Acompanho grupos militares desde 2014 por conta da Comissão Nacional da Verdade. A entrada dos militares no Bolsonarismo (que não está dada desde o princípio) tinha um cálculo claro: colocar os militares no centro da política nacional.
Contudo, não como em 64. A ideia era preservar uma certa "distância" do poder. Bolsonaro não era bem visto nas FA por conta de seu histórico, era considerado imprevisível e seus "esquemas" eram notórios. Isso sempre foi falado abertamente.
A entrada das forças militares no seu conluio lhe conhecia um alicerce institucional. Para os militares, fornecia um palhaço que atrairia as atenções enquanto eles poderiam se alojar tranquilamente no centro do poder.
Havia um cálculo de que eventuais problemas do governo cairiam sobre Bolsonaro e seu núcleo mais imediato enquanto os bônus seriam mérito dos militares.
Um aspecto importante: os militares realmente acreditam ser a principal força do desenvolvimento moral/social do país. E isso só aumenta a sua responsabilidade, pois são incapazes de admitir a sua própria inaptidão.
Os escândalos que estão vindo a tona são "clássicos", você olha para a ditadura e vai ver a mesma coisa. Ao ponto de que podemos cravar que as FA não estão sendo corrompidas pela política. Eles são um dos locus de corrupção da esfera política e social.
Por isso eu ataco tanto a ideia de que um impeachment simples resolveria os nossos problemas. A diferença entre Mourão e Bolsonaro é que o primeiro come de boca fechada. Um impeachment simples vai colocar o poder no colo dos militares.
E como insisto: os militares são capazes de um novo "64" apenas para esconder as falcatruas que estão emergindo. Qualquer projeto político minimamente democrático tem que expulsar essa corja da vida política.
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Hoje é o "dia seguinte" na #CPIdaCovid, além do depoimento de Francieli Fantinato (ex-coordenadora do PNI) teremos as repercussões da prisão de Roberto Dias. Vou falar sobre o que está rolando nos bastidores no "pré-jogo".
\Hoje a #CPIdaCovid terá um depoimento decisivo: Ricardo Dias, ex-diretor do Ministério da Saúde, apontando como o homem que pediu um dólar por dose de vacina. A nossa cobertura começa agora, 09:15h
Hoje a #CPIdaCovid vai ouvir a servidora responsável pela autorização da Covaxin - que aprovou o contrato mesmo com irregularidades. Nossa cobertura começa agora (09h).
Eu só quero entender o motivo da @TwitchBR não me pagar desde maio. Já entrei em contato com o suporte e nada.
@TwitchBR Pois é aquilo, se forem desmonetizar o meu canal - sabe-se lá por qual motivo -, é melhor avisarem ao menos que eu nem perco mais o meu tempo.
@TwitchBR Teve uma galera fazendo piada e tals, mas a questão é, hoje em dia a twitch se tornou a minha principal atividade profissional. Quem acompanha as lives sabe o tempo que eu passo diariamente na plataforma, transmissões de até 10 horas.
O Bolsonarismo foi oficialmente para o modo QAnon agora, com o próprio perfil do Presidente Jair Bolsonaro puxando uma teoria da conspiração que aponta para um escândalo sexual envolvendo ministros do STF e João de Deus.
Sintoma de que estão cada vez mais acossados.
Como sempre disse, o Bolsonarismo é um fenômeno multifacetado, Bolsonaro, ele próprio, é um objeto múltiplo. O Bolsonaro construído nas redes evangélicas é completamente diferente do Bolsonaro das redes ligadas a segurança pública. Eles se tocam, mas jamais são os mesmos.
Por isso a comunicação e os posicionamentos do presidente sempre são muito "pessoais". Ele geralmente fala apenas de si, reage como uma pessoa, não como um político. A sua "figura política" é construída nas redes.
Depois o povo acha que só a galera do outro lado mundo vive numa realidade própria. Olha o tipo de coisa que aparece nos meus comentários.
"Ficção de que houve ataque aos DH na copa"....
Relatório sobre a violação dos direitos humanos das pessoas em situação de rua: ttps://apublica.org/wp-content/uploads/2014/06/Viola%C3%A7%C3%B5es-Copa-do-Mundo-12-06-14-1.pdf