócio. Entre o amor aos pobres e o ódio aos ricos, ficam o com último, prejudicando a todos.

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11 Jun
Sexta-feira! Dia de falar sobre sexo.

Em quase todas as espécies diploides, fêmeas são mais seletivas que machos. Pois têm gametas mais raros e arcam com o maior custo da reprodução.
Isso se aplica a humanos? Uma pesquisa de 1982 respondeu com um experimento curioso:
Jovens voluntárias abordaram homens no campus, e homens jovens voluntários abordavam mulheres, alternando três perguntas: "Reparei você por aqui." 1. "Quer sair comigo?" 2. "Quer ir para o meu apartamento?" "3. Quer ir para a cama?" Resultado:
Na primeira questão, 56% dos homens e 50% das mulheres responderam "sim". Na terceira pergunta, 75% dos homens toparam ir para cama. E as mulheres?

0%.

Em 2010, o estudo foi replicado na Dinamarca. Resultados similares, mas com um detalhe interessante:
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11 May
Incrível como o @UOL confunde jornalismo com patrulha e cancelamento. Se uma pessoa discorda de visões de ativistas ou não mostra suficiente concordância, então é criminosa ("racista", "transfóbica"). Nesta semana, a vítima foi o jogador @Giba7, mas há muitos outros exemplos.+
No ano passado, JK Rowlling discordou do termo "pessoas que menstruam" para se falar de "mulheres". Afirmou que respeita os trans, mas considera que o sexo é uma verdade biológica, não uma construção social. O UOL a chamou de transfóbica. +
Uma participante do Big Brother usou o termo "inveja branca", que remete a uma inveja velada, sob um véu. Não há consenso de que a origem desse termo é racista - e, se for, a língua é dinâmica, as palavras perdem e ganham significados. Mas, para o UOL, a fala foi racista.+
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7 Apr
Num texto de 2014, os sociólogos Bradley Campbell e Jason Maning afirmaram que uma nova cultura surgia nas universidades americanas. Eles a chamaram de “cultura de vitimização” e descreveram três características principais: (1/6)
1.“Indivíduos e grupos têm alta sensibilidade a pequenas ofensas.” 2.“Tendem a resolver conflitos reclamando para uma terceira parte”. 3.“Procuram cultivar a imagem de vítimas que merecem assistência.” Parece que descreveram o João do BBB, não? (2/6)
A confusão entre João e Rodolfo é na verdade o choque entre a cultura da dignidade e a da vitimização. A cultura de dignidade é a dos nossos pais e avós, e de gente menos urbana e conectada. Nela, a dignidade de uma pessoa não depende do que outros pensam. (3/6)
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10 Dec 20
Quatro ilusões de boa parte do movimento negro.
1. Acreditar que a sociedade muda de cima pra baixo. "Burocratas aprovaram uma convenção, agora o racismo vai diminuir." Mas ideias e comportamentos mudam quase sempre de forma descentralizada, de baixo para cima.+
2. Crer que só depois do fim do racismo os negros vão enriquecer. Isso levaria séculos; felizmente não é preciso esperar tanto. Judeus, imigrantes japoneses, irlandeses e muitos outros prosperaram apesar da discriminação; o mesmo acontece agora com imigrantes negros nos EUA. +
3. Crer que a ascensão social depende de poder político. Como dizia Walter Williams, nunca houve presidente americano judeu ou japonês, mas esses grupos estão bem acima da renda média americana. O mesmo vale para os indianos sikhs na Inglaterra. +
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8 Dec 20
Em 1722, médicos ingleses denunciaram uma prática repugnante. Tentando prevenir a varíola, pessoas estavam esfregando o pus (retirado de bolhas de portadores de varíola leve) em sangramentos de gente saudável. Parecia curandeirismo de ignorantes, mas era a origem das vacinas. +
A maior defensora do que hoje chamamos ‘inoculação’ foi Mary Wortley. Mulher do embaixador no Império Otomano, ela aprendeu a técnica com mães turcas. Fez igual nos próprios filhos e tentou infectá-los. Percebeu que suas cobaias ficaram imunes à doença mais mortal da história. +
Cientistas e médicos ridicularizaram a ideia. A prática sem comprovação científica era coisa de "mulheres ignorantes e analfabetos", disse William Wagstaffe, professor e membro da Academia Real de Medicina. Parecia só mais um tratamento exótico e imprestável bem comum na época.+
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30 Sep 20
Ao visitar o Brasil, entre 1817 e 1822, o botânico austríaco Johann Emanuel Pohl relatou um fato surpreendente na cidade de Goiás. Segundo ele, muitas mulheres brancas eram mais pobres que as negras e tinham vergonha disso.(+) Image
“Para estes [brancos] é rezada uma missa às 5h da manhã. Nela aparecem as brancas empobrecidas, envoltas num manto de má qualidade, para não se exporem aos olhares desdenhosos das negras que aparecem mais tarde e entram altivamente ornadas de correntes de ouro e rendas", disse. Image
Pouca gente levou a sério o que ele disse – acharam que o gringo entendeu errado o que lhe relataram. Mas análises recentes de testamentos e cartas de alforrias revelaram centenas, milhares de ex-escravas mais ricas que a média da população da Bahia, MG e RJ.
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