A repercussão da #CPIdaPandemia atingiu o pico de publicações em um único dia: 812.530 postagens só ontem (25). Quase 350 mil usuários atentos. na última semana, ao trabalho da CPI.
A questão é: esse ruído alto sobre a corrupção no governo Bolsonaro se manterá?
Todo pico de viralização tende a uma decantação em 48 horas (em média). Nesse sentido, o governo deu sorte. No final de semana, cai a carga interativa nas redes sociais. Com isso, poderá se recompor com ajuda da fanbase (on e off). No domingo, o depô na CPI será algo do passado.
Qual fato novo num final de semana? É o presidente discursando na motociata. A rapaziada repercutindo isso na tevê e nas redes. Versões novas dos spin doctors pipocando. Daí o presidente chegará no domingo no zero a zero. E vida que segue.
Exceto ...
Exceto se houver convocações de protestos. Mas não para este final de semana, porque serão exemplos de um instantaneísmo redundando em esvaziamento das ruas (e isso tem ocorrido mais com as motociatas do que as passeatas da oposição).
Protestos que lotam ruas têm um padrão desde 2015. São convocados com muita antecedência. Porque é necessário organização e articulação, tempo de convencimento, viralização, para q as pessoas rompam - principalmente agora com a pandemia - seus medos de ocupar os espaços públicos.
O azar do governo é que o alto ruído tenderá a ficar constante, porque o escândalo da covaxin apenas começou. Se os movimentos antecipam o protesto para o próximo final de semana, ganharão o "tempo da decantação" e usarão a CPI a seu favor, aproveitando assim o vácuo aberto.
PS:
(em temas sobre a CPI)
Há um mês (19 a 25/5), a fanbase bolsonarista era formada por 61 mil perfis no Twitter. Subiu para 63 mil (19 a 25/6).
Representava 19% das interações. Hoje, 25%.
i.e, sabem defender o chefe.
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A nova retórica do presidente Bolsonaro repete a mesma tática usada em 2020. Antes, endereçada contra a vacina. Agora, contra as restrições do lockdown.
Em outubro de 2020, em franca campanha contra a coronavac, a rede bolsonarista destinava tempo e dinheiro para desqualificar a "vacina de Dória", gerando amplo domínio sobre o tema no Twitter, conforme se vê (mancha marrom) no grafo.
Em março de 2021, tendo que engolir à seco o sucesso da coronavac, Bolsonaro mudou a rota. Abraçou para estrangular o termo lockdown, rotulando-o como medidas contra o trabalhador.
O lockdown passou a ser o centro da retórica negacionista de Bolsonaro. E anima seus apoiadores.
E o Portal R7 que publica notícia baseada num artigo cheio de inconclusões de revista de baixo nivel.
21 mil compartilhamentos.
Jornalismo de baixa relevância e caça clique. Onde está o Facebook?
CNN, idem.
São veículos alinhados ao governo Bolsonaro reproduzindo a informação enganosa, tal como aquela matéria intitulada "sopa de morcego causou a transmissão do coronavírus pra humanos".
Que inferno isso.
é um estudo q se intitula uma meta análise. Ou seja, o cara junta um monte de artigos porcaria q diz que tudo q a invermectina faz é divino e maravilhoso . Dai a conclusão geral é: tudo é divino e maravilhoso.
Tratamento precoce: a virada de sentido.
img1: 25/12 a 11/01 (domínio bolsonarista - cinza treva)
img2: 12/01 a 21/1 (dominio antibolsonarista - amarelo luz)
Ampliar o debate muda valores da opinião pública. Desta vez, para melhor.
A rede bolsonarista dobrou de tamanho para defender a falsa cura prescrita no tratamento precoce: 41.734 perfis no Twitter.
Já a frente antibolsonarista criticando o TP saiu de 5 mil perfis para agregar 127.691 participantes, principalmente após o dia 15/1.😱🙌.
Efeitos práticos do movimento:
- Pazuello tendo de responder sobre o tp (e se enrolando).
- investigação de médicos charlatões.
- denúncia do app tratacov.
- anvisa negando o tp.
- vacina como solução.
E mais que deve vir por aí.
Precisamos de falar também sobre o Facebook, onde 1018 diferentes links impulsionando o "tratamento precoce" contra covid se espalhou em 1.949 grupos e páginas, entre os dias 01 a 11 de janeiro deste ano.
O grafo (pages-links) revela o viés bolsonarista dos grupos.
Há muito "aliança pelo Brasil" porque eles multiplicaram grupos locais do quase-partido do Bolsonaro, sincronizando disparos de links.
Livre, leve e solto com a complacência do Facebook.
Os usuários/páginas mais marcados em posts da falsa cura (tratamento precoce/preventivo) estão ilustrados no grafo de círculo abaixo. Na frente, Rubens Teixeira e suas informações imprecisas sobre vacina e apoiador do tratamento. facebook.com/EscritorRubens…
Termos de falar sobre Youtube e mentiras espalhadas milhões de vezes por lá. Extraí os 500 vídeos considerados de maior relevância sobre "tratamento precoce" contra covid-19.
É um desastre. Com exceção do canal "Olá, ciência", há uma ecologia da desinformação da cura milagrosa.
Os canais fazem lives, entrevistas e outros bichos para "demonstrar" evidências do milagre da profilaxia governista. No vídeo mais visto o médico ensina sobre dosagens, numa espécie de tutorial do milagre médico, com quase 1 milhão de views.
Fiz a rede de recomendações dos 500 vídeos. OU seja, se você assistir um deles, o Youtube vai lhe indicar outros, criando uma rede do milagre tosco.
Já na plataforma das marcas, o Instagram, os posts contendo o termo "tratamento precoce" revela a lógica coaching que cerca a seita, com médicos funcionando como "representantes comerciais" dos remédios prescritos pelo tratamento.
Grafo de menções de usuários em 2 mil posts (imagens e vídeos) contendo o termo "tratamento precoce".
Período: 01/8/20 - 11/01/21
Software: Gephi
Extração: @crowdtangle
Ainda que nem todos os posts tenham sido publicados por negacionistas, o léxico que se predomina nas publicações é deles. Exceção é o grupo de palavras amarelas, associadas a posts sobre prevenção de câncer de mama/tratamento precoce.