O preço da Pfizer era 50% do gasto pelos europeus e americanos. A vacina tem 95% de eficácia e os resultados da fase 3 – última etapa dos testes – foram divulgados ainda em novembro de 2020.
Pois bem, a Covaxin não tinha aprovação da Anvisa, ainda não concluiu os estudos da fase 3, e ao contrário da Pfizer, não tinha sido testada no Brasil. E de novo: cada dose custou US$ 15, e não US$ 10 (preço do primeiro contrato da Pfizer). uol.com.br/vivabem/notici…
Todas essas questões não impediram que a vacina indiana fosse priorizada em detrimento da Pfizer na agenda oficial do Governo Bolsonaro. Nenhuma negociação por imunizante andou tão rápido como a da Covaxin, que ainda não foi aplicada em nenhum brasileiro.
Essa compra, aliás, foi a única que contou com uma empresa intermediária. E, claro: há suspeita de corrupção. Antes disso, a vacina só tinha aparecido no noticiário porque alguns empresários brasileiros queriam comprá-la na Índia ainda em janeiro. tvbrasil.ebc.com.br/reporter-brasi…
Aí, depois, no início de abril, a Câmara aprovou um projeto de lei – que contou com o lobby de figuras como Carlos Wizard e Luciano Hang – para permitir a importação de vacinas que não tivessem sido aprovadas pela Anvisa pelo setor privado. Hmmm... 🤔 brasil.elpais.com/brasil/2021-04…
E agora sabemos que o presidente foi alertado sobre suspeitas de corrupção na compra da Covaxin.
Mesmo assim, o Bolsonaro se encontrou com representantes da farmacêutica depois desse fato.
@BolsonaroSP@FluminenseFC Deputado, no plano de medidas concretas, lembro que o presidente tirou a população LGBT das diretrizes de direitos humanos por meio de uma MP assim que assumiu. Felizmente, o poder do seu pai ainda é limitado por uma democracia. Mas o discurso de ódio que combatemos nunca sumiu.
@BolsonaroSP@FluminenseFC Importante destacar que, a partir do momento que somos o país em que a população LGBT+ sofre mais com assassinatos em todo o mundo, a simples omissão em promover políticos públicas visando o fim da discriminação e a promoção da igualdade já correspondem também a um retrocesso.
@BolsonaroSP@FluminenseFC Seu pai espalhou fake news sobre um suposto kit-gay que nunca existiu durante a campanha presidencial, se pronunciou reiteradas vezes contra o casamento entre pessoas LGBT – por isso o comentário sobre igualdade – e o senhor acusou os gays de quererem se tornar uma “super-raça”.
A sra. Regina, fiscal do contrato, foi nomeada pelo líder do Governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), quando ele era ministro da Saúde. Isso é muito importante, porque o deputado participou ativamente da negociação pelo imunizante indiano.
A reportagem do jornal O GLOBO conta muito bem como uma emenda de Ricardo Barros possibilitou a importação da Covaxin e o envolvimento do deputado desde o início com isso. oglobo.globo.com/brasil/emenda-…
Nesta terça-feira, a CPI da Pandemia vai ouvir a médica Nise Yamaguchi. A sua participação no gabinete paralelo precisa ser esclarecida. Mas, para além de episódios como a mudança de bula da cloroquina, é importante falar sobre IMUNIDADE DE REBANHO. Vejam só a opinião dela👇🏼
Essa combinação entre tratamento precoce – visto como uma “cura” – e imunidade de rebanho é o ponto que mais chama a atenção na entrevista ao programa “Impressões”, TV Brasil, que a recebeu em 02/07/2020.
Aliás, a transmissão do programa contou com Carlos Wizard no início, que esclarece como formou um time de médicos que estaria “vencendo a Covid-19”. Vale lembrar que Wizard deixou a Saúde em 07/07, após o apagão de dados, quando disse que o Governo recontaria o número de óbitos.
O registro da Anvisa é uma exigência apenas para uso da vacina. O próprio diretor-presidente da Anvisa confirmou isso à CPI. Covaxin, Janssen e outras foram adquiridas sem aprovação.
- Precisava de lei!
Era só fazer uma MP.
- A vacina da Pfizer era muito cara
O Governo Federal comprou a Covaxin por 15 dólares a dose, enquanto a dose da Pfizer custaria 10 dólares. A Pfizer é mais eficaz, já foi aprovada pela Anvisa e foi testada no Brasil, ao contrário da indiana.
- Mas as cláusulas eram abusivas!
O Brasil aceitou todas essas mesmas cláusulas agora. A União Europeia se submeteu a elas também. Antes, aceitamos para a AstraZeneca. Sabe por quê? Eram o padrão, não abusivas.
Bolsonaro dizia que a imprensa fazia uma histeria sobre o coronavírus mostrando o colapso da Itália, com um clima diferente e muito mais idosos. Bom, mesmo assim, HOJE O BRASIL PASSOU A ITÁLIA e se tornou o 12º país em mortes por milhão de habitantes, mesmo com população jovem.
Somos o país com mais de 12 milhões de habitantes em que mais se morreu proporcionalmente para a Covid. O mais populoso na nossa frente é a Bélgica, com só 0,5% da nossa quantidade de pessoas. Nenhuma nação com mais óbitos por milhão tem menos de 14% de população idosa; temos 9%.
E olha que o Brasil, antes da pandemia, era tido como o mais preparado da A. Latina para lidar com emergências de saúde pública segundo o sistema Global Health Security Index. Também tinha um bom histórico no combate à Aids, à hepatite C e ao vírus H1N1. É a dimensão do desastre.
Vou aproveitar que amanhã é o dia do depoimento do Pazuello à CPI para relembrar sobre um episódio muito grave que aconteceu logo após a demissão de Nelson Teich: o APAGÃO DE DADOS. E a gente tem mensagens de WhatsApp sobre o assunto! Vem comigo, @randolfeap e @renancalheiros:
Tudo começou em 04 de junho de 2020, quando o site do Ministério da Saúde foi retirado do ar. Junto a isso, os números de casos e óbitos foram alterados para priorizarem apenas as informações das últimas 24 horas, sem dados consolidados. noticias.uol.com.br/saude/ultimas-…
A iniciativa veio logo após o horário de divulgação dos números da pandemia ser alterado, passando a ser mais tarde (mudando de 17h para 22h). Era uma forma de atacar a imprensa. O presidente ironizou: “Acabou matéria no Jornal Nacional”. g1.globo.com/politica/notic…