Perdidos na minissérie de dramas políticos rocambolescos do governo Bolsonaro, adentramos em uma crise hídrica e elétrica sem nos darmos conta de que entre as causas está o desprezo que este governo tem pela floresta e pelas águas. Veja na #aulacordel porque isto é importante.
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As causas da nossa crise hídrica têm a ver com o desmatamento (já vamos ver mais sobre isso), o aquecimento global, eventos climáticos como La Niña e El Niño e, claro, uma gestão inadequada e excludente dos recursos hídricos.
O que o desmatamento tem a ver com isso? Esse mapa recente com as áreas de desmatamento e as áreas onde está acontecendo a seca começa a dar as dicas sobre isso. O desmatamento promovido pelo Agro e Bolsonaro está matando os rios voadores.
O que são rios voadores? Na Amazônia, ventos que sopram do mar são mantidos úmidos até o meio do continente pela ação recicladora da floresta. Esses rios aéreos 'batem' nos Andes e retornam para o Sul/Sudeste, onde são fundamentais para as chuvas.
Além disto, o Cerrado também tem um papel fundamental, pois suas árvores - diferentes das raízes curtas dos produtos agrícolas - tornam o solo permeável e mantêm os aquíferos, os grandes rios subterrâneos, que geram as nascentes dos rios.
Bem, e se o Agro e o Bolsonaro já estão matando os grandes rios acima de nossas cabeças e abaixo de nossos pés, o descontrole na legislação dos agrotóxicos está lentamente matando os rios da superfície (além dos lençóis freáticos, subterrâneos).
Mas não para por aí. Menos água significa menos energia, já que nossa matriz energética é basicamente hidrelétrica. Termelétricas, poluentes e mais caras, serão acionadas e você vai pagar mais caro na conta e nos produtos encarecidos pelo custo.
Ou seja, não só não aprendemos nada com a crise hídrica de 2014 como a agravamos, elegendo um presidente que é favorável à destruição da floresta, à poluição da água e contra a proteção dos indígenas que defendem a floresta de pé.
Se vc chegou até aqui, vou sugerir seguir a irmã da página Água Sua Linda, Árvore Ser Tecnológico (FB facebook.com/arvoresertecno…). Elas são criadas por uma equipe massa, incluindo um amigo querido. O material delas pode ser copiado para fins não-comerciais, desde dando atribuição.
E se você quiser saber mais sobre os rios voadores da Amazônia, assista este documentário com cerca de 25 minutos no @YouTubeBrasil: "Rios voadores da Amazônia: Sem floresta não tem água".
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Eis que rolou um #GregNews que abordou o potencial terapêutico dos psicodélicos. Bora conversar em um #cordel sobre o episódio 12 da temporada 2021 do programa de jornalismo e humor de @GDuvivier na @HBO_Brasil? Siga aí.
Antes de tudo, vá lá e assista ao episódio. Só faz sentido você ler o que eu vou dizer aqui se já tiver assistido ao vídeo, que tem pouco mais de 25 minutos e se chama "PARE DE SOFRER" (sim, é isso mesmo, o bordão da Universal, e isso não é por acaso).
Pra começar, considero que a equipe fez uma costura muito boa na parte científica, algo que não é muito fácil em um programa curto, não dedicado à divulgação científica e que precisa ser engraçado.
Não é cientificamente correto dizer 'o tratamento precoce não funciona'. Do ponto de vista científico, seria mais adequado afirmar 'não há evidências que apoiem o uso do tratamento precoce'. Sendo mais purista, o ideal seria ainda acrescentar 'em humanos' e 'até agora'. #cordel
Não, esse não é um sofisma negacionista. É o reconhecimento de que a Ciência não é absoluta, e que todo seu conhecimento é sujeito a refutação. Por mais que dê desespero ver o que os adeptos do mito da Terra Plana fazem com essa ideia, ainda assim, é preciso ter isso em mente.
Assim, é possível que evidenciem a eficácia para o suposto tratamento precoce para covid-19, no futuro, com drogas novas ou conhecidas? Claro que sim. Por ora, porém, essa evidência não existe, e é por ela que temos que nos pautar. Prescrever remédios não eficazes não é ético.
A primeira vez que Mayra Pinheiro ganhou notoriedade nacional foi ao organizar, em ato do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará, uma vergonhosa vaia aos médicos cubanos que chegavam em Fortaleza em 2013. A foto de @jarbas_oliveira do ocorrido na @Folha ficou bem conhecida.
Mayra aparece logo ao lado do Médico Juan Duvergel, junto com o grupo de médicos que mandava os cubanos 'voltarem para a senzala'. Fiquei muito revoltado, com essa cena, e publiquei um artigo sobre o tema, à época, no Estadão.
Apesar do artigo já ter quase oito anos, o jornal da 'escolha muito difícil' ainda não o tirou do paywall, então leiam com o Outline. Já estava sendo chocado, àquela época, o ovo da serpente do fascismo médico, vertente hoje bem forte dentro da profissão.
Por que fazer um projeto de pesquisa sobre escalas que medem experiências psicodélicas?
Se você já usou pelo menos um psicodélico na vida, por favor responda 👉🏽 bit.ly/pesquisapsicod…
Se conhece quem usou, compartilhe. Se quiser saber mais sobre o projeto, lá vai #aulacordel.
Primeiro, vamos falar da equipe. O projeto está ligado às pesquisas de doutorado da @BheatrixB do MograbiLab da PUC-Rio e da Isabel Wiessner do ICARO da Unicamp, com a colaboração do querido @DimitriDaldegan. Os orientadores dos doutorados somos o Daniel Mograbi e eu.
Por que estamos fazendo essa pesquisa?
Como muitos de vocês já sabem, estamos vivendo uma nova onda de pesquisas com substâncias psicodélicas como o LSD, a psilocibina (dos 'cogumelos mágicos') e a ayahuasca, nativa da Amazônia. É a chamada 'Renascença Psicodélica'.
Participe da pesquisa no link bit.ly/pesquisapsicod… e siga o cordel para entender um pouco melhor sobre por que o dia de hoje marca uma data especial na história dos psicodélicos.
Neste dia, no ano de 1943, o químico Albert Hofmann foi o primeiro ser humano a experimentar os efeitos da substância que ele mesmo criara, a dietilamida do ácido lisérgico, conhecida como LSD, 'ácido' ou 'doce', pedalando pela cidade suíça de Basileia.
O Brasil é uma espécie de experimento aberto e coletivo sobre a indução de ideias delirantes em pessoas normais. A última é uma celebração do General Heleno, por ter desbaratado um 'golpe' contra o presidente, causando as demissões dos ministros militares.
Sem dados, sem artigos de mídia, sem qualquer base sólida, alguém provavelmente lançou deliberadamente - mas não se pode descartar a geração espontânea - a narrativa de redenção de um golpe fictício em grupos de zap bolsonaristas e eles refluem o chorume em outras redes.
Humanos são 'maquininhas de crer'. Precisam de certezas para existir (mesmo que para alguns seja a certeza da dúvida). A construção de um Brasil que se ajuste à ficção bolsonarista é uma espécie de ruptura social da verdade compartilhada, motivada pela comunicação eletrônica.