O registro da Anvisa é uma exigência apenas para uso da vacina. O próprio diretor-presidente da Anvisa confirmou isso à CPI. Covaxin, Janssen e outras foram adquiridas sem aprovação.
- Precisava de lei!
Era só fazer uma MP.
- A vacina da Pfizer era muito cara
O Governo Federal comprou a Covaxin por 15 dólares a dose, enquanto a dose da Pfizer custaria 10 dólares. A Pfizer é mais eficaz, já foi aprovada pela Anvisa e foi testada no Brasil, ao contrário da indiana.
- Mas as cláusulas eram abusivas!
O Brasil aceitou todas essas mesmas cláusulas agora. A União Europeia se submeteu a elas também. Antes, aceitamos para a AstraZeneca. Sabe por quê? Eram o padrão, não abusivas.
- Eram poucas doses!
O Brasil encomendou 2 milhões de doses da AstraZeneca direto da Índia e comemorou pintando até o avião de verde e amarelo. Chegaria mais do que isso da Pfizer. Começaríamos a vacinar em dezembro. Viriam, ao final, 70 milhões de doses.
- E a logística??
É um desafio tão enorme que países latino-americanos como México, Chile, Peru, Costa Rica e Equador toparam comprar da Pfizer antes de dezembro. As doses podiam ser reservadas às capitais. E hoje sabemos que as doses podem ficar em geladeiras por até um mês.
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Bolsonaro dizia que a imprensa fazia uma histeria sobre o coronavírus mostrando o colapso da Itália, com um clima diferente e muito mais idosos. Bom, mesmo assim, HOJE O BRASIL PASSOU A ITÁLIA e se tornou o 12º país em mortes por milhão de habitantes, mesmo com população jovem.
Somos o país com mais de 12 milhões de habitantes em que mais se morreu proporcionalmente para a Covid. O mais populoso na nossa frente é a Bélgica, com só 0,5% da nossa quantidade de pessoas. Nenhuma nação com mais óbitos por milhão tem menos de 14% de população idosa; temos 9%.
E olha que o Brasil, antes da pandemia, era tido como o mais preparado da A. Latina para lidar com emergências de saúde pública segundo o sistema Global Health Security Index. Também tinha um bom histórico no combate à Aids, à hepatite C e ao vírus H1N1. É a dimensão do desastre.
Vou aproveitar que amanhã é o dia do depoimento do Pazuello à CPI para relembrar sobre um episódio muito grave que aconteceu logo após a demissão de Nelson Teich: o APAGÃO DE DADOS. E a gente tem mensagens de WhatsApp sobre o assunto! Vem comigo, @randolfeap e @renancalheiros:
Tudo começou em 04 de junho de 2020, quando o site do Ministério da Saúde foi retirado do ar. Junto a isso, os números de casos e óbitos foram alterados para priorizarem apenas as informações das últimas 24 horas, sem dados consolidados. noticias.uol.com.br/saude/ultimas-…
A iniciativa veio logo após o horário de divulgação dos números da pandemia ser alterado, passando a ser mais tarde (mudando de 17h para 22h). Era uma forma de atacar a imprensa. O presidente ironizou: “Acabou matéria no Jornal Nacional”. g1.globo.com/politica/notic…
BOLSONARO ASSUMIU PROPOSITALMENTE O RISCO DE MATAR BRASILEIROS
Pautado por uma ideia absurda de que “70%” do país pegaria o vírus e seria melhor acelerar o contágio, o presidente estimulou a infecção e, no mínimo, assumiu o risco de provocar, como resultado, a morte.
Segue o 🧶
Na pandemia, o termo “imunidade de rebanho” ganhou popularidade: a ideia é que, com uma certa porcentagem de pessoas infectadas, a transmissão da doença seja interrompida. É para deixar tudo aberto então? Especialistas desaconselhavam: milhões morreriam. bbc.com/portuguese/int…
A tese de que o contágio da população ajudaria a alcançar a imunidade coletiva mais rápido, e que isso valeria a pena, não era inédita: no Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson chegou a querer botá-la em prática, mas foi demovido por um estudo. oglobo.globo.com/sociedade/estu…
É impressionante: quando a Pfizer ofereceu 70 milhões de doses em agosto, não tinha nenhum problema com a lei. Nas outras duas propostas, também não. Agora, depois de atacarem as “cláusulas leoninas” que aceitaram de bom grado depois, inventam essa lorota. (1/n)
Eu tenho preguiça das pessoas que insistem que não existe nenhum risco democrático porque, em primeiro lugar, a erosão democrática já aconteceu e segue a pleno vapor. Ninguém disse que com certeza teria um golpe, mas sim que um autoritário no Poder Executivo era um risco enorme.
Em relação a um golpe de estado propriamente dito, vale destacar que a literatura moderna sobre crises democráticas existe justamente porque uma ruptura abrupta é cada vez menos comum, perdendo espaço para os “autoritarismos competitivos” de países como a Hungria de Orbán.
Mesmo assim, ao contrário do que nos acostumamos no planeta, vimos golpes militares tradicionais acontecerem, nos últimos anos, na Bolívia e em Myanmar, por exemplo. Não quer dizer que vai acontecer aqui. Mas o risco voltou a existir, o que por si já mostra a erosão que ocorreu.
“Da China nós não compraremos. É decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população pela sua origem. Esse é o pensamento nosso"
Por acaso parece a postura de um presidente que busca comprovação técnica? Pois é. Bolsonaro falou isso em outubro.
O contexto já é amplamente conhecido: João Doria, governador de São Paulo, assinou um acordo com o laboratório Sinovac para a produção de vacinas pelo Instituto Butantan. Bolsonaro proibiu a compra da “vacina chinesa do Doria”. Até ser forçado a mudar, mas já era janeiro.