"Ele não é maluco!" segundo um passarinho, essa foi a fala de um governista ao saber que o presidente afirmou publicamente que vetaria o reajuste do Fundo Eleitoral. Ao que tudo indica o buraco é ainda mais fundo.
Mais de uma pessoa afirmou que a articulação pelo fundo veio debaixo, dos congressistas. Que o acordo com os governistas mais ferrenhos, inclusive, foi um tanto "complicado" e envolveu a promessa de que a aprovação o reajuste facilitaria a estruturação de um partido para o Pr.
Inclusive, pelo que me foi dito, alguns falavam abertamente que sem o fundo a possibilidade de reeleição cairia por terra.
Ai que vem o pulo do gato: as redes bolsonaristas passaram o fim de semana inteiro testando narrativas para livrar o Presidente e sua base dessa história. A narrativa que teve maior tração foi de que se tratou de um "Jabuti".
Pior, uma "armadilha" colocada pelo vice da câmara. Agora Bolsonaro seria obrigado a assinar o reajuste ou poderia sofrer impeachment. Não é a primeira vez que a máquina de propaganda usa esse argumento. Esse foi, inclusive, o argumento que o próprio Pr usou na saída do hospital
Mas, sintoma da popularidade em baixa, essa narrativa não ganhou tração nos grupos médios e mistos (religiosos, por exemplo). Deputados e senadores bolsonaristas foram abertamente cobrados pelo seu posicionamento na votação.
Resultado, Bolsonaro, que desconhece ou tempo que o presente, resolve dizer que vai vetar o reajuste do fundo eleitoral. O que, em tese, inviabiliza qualquer fundo eleitoral para o próximo ano.
A tendência é que seu veto seja derrubado, mesmo com votação nominal. E ai o problema fica ainda pior. Pois votação nominal gera um desgaste político ainda maior.
O fato de que cada político será obrigado a assumir o seu voto publicamente é sim desgastante, especialmente em um momento em que a maior parte da população brasileira vive em estado de penúria.
E não me venham com um simplório "o gado aceita tudo que eles dizem", pois esse tipo de enunciado ignora absolutamente tudo o que temos observado nas bases bolsonaristas, inclusive a flutuação na sua aprovação e, veja só, na própria forma de adesão.
Existem muitos conflitos dentro dos grupos, seus apoiadores - que ainda permanecem - nem de longe são a massa uniforme, o "gado" que o comentário apressado da internet desenha. As críticas ao presidente são variadas, inclusive entre seus apoiadores ferrenhos.
Enfim, ao que consta, a noticia do veto fez com que governistas roxos ficassem revoltados, pois se sentiram jogados aos leões por uma atitude intempestiva do presidente, mais uma.
As primeiras reações já começam a aparecer

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22 Jul
Os militares não tem, jamais tiveram, qualquer compromisso com o povo Brasileiro, seus interesses sempre foram a manutenção dos seus próprios privilégios.

Para os militares o povo é massa subalterna ou inimiga.
Por esta razão são partidários da doutrina da guerra revolucionária, onde o inimigo se confunde com o povo que buscam "proteger".
Essa geração atual de militares não passe de um refugo da ditadura militar. Frustrados por não poderem usufruir dos poderes de seus antecessores, incluindo-se aí o poder de exterminar sistematicamente seus opositores políticos.
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21 Jul
A indicação de Ciro Nogueira para a Casa Civil nem precisa se concretizar para demonstrar que, nesse momento, o governo de Jair Bolsonaro é apenas uma fachada para as negociatas do famigerado Centrão. O presidente reduzido ao papel de fiador da rapinagem, o clássico bucha.
Bolsonaro é o presidente perfeito para esse tipo de acordo. Um néscio político como ele depende da articulação de seus aliados para sobreviver. E os únicos que estão ali e são capazes disso são os seus aliados do famigerado Centrão.
Ainda, trata-se de um bufão. Capaz de atrair todas as atenções para si com apenas um gesto, atrai a raiva dos seus opositores e alegria de seus apoiadores. Enquanto isso, por trás dele, as negociatas são feitas.
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21 Jul
É realmente impressionante a velocidade que as teorias conspiratórias circulam entre as esquerdas. Essa interpretação de que a aprovação e o veto do fundo eleitoral foi uma estratégia de marketing do Bolsonaro é o puro triunfo da paranóia.
Quem tá acompanhando os bastidores não muito ocultos da coisa toda sabe que o pau tá comendo em Brasília, que a base Governista está completamente insatisfeita com a mudança de posição do governo para fazer "bonito" nas redes sociais.
Quem acompanha os grupos bolsonaristas viu que eles tentaram emplacar uma forma, uma narrativa, capaz de permitir a Bolsonaro assinar o fundo sem sem se comprometer com isso. Como aconteceu no caso das igrejas. Mas nada colou.
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20 Jul
Para quem ainda está achando que o anúncio do veto era uma estratégia de marketing do presidente.

"O governo foi alertado que um veto sem recomposição iria contrariar a base aliada no Congresso, especialmente na Câmara dos Deputados."

g1.globo.com/politica/blog/…
Pessoal tem que parar de teoria da conspiração e analisar o que está rolando: Bolsonaro está com um cobertor curto nas mãos, ou agrada a base política ou a base popular. Está tentando um meio termo que pode deixar todo mundo insatisfeito.
"O acordo é uma forma de dar uma saída honrosa ao presidente, que ficou desgastado com a repercussão negativa do fundo eleitoral."
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20 Jul
Antes do pessoal se lançar em teorias conspiratórias é importante lembrar que o acordo pela ampliação do fundo eleitoral - tudo indica - foi uma articulação que veio do congresso. E que ela foi muito desgastante para a imagem de diversos parlamentares. Isso tudo tem um custo.
Os nomes foram expostos, gente que disse que votaria "não", acabou votando como sim (a Zambelli, por exemplo). E ao contrário do que imaginam, muitos deles foram cobrados em suas bases. A supracitada foi uma.
O veto do Bolsonaro não apenas joga para escanteio toda articulação que incluía sua base, como piora o desgastes dos deputados. Pois a derrubada de veto é feita por votação nominal.
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20 Jul
Bolsonaro está numa posição tão frágil que num ato de desespero vai fritar a sua própria base política para acenar para sua base eleitoral. Pois a votação para a derrubada do veto é NOMINAL e vai deixar todo o ônus da decisão para os deputados.

Beijos, Zambelli.
Inclusive, pelos corredores de Brasília já se falava abertamente sobre isso desde a manhã de hoje. Parece que tem Governista duplamente revoltado. Primeiro por ter sido obrigado a votar no fundo e segundo por ter feito papel de palhaço para o presidente vetar.
Tudo indica que o acordo pela ampliação do fundo foi feito debaixo para cima e não o contrário, como o comentário político do Twitter pressupõe. E o provável veto do Presidente rompe unilateralmente essa construção.
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