às 23h, a rede bolsonarista (marrom) repercutia as imagens de vidraças quebradas, do banco Santander incendiado por manifestantes e de brigas entre integrantes do PCO e PSDB. As imagens se tornaram "ótimas" para alimentar a ideia do #3J como protesto violento e intolerante.
Nesse período, o ator de maior relevância foi a Polícia de São Paulo, narrando em primeira mão as ações incendiárias na manifestação. Isso ajudou o presidente a jogar luz na "narrativa do vandalismo", enfraquecendo a agenda anti-corrupção dos atos.
A "escudo anti-RTs" do bolsonarismo voltou então ao seu estado normal (25% do total de interações), obtendo seus vídeos e imagens para circular pelos seus grupos, perfis e canais para servirem de "respiro" à artilharia pesada que recebeu hoje das ruas.
Atenção especial à técnica de "prank videos" adotada por alguns influenciadores bolsonaristas. Eles foram para dentro dos atos no intuito de fazer trote, pegadinhas etc. Essa modinha já esteve presente nas eleições municipais em Londres. insider.com/london-mayoral…
Por fim, a linguagem do #3J (23h). A rede bolsonarista/policial captura as palavras 'ruas' e 'manifestantes' e 'atos' correlacionando-as aos tópicos 'vandalismo', 'vândalos' e 'depredam'.
Mas nem tudo são flores ao governismo.
27 milhões de interações pró-manifestações em posts com hashtags do protesto no Instagram (últimos 7 dias).
11 mi só hoje.
Foto mais comentada por lá: instagram.com/p/CQ4d-eYJzHT/
7 milhões de interações apenas em páginas no Facebook (últimos 7 dias). Sem contar nos posts de perfis.
Post mais comentado: facebook.com/12841616719864…
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Às 18h, os atos #3JForaBolsonaro bateram mais de 500k de postagens no Twitter. De novidade, a redução do escudo bolsonarista na plataforma em relação ao #19JForaBolsonaro. Nessa hora, naquele dia, eram 25% das interações dos RTs batendo nos protestos. Hoje, 9% (marrom).
A baixa contenção bolsonarista pode estar associada à dificuldade de resposta ao tema da corrupção. Caso afrontem às ruas, a situação pode piorar ainda mais, com atos sendo convocados mais rapidamente, pressionando ainda mais o Congresso.
Sobre a linguagem do #3J (18h).
Minerado os termos mais coassociados nas 246k postagens de 13h às 18h, o enquadramento de 'bolsonaro' continua sendo de 'genocida' e 'corrupto'. E aparece SP como novo eixo do que se deve relatar.
Analisando o comportamento da hashtag #3J, de 9h às 13h de hoje, é simples de diagnosticar que o aquece nas ruas ocorre, em paralelo, ao aumento de temperatura nas redes, protagonizado por uma multiplicidade de participantes ligados à agenda da esquerda (#ForaBolsonaro).
A Linguagem do #3J. Pela manhã, as manifestações mostram suas territorialidades (com RJ, no centro). Aparece, dessa vez, o termo 'corrupto' associado aos tópicos 'jair', 'bolsonaro', 'cadeia'. É incorporado ao repertório do ciclo de luta antibolsonarista o tema da corrupção.
As lideranças de esquerda vão capturando da extrema direita a agenda política do corrupção, que passa a ser combinada com um evento (roubo na compra de vacina), um sujeito-autor (Bolsonaro) e um antagonista (ruas).
A repercussão da #CPIdaPandemia atingiu o pico de publicações em um único dia: 812.530 postagens só ontem (25). Quase 350 mil usuários atentos. na última semana, ao trabalho da CPI.
A questão é: esse ruído alto sobre a corrupção no governo Bolsonaro se manterá?
Todo pico de viralização tende a uma decantação em 48 horas (em média). Nesse sentido, o governo deu sorte. No final de semana, cai a carga interativa nas redes sociais. Com isso, poderá se recompor com ajuda da fanbase (on e off). No domingo, o depô na CPI será algo do passado.
Qual fato novo num final de semana? É o presidente discursando na motociata. A rapaziada repercutindo isso na tevê e nas redes. Versões novas dos spin doctors pipocando. Daí o presidente chegará no domingo no zero a zero. E vida que segue.
A nova retórica do presidente Bolsonaro repete a mesma tática usada em 2020. Antes, endereçada contra a vacina. Agora, contra as restrições do lockdown.
Em outubro de 2020, em franca campanha contra a coronavac, a rede bolsonarista destinava tempo e dinheiro para desqualificar a "vacina de Dória", gerando amplo domínio sobre o tema no Twitter, conforme se vê (mancha marrom) no grafo.
Em março de 2021, tendo que engolir à seco o sucesso da coronavac, Bolsonaro mudou a rota. Abraçou para estrangular o termo lockdown, rotulando-o como medidas contra o trabalhador.
O lockdown passou a ser o centro da retórica negacionista de Bolsonaro. E anima seus apoiadores.
E o Portal R7 que publica notícia baseada num artigo cheio de inconclusões de revista de baixo nivel.
21 mil compartilhamentos.
Jornalismo de baixa relevância e caça clique. Onde está o Facebook?
CNN, idem.
São veículos alinhados ao governo Bolsonaro reproduzindo a informação enganosa, tal como aquela matéria intitulada "sopa de morcego causou a transmissão do coronavírus pra humanos".
Que inferno isso.
é um estudo q se intitula uma meta análise. Ou seja, o cara junta um monte de artigos porcaria q diz que tudo q a invermectina faz é divino e maravilhoso . Dai a conclusão geral é: tudo é divino e maravilhoso.
Tratamento precoce: a virada de sentido.
img1: 25/12 a 11/01 (domínio bolsonarista - cinza treva)
img2: 12/01 a 21/1 (dominio antibolsonarista - amarelo luz)
Ampliar o debate muda valores da opinião pública. Desta vez, para melhor.
A rede bolsonarista dobrou de tamanho para defender a falsa cura prescrita no tratamento precoce: 41.734 perfis no Twitter.
Já a frente antibolsonarista criticando o TP saiu de 5 mil perfis para agregar 127.691 participantes, principalmente após o dia 15/1.😱🙌.
Efeitos práticos do movimento:
- Pazuello tendo de responder sobre o tp (e se enrolando).
- investigação de médicos charlatões.
- denúncia do app tratacov.
- anvisa negando o tp.
- vacina como solução.
E mais que deve vir por aí.