Hoje foi noticiado um estudo com a CoronaVac, apresentando dados de segurança e de resposta imunológica induzida pela vacina (imunogenicidade) em crianças e adolescentes de 3-17 anos!
Vamos conferir e entender melhor isso 🧶👇
Bem, todo mundo lembra que a CoronaVa é uma vacina que usa vírus inativado em sua composição. A imagem abaixo é do @EstadaoSaude e resume um pouco como é seu mecanismo de indução de resposta
Sabendo disso, o estudo realizado foi do randomizado, controlado por placebo e tipo duplo-cego (nem os participantes, nem os aplicadores da vacina sabiam se estavam recebendo/aplicando o imunizante ou o placebo)
👥Fase 2: 460 participantes de 3-17 anos de Hebei, China 🇨🇳
Por que esse estudo é importante?
Ele levanta as primeiras evidências de segurança e de imunogenicidade nessa população mais jovem, mas devemos entender que não é um estudo de fase 3, e sim de fase 1/2.
O de fase 3 está por vir, e com esse, teremos dados de eficácia (proteção)
Os grupos foram divididos de acordo com faixas etárias, sendo eles:
👥3-5 anos
👥6-11 anos
👥12-17 anos
Recebendo uma dose mais baixa (1,5 μg) ou mais alta (3,0 μg) do imunizante
A idade média dos participantes do estudo foi de 9,2 anos na fase 2:
👥119 (25%) de 479 participantes com idades entre 3-5 anos
👥180 (38%) com idades entre 6-11 anos
👥180 (38 %) com idade entre 12-17 anos
💉O intervalo de doses foi de 28 dias para a 1ª e 2ª dose
Na tabela abaixo, vemos os dados de segurança. A maioria das reações adversas ocorreram em 7 dias após a vacinação e os participantes se recuperaram em 48 horas, leves a moderadas.
As reações mais comuns foram dor no local da injeção 13% dos participantes) e febre (5%), demonstrando um perfil favorável de segurança, com reações controladas e autolimitadas
Nessa tabela, vemos o dado de soroconversão, ou seja, da % de participantes que após a administração do imunizante, desenvolveu uma resposta imunológica detectável.
Na fase 2, a média foi de 96,8% de soroconversão entre os participantes no dia 28 após a 2ª dose
Nessa imagem, vemos a "quantidade" (títulos) de anticorpos neutralizantes para SARS-CoV-2 induzidos após 2 doses de CoronaVac. Maiores taxas foram vistas no regime de maior dose de 3,0 μg
Em resumo:
🔹Primeiro estudo investigando segurança e imunogenicidade em 3-17 anos da CoronaVac
🔹Tanto a menor quanto a maior dose foram seguras e bem toleradas
🔹Soroconversão em crianças e adolescentes foi superior a 96% após a vacinação com 2 doses
Limitações do estudo
🔹Não avaliaram resposta celular, mas comentam do estudo do Chile, o qual detectou a presença dessa resposta nos participantes
🔹Os autores também comentam que, no estudo da Covaxin, outra vacina de vírus inativado desenvolvida pelo Inst. Bharat Biotec, a presença de resposta celular também foi detectada no estudo de fase 2
🔹O tamanho da amostra é pequeno! Portanto, é um estudo inicial que deve ser continuado para a 3ª fase, que observará, também, a eficácia nessa população
🔹Ainda não temos dados da duração dessa resposta, mas isso também estará sendo investigado
🔹Os autores deixam claro que os dados aqui são iniciais e que não devemos utilizá-los, nesse momento, para tomar decisões quanto a saúde pública. É necessário mais dados para poder eventualmente incluir uma população + jovem para a vacinação com a CoronaVac
Porém é um bom indicativo e tô ansiosa para ver os dados de fase 3. Já temos aqui no Brasil a aprovação da Pfizer para 12-17 anos, com estudos dessa vacina para populações + jovens. Sem dúvida, dando tudo certo, poderá ser uma boa soma na estratégia
6 semanas após a aplicação da 1ª dose da vacina da AstraZeneca em 81% da população da cidade, o número de testes positivos para COVID-19 teve redução de 71%, segundo a Secretaria Municipal de Saúde g1.globo.com/sp/bauru-maril…
Segundo G1 "Somente na última semana, fechada no sábado (26), essa média ficou em 40 casos por dia, contra 73 da semana anterior, uma queda de 45%. No acumulado entre a 5ª e 6ª semana após a vacinação], quando começou a ser registrada a queda de casos, a redução foi de 71,3%"
Mais sobre o estudo de efetividade em Botucatu, estudo feito pela Unesp, em parceria com o Ministério da Saúde e a Prefeitura de Botucatu (SP), com a vacina AstraZeneca
Monitoramento genômico pela Rede Corona-Ômica do RJ em parceria com outras instituições mostram que, além da alta prevalência da P.1 (94,5%), a P.5 foi identificada e contabiliza 25 casos em RJ e SP
Acompanha 👇
Um resumo na reportagem da @CNNBrasil "A nova linhagem foi identificada em abril e é originária da B.1.1.28, que também gerou a P1, P2, P3 e P4. Ao que tudo indica, as vacinas disponíveis no mercado hoje são capazes de combater todas elas" cnnbrasil.com.br/saude/2021/06/…
No entanto, ainda não sabemos se ela pode ter maior transmissibilidade ou outro tipo de adaptação, em relação à cepa original.
Aqui, temos um resumo das mutações que a P.5 apresenta. Na tabela, resumo das VOC e VOI encontradas no estado do RJ de 28/04/2021 a 06/06/2021.
Mais estudos de combinação de vacinas! Dose 1 da AZ💉+ Dose 2 da Pfizer 💉 induz uma boa resposta imunológica (anticorpos e células!), com bons parametros de segurança observados!
Vou comentar um pouquinho abaixo 🧶
Os 663 participantes (18-60 anos) foram aleatorizados (2 para o grupo experimental para cada 1 no grupo "controle", 2:1) nos grupos:
💉Controle: quem recebeu a AZ
💉Intervenção: quem recebeu AZ + Pfizer (2ª dose no dia 28)
Uma coisa que achei interessante foi "se observarmos boa imunogencidade com uma segurança atingida, será oferecido aos participantes do grupo controle a 2 dose da Pfizer. De forma alternativa, a 2 dose da AZ também poderá ser oferecida"
Recebi uma rica orientação do @vacinacovidbr e resolvi apagar minha quote a um post me descredibilizando, para não dar engajamento. Muito feliz em aprender com vocês a como lidar com o que ocorre na rede social. Obrigada por todos os comentários gentis ❤️🥺
Mas aproveitando para comentar aqui algumas coisas. Eu sou biomédica de formação, e na biomedicina temos dezenas de habilitações, e um curso extremamente estruturado dentro da área da saúde que nos permite conhecer e aprender sobre muitas áreas e de forma multidisciplinar
Dentro da minha formação, eu acabei me especializando em bioquímica e analises/patologia clínica. Nessa em questão, aprendi muitas coisas relacionadas a microbiologia, imunologia, hematologia dentro da área da saúde, especialmente no contexto ed doenças
Já temos algum dado comparando o quão transmissível em relação às outras as variantes são? Sem dúvida precisamos de mais estudos, mas quero comentar um com vocês hoje do Eurosurveillance divulgado agora em Junho!
Segue o fio! 🧶
Antes de tudo, vamos aos nomes das variantes, segundo a nova nomenclatura da @WHO :
Se tu tá com dúvisa sobre o que é uma VOC ou uma VOI, esses cards do @oatila estão muito resumidos e super bons para lembrarmos:
Mato Grosso do Sul recebeu, hoje, um lote de 150 mil doses da vacina da Janssen, para imunizar 13 municípios da região de fronteira, sendo acompanhados pelo Vebra COVID-19 para estudar a efetividade e impacto dessa vacinação
Será avaliado o impacto de imunização de pessoas entre 18 a 50 anos em 13 cidades de fronteira do MS, após 14 dias de 1 dose da Janssen, estimando a efetividade de um regime de 1 dose e a redução de riscos de forma sintomáticas, graves e óbitos pela COVID-19 após 14 dias
Segundo a reportagem do G1, os municípios que vão fazer parte do estudo são: Mundo Novo, Japorã, Sete Quedas, Paranhos, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Ponta Porã, Antônio João, Bela Vista, Caracol, Porto Murtinho, Corumbá e Ladário. g1.globo.com/google/amp/ms/…