Voltamos da praia e Maria quer colo. Não está cansada. Só quer colo. Maria está grande, eu a ajeito de um lado, as cadeiras de praia do outro. A tardinha cai no Rio de Janeiro.
“Papai”, Maria me chama, quando chegamos na esquina: “Olha só que engraçado”.
“Papai”, Maria me chama, quando chegamos na esquina: “Olha só que engraçado”.
Eu presto atenção. Ela me explica:
“A boneca está no meu colo, eu estou no seu colo”.
Ela abre o sorriso: “e você está no colo do chão !”
“Todo mundo está no colo do chão. todas as pessoas, em todos os lugares”.
“A boneca está no meu colo, eu estou no seu colo”.
Ela abre o sorriso: “e você está no colo do chão !”
“Todo mundo está no colo do chão. todas as pessoas, em todos os lugares”.
É verdade minha pequena, estamos todos no colo do chão, no colo da Terra.
Eu olho ao redor as pessoas indo e voltando da praia, turistas, moradores, ambulantes. As ondas quebram na praia levantando espuma. Surfistas passam distraídos, roupas de borracha, pranchas do lado, em paz
Eu olho ao redor as pessoas indo e voltando da praia, turistas, moradores, ambulantes. As ondas quebram na praia levantando espuma. Surfistas passam distraídos, roupas de borracha, pranchas do lado, em paz
Nossa pequena família caminha pela calçada sob os pés de abricó que foram plantados mais ou menos quando seu irmão nasceu, há uns 12 anos.
E hoje voltamos mais uma vez juntos, envolvidos por essa bolha de amor, nesse mundo desconjuntado onde tudo é temporário, menos o amor que nos une, minha pequena, minha linda e sábia filha de apenas 5 anos.
Te amo.
(escrito em 2015)
Te amo.
(escrito em 2015)
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