#PapaFrancisco publica documento em que redefine uso da chamada ‘missa tridentina’. A celebração não pode mais ser feita em toda paróquia, e se for feita, é o bispo quem define onde, bem como só ele pode autorizar sua realização. Roma dixit.
O pontífice disse ter consultado o episcopado do mundo todo. A partir disso, constatou que alguns grupos, que promoviam esse tipo de celebração, acabaram incentivando, ao mesmo tempo, a divisão da Igreja e “rejeitando a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II”.
Ele lembrou a decisão de Bento XVI, em 2007, que formalizou o uso amplo da missa extraordinária do rito romano, foi motivada pelo desejo de entrar em diálogo com a Fraternidade Pio X, não para gerar competição entre aqueles que celebram o rito de Paulo VI e o de Pio V.
Ele também pede que os bispos diocesanos fiquem atentos em relação aos grupos que pedem a autorização para celebrar dessa forma. Devem assegurar que os solicitantes, embora prefiram a missa tridentina, “não excluam a validade da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II”.
Se o bispo considerar que isso fere a unidade da igreja local, pode proibí-la. As leituras não podem ser feitas em latim e o sacerdote que fará a celebração também deve ser delegado pelo bispo. Pede também que a autoridade local não permita a criação de novos grupos.
O santo padre também apontou como impulso para a mudança o surgimento de grupos que, instrumentalizando a missa tridentina, passaram a propagar a ideia “de que aquela era a verdadeira Igreja”, em referência a forma que o catolicismo vivia sua fé antes do CVII da década de 1960.
Por fim, a missa que segue o missal de Pio V nem pode mais ser chamada de “missa extraordinária do rito romano”, já que o Papa entendeu que só existe uma forma ordinária de celebrá-la.
Se trata, agora, de uma prática restrita a alguns grupos previamente autorizados.
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Santa Sé pede revisão de artigo de projeto de lei contra a homotransfobia - em fase de votação na Itália - conhecido como DDL Zan. O Vaticano considera que um dos pontos do PL violaria acordo firmado entre os dois Estados. Explico na #thread a seguir:
O ministro das relações exteriores do Vaticano, Paul Gallagher, enviou nota verbal à embaixada da Itália, na qual faz ponderações a respeito da proposta, que está em tramitação no Senado italiano. É a 1ª vez que a diplomacia pontifícia intervém dessa forma na Itália.
Um dos artigos do PL estabelece que o dia mundial de combate à homotransfobia seja celebrado em todas as escolas do país. Tomando como base a concordata firmada com a Itália, o Vaticano entende que as escolas católicas, em particular, não são obrigadas a seguir essa decisão.
O Papa recebeu ontem, no Vaticano, um grupo de diáconos permanentes de Roma. No catolicismo ocidental, homens casados podem receber o ministério (só não podem ser padres).
No discurso a eles, Francisco usou um termo ‘a casta dos padres’ ao condenar o clericalismo. #Thread
#PapaFrancisco: “Este é o caroço do clericalismo: uma casta sacerdotal que está acima do povo de Deus. E se não resolvemos isso, o clericalismo na Igreja continuará”.
#PapaFrancisco “Na Igreja, deve prevalecer a lógica oposta: a lógica do abaixar-se. Todos somos chamados a isso. Porque Jesus se abaixou, se fez servo de todos. [...] O verdadeiro poder está no serviço aos outros”.
O apóstolo Marcos chegou ao continente em 40 d.C. É considerado o fundador da Igreja Copta (Egito).
No século 4, foi a vez da Etiópia. Hoje, a Igreja Ortodoxa Etíope possui 45 milhões de fiéis. Já a Católica Etíope - em comunhão com Roma - 300 mil.
A Acta Martyrum Scillitanorum, um dos documentos mais antigos sobre o suplício dos mártires cristãos, foi escrito lá (século 2).
Uma tradução latina do Novo Testamento, a Afra, anterior à Vulgata (a versão latina da bíblia, feita por S. Jerônimo), foi composta no território.
No último @rodaviva, a escritora nigeriana Chimamanda Adichie disse o seguinte: “É preciso africanizar o cristianismo”.
Nada mais justo. A África é um dos berços da religião na fase primitiva. Agostinho era africano. 3 papas saíram de lá: Victor I, Melquíades e Gelásio I.
"A Igreja nunca fechou suas portas". Mentira. Fechou sim. Papa Alessandro VII, durante a peste de 1656, decretou 'lockdown' para toda a cidade de Roma. Proibiu procissões, celebrações e festas profanas. Também fechou o comércio, permitindo somente as atividades essenciais.
A "Congregação da saúde", do Estado Pontifício, era responsável pelas ações de proteção e contenção da doença. O organismo prestava auxílio aos infectados num lugar à parte, destinado só para isso. Também impunha quarentena aos parentes e amigos da pessoa contagiada.
Sem missas, os católicos eram incentivados a praticar formas privadas de devoção. Em pouco tempo, o pontífice conseguiu frear o contágio. Na cidade de Nápoles, que optou por não adotar medidas restritivas, morreram 150 mil pessoas. Ao passo que, em Roma, menos de 15 mil.
Outro mito sobre os primeiros cristãos: o de que todos eles, durante a perseguição imperial, tenham sido entregue às feras no Anfiteatro Flávio, o famoso Coliseu. Na verdade, a maioria deles perdeu a vida no Circo Máximo e no Circo de Nero, também em Roma. Um ou outro no Coliseu.
O Circo de Nero é onde está localizado o Vaticano hoje. "Então a Igreja construiu sua sede sobre a arena da morte?". Veja: segundo a tradição, Pedro, o 1º papa, foi martirizado no local, em 64/67 d.C. A 'Basílica de São Pedro' é dedicada ao santo e preserva seus restos mortais
O obelisco de pedra, transportado do Egito pelo imperador romano Calígula, em 37 d.C, que decora atualmente a praça de São Pedro, é o que restou do antigo Circo de Nero (chamado, anteriormente, de Circo de Calígula).
A benção Urbi et Orbi, que o Papa concedeu hoje, é dispensada em 3 ocasiões: Páscoa, Natal e após a eleição do pontífice. Significa “a Roma e ao mundo”. É solene e através dela os fiéis podem lucrar a indulgência plenária.
Historicamente, não se trata somente de uma bênção, mas de uma fórmula herdada do Império Romano. A frase aparecia nos proclamas imperiais que eram dirigidos a Roma e aos territórios que estavam sob seu domínio.
Mais tarde, a fórmula foi adotada também pelas congregações da Cúria Romana, para expressar o efeito universal de determinado decreto ou decisão. Como benção pontifícia, foi concedida pela primeira vez por Gregório X, no século 13.