Eu estou cantando essa bola tem um bom tempo, Guedes é a bola da vez no Big Brother Brasília. Ele pode até não ser demitido pelo Presidente, mas estão esvaziando o seu "superministério" de tal forma que só lhe resta chorar no chuveiro.
A insatisfação do Planalto com Guedes é notória desde, pelo menos, o começo de 2020. A pandemia deu uma sobrevida ao sujeito, mas a sua presença no governo, no melhor dos dias, era vista como um incômodo.
Guedes não apenas foi incapaz de entregar os tais trilhões de investimentos como prometeu ao governo, como sua atividade era vista como um entrave para as políticas que poderiam trazer popularidade para o presidente ou melhorar a sua articulação política.
Por incrível que pareça, dizem, foram os militares que bancaram a permanência de Guedes em mais de um momento. Mesmo ele e Braga Neto se odiando. Mas conforme a influência do Centrão foi crescendo o seu poder foi minguando. Não é coincidência que ele perde poder para o Onyx.
Vou te falar, a posse do Ciro Nogueira gerou um clima de funeral no zapistão. Por incrível que pareça, tinha gente em negação achando que a nomeação não aconteceria, tem gente falando da humilhação sofrida pelo Ramos, a palavra traidor apareceu algumas vezes.
A versão mais positiva sobre o evento foi "o governo está tão fraco que se tornou refém do centrão". Algumas pessoas não são tão complacentes, estão falando abertamente de traição, de que "não votaram nessa palhaçada".
Se isso vai repercutir estatisticamente é algo para se observar. Afinal, Bolsonaro pretende utilizar a capilaridade do Centrão para retomar alguma tração entre os mais pobres. Agora, o inegável é que a ascensão do Ciro Nogueira pegou todo mundo meio despreparado.
Digo e repito, presidências sobrevivem pela sua força ou fraqueza: Bolsonaro é talvez o maior exemplo da segunda opção. Seu governo, esvaziado, desesperado, se tornou apenas um hospedeiro do Centrão (que ele jurava combater).
Ao contrário do que dizem os teóricos da conspiração, nesse momento seu governo está tão enfraquecido que o Bolsonaro sequer é capaz de alocar recursos para a base política (isso está na mão do Lira) ou distribuir cargos (isso tudo vai para Nogueira, inclusive esse novos).
E tem quem diga que tudo isso não passa de um teatro organizado pelos militares ou pelo próprio Bolsonaro para desviar a atenção das esquerdas. Detalhe crucial, nos grupos de apoiadores a coisa tá patinando total.
O Código do Russo entre as sugestões do iTunes. Olha só, hein?
Para quem ainda não ouviu, trata-se do primeiro podcast da Atabaque Produções (minha produtora em sociedade com o @alcysio). Narrativo, fala sobre a ascensão e queda de Sérgio Moro, a operação lava-jato, etc. Narração de @pacamanca e edição @jesticacorrea open.spotify.com/episode/1M7TzI…
Também estamos nas sugestões dos editores da Deezer.
Eu prefiro ver as próximas pesquisas para falar sobre o impacto da entrada do Ciro Nogueira no governo Bolsonaro. Se por um lado a base tradicional não aceitou bem, por outro ele pode se valer da capilaridade do Centrão para retomar a sua popularidade em alguns lugares.
A única certeza de que eu tenho é a de que o jogo mudou bastante com o PP na Casa Civil. O Bolsonarismo foi fagocitando pelo Centrão, os Bolsolavistas foram os primeiros a sentir. Sumiram!
Como eu frisei no primeiro twitter, "em alguns lugares". Importante frisar que partidos como DEM e PP se beneficiaram do cenário eleitoral em 2020. O fiel da balança nessa equação será o PSD, mais concorrido que último pedaço de bolo. Não duvidaria nada se viesse de vice do PT.
Vou te falar, a única palavra que tenho para definir a atividade no Zapistão após o anúncio da reforma ministerial é "uma grande confusão". Pois, ao contrário do que os conspiracionistas pregam, Bolsonaro desagradou tanto militares quanto bolsolavistas com o movimento.
Quando olhamos para o ecossistema informacional bolsonarista detectamos três redes principais, neopentecostais, bolsolavistas e FFAA (incluindo-se ai os simpatizantes das forças).
Neopentecostais, tem tempo, já mostram seu descontentamento com o governo. A motocada que aconteceu aqui no Rio foi um marco desse processo; tanto que a seguinte, em SP foi "acelera para cristo"
Os militares não tem, jamais tiveram, qualquer compromisso com o povo Brasileiro, seus interesses sempre foram a manutenção dos seus próprios privilégios.
Para os militares o povo é massa subalterna ou inimiga.
Por esta razão são partidários da doutrina da guerra revolucionária, onde o inimigo se confunde com o povo que buscam "proteger".
Essa geração atual de militares não passe de um refugo da ditadura militar. Frustrados por não poderem usufruir dos poderes de seus antecessores, incluindo-se aí o poder de exterminar sistematicamente seus opositores políticos.