Para começar, deem uma boa olhada no mapa acima. Ele mostra nosso posicionamento médio contra a Chapecoense.
Os espaços parecem bem preenchidos e a disposição dos jogadores é bem alinhada à que a escalação sugere. Cada um está realmente atuando onde se espera.
Parece pouco, mas, para nós, é uma evolução a tal da organização.
Para quem não se lembra, fiz uma thread similar logo após Corinthians x River Plate - PAR, pela Sul-americana. Na ocasião, o time de Mancini não ocupava o campo de forma racional.
Hoje, há mais inteligência.
Alguns detalhes interessantes:
1- Os zagueiros fazem a saída, deixando Cantillo solto para rodar o jogo;
2- Vitinho e Gabriel geram linhas de passe, não ficam na linha de Canty;
3- Como não há meia, Jô recua para oferecer apoios entrelinhas.
Esses detalhes tornam-se especialmente interessantes quando entendemos que eles são adaptáveis.
Vejam, por exemplo, o posicionamento médio contra o Internacional. É similar ao de ontem - até porque, também passamos quase o jogo todo tendo que atacar -, mas apresenta diferenças.
As mais marcantes:
1- Cantillo recuou para ajudar na saída de bola, já que o Inter não deixava Gil e João tão à vontade.
2- Os laterais estiveram mais presos, preocupados com o contragolpe colorado.
3- Jô, mais avançado, gerou mais profundidade. Guardem isso na memória.
Vale lembrar que, em mapas de posicionamento médio, pequenas alterações já revelam padrões de movimentação totalmente diferentes.
Um ou dois centímetros de deslocamento no mapa já significam uma mudança grande em onde esse jogador esteve ao longo da partida.
Agora, voltando ao ponto da adaptabilidade do sistema, vamos observar o mapa do jogo contra o SPFC.
Além de Vitinho ter estado pela direita, onde rende muito menos, é gritante o quanto estávamos mais recuados. Quem se lembra do jogo sabe que o retrato é bem fiel.
Essas variações nos dizem que Sylvinho está conseguindo jogar xadrez com os atletas. Ele consegue recuar, avançar, inverter, enfim, pedir mudanças nos padrões.
É claro que isso ainda não se dá de maneira super automática e 100% eficaz, mas o time cumpre o plano.
Ok, a organização e a capacidade de ajustar o posicionamento entre os jogos estão funcionando.
Mas nem tudo são flores. Vamos olhar novamente o mapa da partida de ontem e nos aprofundar nele para tentar identificar alguns de nossos problemas.
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Continuando, vamos falar daquilo que pedi que vocês lembrassem: Jô gerando profundidade.
Contra a Chape, nosso camisa 77 marcou mais um gol, mas, na maior parte do tempo, não conseguiu empurrar a defesa da Chapecoense para trás. Notem em seu mapa de calor.
Isso não é uma crítica ao jogador. Jô vem sendo muito importante nos apoios, como já dissemos. Ele recua para fazer o pivô e nos ajuda a progredir.
Mas há um problema coletivo. Com Jô saindo tanto da área, PRECISAMOS que outros ocupem esse espaço, senão, ficamos improdutivos.
Atualmente, apenas Gustavo Silva, o Mosquito, nos oferece essa profundidade. Ele é nosso único jogador capaz de atacar a última linha de defesa adversária, entrar na área, e ameaçar de fato o gol.
Seu mapa de calor do campeonato confirma essa presença relevante no último terço.
Pela esquerda, no esquema de Sylvinho, Mateus Vital deveria fazer essa função. O problema é que Vital é destro e muito mais armador que atacante. Assim, ficamos bem menos agudos.
A solução poderia vir do meio-campo, mas aí entramos no próximo "defeito" que esse mapa revela.
Gabriel, ao contrário de Vitinho, NÃO É um interior. Ou seja, não é um meio-campista que ataca e defende por dentro. Ele é volante.
Comparem o mapa de calor de ambos ontem. Os deslocamentos de Gabriel pela direita são bem menos avançados que os de Vitinho pela esquerda.
E a presença na área? Quase nula. Não é com Gabriel que resolveremos esse problema ofensivo.
E esse nem parece ser o plano! Conforme os mapas de posicionamento médio contra Inter e SPFC mostraram, Gabriel e Roni jogam mais próximos de Canty. Claramente, estão ali para proteger.
Ontem, entretanto, essa proteção não era necessária e Gabriel ficou sem função. Seria essencial ter outro interior. Outro meio-campista que pudesse ajudar defensivamente, mas que também gerasse jogo na frente.
Não à toa sonhamos com Paulinho e Renato Augusto.
Em defesa de Sylvinho, Roni estava suspenso. O garoto oferece um pouco mais que Gabriel com a bola e também pisa mais na área. Caso seja o titular, já melhoramos um pouco nessa questão.
Araos ou Vital poderiam ser deslocados para tentar oferecer isso também, mas seriam apostas.
Para fechar, a discussão da fase ofensiva vai até nossa defesa. Os mapas nos ajuda a refletir sobre outra questão que vem sendo constantemente debatida: a função dos laterais.
Vamos aos mapas de calor de Fábio Santos e Fagner na partida contra a Chape.
Em primeiro lugar, o óbvio: Fagner precisa de mais liberdade para atacar.
É compreensível que o sistema de Sylvinho peça laterais mais presos, mas ele precisa se adaptar. Fagner é nosso jogador de linha mais qualificado e agrega muito ao ataque quando pode subir.
E claro que Mosquito já explora muito o corredor direito, mas seu entendimento com o camisa 23 sempre foi excelente. Fagner mais solto pode tornar o lado direito mais criativo e o time menos penso.
Com Gabriel ou Roni protegendo a direita, a ideia torna-se ainda mais viável.
Pela esquerda, Fábio, por estar em nosso lado mais construtor, ataca um pouco mais que Fagner, mas não chega a ser algo gritante.
O questionamento que fica aqui é: já que Vital e Vitinho são destros, será que não valeria a pena ter Piton em campo para oferecer ultrapassagens?
É claro que Sylvinho não pode simplesmente soltar Fagner, colocar Piton e trocar Gabriel por um meia. Não temos tempo de trabalho e nem qualidade para querermos nos impor assim agora. Mas são alternativas que, especialmente em jogos com o de ontem, precisam ser mais exploradas.
Esses mapas todos nos ajudam a entender o que acontece com um time. Tanto de bom quanto de ruim.
Sylvinho tem um Corinthians organizado e em evolução. Esperamos que, em algum tempo, os mapas nos mostrem ainda mais eficiência na ocupação dos espaços. Especialmente ofensivamente.
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Muito aproveitado por Vágner Mancini como lateral-direito no começo da temporada, João Victor está cada vez mais sólido como zagueiro titular do Corinthians de Sylvinho.
E não é à toa que essa confiança toda está sendo dada. Vamos entender um pouco melhor seu impacto.
Dois pontos são chave para entender o desempenho de João: leitura das jogadas e qualidade com bola nos pés.
Esses dois pontos, somados aos seus atributos físicos, são os que fazem com que altas expectativas sobre o zagueiro sejam justificáveis.
Para começar a falar de Renato Gaúcho, ou Portaluppi, precisamos entender que estamos falando de um treinador que, gostem ou não, entregou MUITO em seu último trabalho.
Foram mais de 4 anos e meio à frente do Grêmio, tempo que, para o futebol brasileiro, beira um milagre.
Nesse período, ele ganhou uma Libertadores (e fez mais duas semifinais), uma Copa do Brasil (e fez mais uma final e duas semifinais), uma Recopa Sul-americana, quatro títulos regionais, mais de R$500mi em vendas para seu time e, é claro, uma estátua.
DOSSIÊ DOS JOVENS QUE ESTÃO TREINANDO NO PROFISSIONAL
A novidade do dia foi a integração de 9 jovens da nossa base junto ao elenco profissional. Mas quem são eles? Se liga nesse fio organizado por @luissfabiani, @beatrizoccoler e @iurimedeiros13 para descobrir!
👤 Cauê Vinícius
📅 18 anos
⚽ Atacante
ℹ️ Sub-20
Talvez seja o jogador de maior hype nesse sub-20. Com apenas 18 anos, é um atacante de muita velocidade, mas que se posiciona muito bem para finalizar. Pode ser útil seja jogando em transições rápidas, fazendo a função do (+)
Léo Natel, seja jogando contra defesas fechadas, com sua boa leitura de espaços para estar no lugar certo e na hora certa.
É figura carimbada na seleção de base e na última temporada anotou 8 gols em 28 jogos pelo Timão.
CONHEÇA OS JOVENS QUE MERECEM UMA CHANCE NO PAULISTÃO 2021!
Com os problemas recentes, o Corinthians deve disputar o Paulistão com muitos jovens no elenco. Pensando nisso, separamos um fio com os nossos conteúdos sobre as principais promessas do Timão. Confira o🧶!
CAUÊ
Atacante
19 anos
Com possibilidade de atuar pelos lados, o centroavante é um nome muito interessante para brigar com Jô pela posição. É considerado uma das grandes promessas do Brasil.
O jogador se tornou uma peça vital da equipe sub-20 de Coelho como um meia-armador e segundo volante. Tem bons passes e consegue trabalhar bem as suas finalizações.
Conheça um pouco mais de Tiago Nunes, o novo treinador do Corinthians.
Tiago Nunes é bem versátil quando se trata de esquema, costuma se adaptar bem ao que o elenco lhe oferece como característica.
Chegou ao Athlético adotando um 4-2-3-1, pós eliminação para o Boca, com um foco na Copa do Brasil, utilizou o 4-3-3 e o 4-1-4-1.
Como marcam as equipes de Tiago Nunes? O CAP costumava marcar com bloco alto utilizando um 4-2-4, com foco principal que os extremos fechem os laterais adversários, dificuldade uma transição pelo lado.
Geralmente, o combate é feito pelo centroavante e por um dos meio-campistas