Analisando o comportamento da hashtag #3J, de 9h às 13h de hoje, é simples de diagnosticar que o aquece nas ruas ocorre, em paralelo, ao aumento de temperatura nas redes, protagonizado por uma multiplicidade de participantes ligados à agenda da esquerda (#ForaBolsonaro).
A Linguagem do #3J. Pela manhã, as manifestações mostram suas territorialidades (com RJ, no centro). Aparece, dessa vez, o termo 'corrupto' associado aos tópicos 'jair', 'bolsonaro', 'cadeia'. É incorporado ao repertório do ciclo de luta antibolsonarista o tema da corrupção.
As lideranças de esquerda vão capturando da extrema direita a agenda política do corrupção, que passa a ser combinada com um evento (roubo na compra de vacina), um sujeito-autor (Bolsonaro) e um antagonista (ruas).
Voltamos às 18h, usando a metodologia que eu chamo de "timeline discursiva", que é detectar mudanças discursivas em tempos diferentes, através da visualização de grafos de combinações de palavras mais frequentes em um inventário de mensagens online de um evento-hashtag
PS: @Folha é o veículo que obteve maior número de compartilhamento de links entre os participantes do #3JForaBolsonaro até às 13h.
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às 23h, a rede bolsonarista (marrom) repercutia as imagens de vidraças quebradas, do banco Santander incendiado por manifestantes e de brigas entre integrantes do PCO e PSDB. As imagens se tornaram "ótimas" para alimentar a ideia do #3J como protesto violento e intolerante.
Nesse período, o ator de maior relevância foi a Polícia de São Paulo, narrando em primeira mão as ações incendiárias na manifestação. Isso ajudou o presidente a jogar luz na "narrativa do vandalismo", enfraquecendo a agenda anti-corrupção dos atos.
A "escudo anti-RTs" do bolsonarismo voltou então ao seu estado normal (25% do total de interações), obtendo seus vídeos e imagens para circular pelos seus grupos, perfis e canais para servirem de "respiro" à artilharia pesada que recebeu hoje das ruas.
Às 18h, os atos #3JForaBolsonaro bateram mais de 500k de postagens no Twitter. De novidade, a redução do escudo bolsonarista na plataforma em relação ao #19JForaBolsonaro. Nessa hora, naquele dia, eram 25% das interações dos RTs batendo nos protestos. Hoje, 9% (marrom).
A baixa contenção bolsonarista pode estar associada à dificuldade de resposta ao tema da corrupção. Caso afrontem às ruas, a situação pode piorar ainda mais, com atos sendo convocados mais rapidamente, pressionando ainda mais o Congresso.
Sobre a linguagem do #3J (18h).
Minerado os termos mais coassociados nas 246k postagens de 13h às 18h, o enquadramento de 'bolsonaro' continua sendo de 'genocida' e 'corrupto'. E aparece SP como novo eixo do que se deve relatar.
A repercussão da #CPIdaPandemia atingiu o pico de publicações em um único dia: 812.530 postagens só ontem (25). Quase 350 mil usuários atentos. na última semana, ao trabalho da CPI.
A questão é: esse ruído alto sobre a corrupção no governo Bolsonaro se manterá?
Todo pico de viralização tende a uma decantação em 48 horas (em média). Nesse sentido, o governo deu sorte. No final de semana, cai a carga interativa nas redes sociais. Com isso, poderá se recompor com ajuda da fanbase (on e off). No domingo, o depô na CPI será algo do passado.
Qual fato novo num final de semana? É o presidente discursando na motociata. A rapaziada repercutindo isso na tevê e nas redes. Versões novas dos spin doctors pipocando. Daí o presidente chegará no domingo no zero a zero. E vida que segue.
A nova retórica do presidente Bolsonaro repete a mesma tática usada em 2020. Antes, endereçada contra a vacina. Agora, contra as restrições do lockdown.
Em outubro de 2020, em franca campanha contra a coronavac, a rede bolsonarista destinava tempo e dinheiro para desqualificar a "vacina de Dória", gerando amplo domínio sobre o tema no Twitter, conforme se vê (mancha marrom) no grafo.
Em março de 2021, tendo que engolir à seco o sucesso da coronavac, Bolsonaro mudou a rota. Abraçou para estrangular o termo lockdown, rotulando-o como medidas contra o trabalhador.
O lockdown passou a ser o centro da retórica negacionista de Bolsonaro. E anima seus apoiadores.
E o Portal R7 que publica notícia baseada num artigo cheio de inconclusões de revista de baixo nivel.
21 mil compartilhamentos.
Jornalismo de baixa relevância e caça clique. Onde está o Facebook?
CNN, idem.
São veículos alinhados ao governo Bolsonaro reproduzindo a informação enganosa, tal como aquela matéria intitulada "sopa de morcego causou a transmissão do coronavírus pra humanos".
Que inferno isso.
é um estudo q se intitula uma meta análise. Ou seja, o cara junta um monte de artigos porcaria q diz que tudo q a invermectina faz é divino e maravilhoso . Dai a conclusão geral é: tudo é divino e maravilhoso.
Tratamento precoce: a virada de sentido.
img1: 25/12 a 11/01 (domínio bolsonarista - cinza treva)
img2: 12/01 a 21/1 (dominio antibolsonarista - amarelo luz)
Ampliar o debate muda valores da opinião pública. Desta vez, para melhor.
A rede bolsonarista dobrou de tamanho para defender a falsa cura prescrita no tratamento precoce: 41.734 perfis no Twitter.
Já a frente antibolsonarista criticando o TP saiu de 5 mil perfis para agregar 127.691 participantes, principalmente após o dia 15/1.😱🙌.
Efeitos práticos do movimento:
- Pazuello tendo de responder sobre o tp (e se enrolando).
- investigação de médicos charlatões.
- denúncia do app tratacov.
- anvisa negando o tp.
- vacina como solução.
E mais que deve vir por aí.