(1/23) Qual o melhor dinheiro possível? De tempos em tempos acabo refletindo sobre isso; hj vou compartilhar um pouco esses pensamentos (e estou aberto a críticas). Podemos elencar várias características importantes para o dinheiro q poucos aqui irão discordar 👇
(2/23) Dinheiro precisa ser facilmente intercambiável, fácil de locomover, amplamente aceito, etc. A chegada do Bitcoin trouxe vários benefícios q o sistema tradicional carece em termos de funcionalidades (como custódia pessoal, ausência de fronteiras nacionais, 👇
(3/23) descentralização e escassez). Dinheiro não necessariamente precisa ser a moeda de troca do dia-a-dia, pode ser uma reserva de valor (da mesma forma que imóveis são dinheiro e entram no seu balanço como patrimônio) 👇
(4/23) Gosto de pensar como dinheiro tudo aquilo que um credor aceitaria como garantia para um empréstimo. Para ser utilizado como "moeda do dia-a-dia", é importante que o preço do ativo seja estável. Nesse aspecto, sinceramente não sei se o Bitcoin um dia será, pois 👇
(5/23) apesar do aumento no marketcap reduzir a volatilidade ao longo do tempo, acho pouco provável que estabilize a ponto da oscilação diária ser irrelevante para pagamentos corriqueiros. O ouro, por exemplo, mesmo com marketcap na casa dos $10 trilhões, oscila muito. 👇
(6/23) Nesse aspecto, stable coins algorítmicas são muito interessantes e, provavelmente, sejam as principais candidatas para substituir o dólar no sentido mais amplo. Obs: ser estável não necessariamente significa ser estável em relação ao dólar. Mas voltando ao caso da 👇
(7/23) reserva de valor, existem dois elementos que valoram um ativo: efeito de rede e utilização. O ouro, por exemplo, é utilizado na indústria e no nicho de beleza (cultura), mas seu valor de mercado não se baseia somente nisso, pois existe um efeito de rede muito maior 👇
(8/23) que enxerga ouro como ativo financeiro de proteção, o que eleva a demanda. Se esse efeito de rede fosse descartado, o ouro seria como minério de ferro, com seu preço guiado majoritariamente pela utilização como commodity. O efeito de rede do ouro, contudo, é forte 👇
(9/23) pois possui séculos de história. Seu efeito industrial também é forte, pois o ouro sintético viável dificilmente surgirá em menos de uma década. Agora vamos ao Bitcoin. Sua utilização como commodity está nas suas características: descentralização e funcionalidades, 👇
(10/23) enquanto seu efeito de rede está na adoção/ visão como reserva de valor. O interessante é pensar q uma coisa depende da outra. O ouro primeiro se mostrou útil, depois virou reserva de valor. Bitcoin também. Mas enquanto o ouro é difícil de replicar, 👇
(11/23) o Bitcoin não é. Calma, não estou falando sobre adulterar a rede, estou falando sobre a crítica de Peter Schiff, de que é possível criar outras criptos. Existe um fundo de verdade nisso. É possível pegar o código do Bitcoin e criar outra cripto idêntica, com as 👇
(12/23) mesmas propriedades, exceto a adoção, o q obviamente faz toda a diferença. Mas pensando filosoficamente, as propriedades do Bitcoin são facilmente replicáveis, sua adoção q não é. Isso o diferencia do ouro. Na minha visão, isso o torna mais frágil. Não só o Bitcoin, 👇
(13/23) mas qualquer cripto que venha a ser criada com código aberto sofrerá desse mal. Não é à toa que maximalistas odeiam tanto outras criptos, eles as enxergam como distratores desnecessários. Mas vamos estressar essa ideia um pouco mais. 👇
(14/23) Digamos que, em vez de simplesmente copiar e colar outra cripto idêntica ao Bitcoin, outra pessoa lança para a comunidade um protocolo melhor (mais atributos de descentralização, mais seguro, etc.), e esse protocolo cresce a ponto de ficar maior q o bitcoin em adoção 👇
(15/23) Nesse momento, poderíamos dizer q as propriedades do bitcoin de fato foram recriadas, pois existe outro protocolo com mais adoção e melhores atributos. Seria como encontrar um ouro 2.0 melhor que o ouro. Qual seria o candidato a reserva de valor? Ambos? Tal 👇
(16/23) realidade está muito condicionada ao comportamento das massas, q é bastante caótico e difícil de prever. De qualquer forma, quero ir um pouco além e pensar se existe uma forma de existir um dinheiro descentralizado q possua mais características de commodity. 👇
(17/23) Da mesma forma que imóveis tem valor pelo fato das pessoas quererem moradia, seria interessante imaginar um mundo onde a conectividade mais básica (internet) tivesse atributos de dinheiro. Por exemplo: se fosse possível negociar facilmente pacotes de dados de internet, 👇
(18/23) onde a qualidade da conexão e seu volume estivessem diretamente associados a um provimento descentralizado, esse provimento poderia se transformar em um ativo (dinheiro), que teria imensa utilidade como commodity, pois as pessoas querem internet. Muita viagem? Isso👇
(19/23) até já existe (projeto Safe Network). Não estou dizendo q esse é o melhor projeto do mundo, até pq tem detalhes q poderiam ser melhores, mas quis trazer um ponto q considero importante para o dinheiro: utilidade de commodity. Plataformas de smart contracts tbm podem 👇
(20/23) ter essa característica, pois quando mecanismos complexos como casas de apostas, aplicativos de transporte urbano, entre outros, estiverem sendo usados em massa com uma tecnologia descentralizada, a tecnologia vira commodity. Ainda assim, essa plataforma de smart 👇
(21/23) contracts pode perder espaço para outra, mas em geral, uma criptomoeda desse porte pode ter mais força como reserva de valor do q outra que depende apenas dos usuários enviando coins uns para os outros. Seria como comparar a vida útil de 👇
(22/23) uma linguagem de programação contra a vida útil de uma rede social. Possivelmente, quando uma rede de smart contracts se tornar ao mesmo tempo popular e modular (atualização com aprimoramentos sem traumas), será uma reserva de valor incrível para a era da informação 👇
(23/23) No fim, a ideia de dinheiro em código aberto não traz consigo a mazela da imitação, traz uma direção, para q se convirja aos melhores modelos. O melhor dinheiro não vai precisar de advogados ou militantes. Ainda assim, será maior q qualquer governo
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(1/8) O comportamento de quem não movimenta seus bitcoins entre 3-6 meses é muito interessante para identificar movimentos de bear market. Quem segura seus BTCs por mais de 6 meses tem alta probabilidade de se tornar hodler (comprou a ideia de longo prazo). Quem operou há 👇
(2/8) menos de 3 meses tem grande chance de vender logo, pois é o especulador de curto prazo. O gap intermediário (3-6 meses) é o divisor de águas. Representa quem já está segurando há um tempo, ou seja, não é tão fraco como um especulador de curto prazo, mas tbm não chega 👇
(3/8) a ser um hodler. Provavelmente são pessoas q entenderam q o bitcoin sobe e corrige, q é preciso ter um pouco de paciência para colher os frutos, mas elas não entenderam q existem ciclos, e não sabem o que é bear market. Sendo assim, sua paciência tem limites, pois 👇
(1/12) Sexta thread sobre a pergunta "O bull market está na metade? Terminou?"
Hoje falaremos sobre demanda, focando bastante no cenário mais recente 👇
(2/12) Muito se fala sobre oferta e escassez do Bitcoin, e quando o preço cai, a narrativa dominante é manipulação/baleias. Não esqueçamos q demanda é tão importante qnto oferta. Ao verificar a demanda e interesse por BTC, a movimentação dos preços começa a ficar mais clara 👇
(3/12) A criação de novos endereços na rede BTC é um bom indíce de demanda, afinal é uma métrica provavelmente correlacionada com a entrada de novas pessoas no mercado. Observe como esse nº vem crescendo com o tempo, tendo um pico e forte queda em 2017, e o mesmo ocorre agora 👇
(1/25) Quinta thread sobre a pergunta "O bull market está na metade? Terminou?"
Iremos abordar hj a hipótese de pseudo bear market.
Continuando o racional sobre lucros&prejuízos, hoje vamos falar sobre o NUPL. Vai ser longo. Pegue seu café antes de começar. 👇
(2/25) Para entender esse indicador, primeiro é preciso entender o conceito de perdas e ganhos não realizados. Se você considerar a última movimentação de cada BTC e comparar o preço no dia dessa movimentação com o preço atual, verá que algumas movimentações estarão em lucro 👇
(3/25) enquanto outras estarão em prejuízo. Podemos separá-las então chamando a primeira de "lucro não realizado" e a outra de "prejuízo não realizado". O termo "não realizado" é pelo fato de estarmos comparando o preço atual com a última transação feita, ou seja 👇
(1/18) Quarta thread sobre a pergunta "O bull market está na metade? Terminou?"
Já vimos q o padrão de 4 anos pode mudar em algum momento. De qualquer forma, uma pergunta pode ajudar a entender o comportamento do mercado: por que os movimentos de alta/baixa são longos? 👇
(2/18) Os sentimentos de euforia/pessimismo são sociais e psicológicos. Existe alguma equação (desconhecida) que modela a propagação desses sentimentos entre as pessoas, mexendo com a curva de demanda x oferta. Essa onda social possui um carregamento no tempo 👇
(3/18) É difícil modelar essa onda, mas podemos coletar informações sobre ela. No caso do Bitcoin, essas informações estão na rede, afinal o blockchain é 100% auditável. Já falei em outras threads sobre Hodlers x Especuladores. Hoje vamos falar sobre lucros e prejuízos 👇
(1/15) Terceira thread sobre a pergunta "O bull market está na metade? Terminou?"
Hoje discutirei o movimento intrigante dos Hodlers nesse ciclo 👇
(2/15) O gráfico que publiquei na última thread mostrava o percentual de BTCs que não foram movimentados há mais de 1 ano. Quem segura BTC por mais de um ano, pode ser considerado Hodler. Mas tem um ponto importantíssimo q geralmente passa batido: moedas perdidas 👇
(3/15) Olhando o último gráfico, vc pode concluir precipitadamente que a quantidade de hodlers está aumentando com o tempo. Mas para inferir o comportamento dos investidores, é preciso descartar moedas perdidas. Para tanto, precisamos separar por períodos 👇
(1/10) Segunda thread sobre a pergunta "O bull market está na metade? Terminou?" 👇
(2/10) Descartando o halving como "causa" repetitiva para o ciclo de 4 anos vivenciado até aqui, o principal fator parece ser um padrão natural de maturação de uma disrupção. Nesse sentido, devemos perguntar:
a) O padrão irá mudar?
b) Irá se manter?
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(3/10) Para mim é óbvio que, em algum momento, irá mudar. A pergunta é quando. Pensando em tecnologia, acredito que em 5 anos a criptoeconomia estará madura o bastante para uma adoção mundial (semelhante à internet nos anos 2010), mas 👇