LIVE | Bolsonaro: para fora do campo bolsonarista, a maioria dos usuários não se mostra disposta a debater nada que seja proposto por Bolsonaro. Os usuários não fazem críticas ao #VotoImpresso em si, mas sim a tentativa bolsonarista de explorar o tema de maneira golpista. (+)
Assim, dentre os 63,5% dos usuários que repudiaram a live de Bolsonaro, pouquíssimas são as menções diretas ao #VotoImpresso. Os ataques são direcionados ao presidente e ao fato de ele não trazer nenhum elemento novo para a argumentação bolsonarista. (+)
Já bolsonaristas acusam quem critica a proposta de ser contra “mais transparência”, tentando inverter o debate: "expliquem vocês porque são contra". Fato é que até aqui, para além do bolsonarismo, ninguém topou essa proposta e eles segue falando sozinhos sobre o tema. (+)
Isso não exclui outro ponto: o volume de interações produzidos a partir da live de Bolsonaro ainda é impressionante, bem como o quão coeso é o campo bolsonarista ao tratar de um tema "que venha de cima". Ainda assim, mais do que nunca, o bolsonarismo paga pelo isolacionismo.
Coletei aqui algumas dezenas de milhares de comentários sobre o Borba Gato no Facebook. Apesar de uma maioria reprovar a intervenção (52,5%), me chama atenção o volume - e os argumentos - de quem apoiou a ação (39,7%), como o "ninguém fala das estátuas que ainda estão de pé". +
Quando a abordagem é HISTÓRICA, o volume de usuários que apoiam a ação é muito superior: 73% entendem o ato como reparação histórica. 24% ainda pedem respeito aos assassinos que teriam "ajudado a expandir o Brasil". Alguns também pedem abaixo-assinados como alternativa. +
A CRIMINALIZAÇÃO DA ESQUERDA tenta conectar a ação às manifestações que rolaram hoje, ignorando que elas aconteciam bem longe dali. Os termos utilizados por esse perfil remetem ao bolsonarismo, como "extrema imprensa", "esquerdistas" e o "impedir que eles voltem em 2022". +
Analisei comentários feitos no Facebook sobre a internação de Bolsonaro. Dentre os 64,1% que criticam ou mostram desprezo pela saúde do atual presidente, três termos se destacam: CLOROQUINA, "E DAÍ?" e SOLUÇO, que aparece como contraponto ao HISTÓRICO DE ATLETA. (+)
É impressionante como as falas que Bolsonaro fez, desmerecendo as vítimas da pandemia, não foram esquecidas. São muitos os comentários que apenas invertem a ordem dos atores nas frases que Bolsonaro, durante a pandemia, proferiu diminuindo a gravidade do vírus. (+)
Vale destacar também a noção de que Bolsonaro é capaz de qualquer coisa para "fugir do debate" ou do confronto. Essa percepção, herança dos debates de 2018, ainda se mantém em comentários que garantem que ele está "fugindo da CPI". (+)
Analisei comentários feitos no Facebook sobre as Forças Armadas. 72,7% CRITICAM a nota e o envolvimento do exército com o governo Bolsonaro. Termos como MILITARES, INSTITUIÇÃO, VERGONHA, POVO, GENOCIDA e CORRUPÇÃO se destacam. Já a defesa das Forças Armadas aparece (...) (+)
(...) cada vez mais atrelada ao bolsonarismo, seja no volume ou no modus operandi de reagir: ataques a atores específicos com argumentos que mudem o foco do tema central, usando termos como: ESTADO, FAMÍLIA, SENADOR, OMAR AZIZ e AMAZONAS ao atacar o presidente da CPI. (+)
Os 30 links mais compartilhados no Facebook reforçam que o bolsonarismo [🟩🟦] não ignorou o tema, mas sim encontrou uma forte reação [🟪] do antibolsonarismo contra o posicionamento das Forças Armadas. Importante destacar o papel da imprensa nessa reação (+)
A catarse com a prisão na #CPIdaCOVID esconde um elemento óbvio mas, não por isso, menos lamentável: o perfil do Exército aparece em destaque, resultado do envolvimento de oficiais das forças armadas nas inúmeras denúncias de corrupção no governo Bolsonaro. (+)
Ainda que apareça em "disputa" entre citações de antibolsonaristas e bolsonaristas, é lamentável ver o saldo do envolvimento das forças armadas com o governo federal. (+)
No mais, o bolsonarismo segue representando menos de 27% dos usuários. Entre os antibolsonaristas, destaque para o fotojornalismo de @gabrielabilo1 e sua fotografia icônica do depoente preso no dia de hoje na #CPIdaCOVID.
Facebook: 70,1% dos comentários sobre a matéria da @julianadalpiva acusam Bolsonaro, enquanto 26,6% tentam defender o presidente. Algo curioso: enquanto nas críticas se destacam termos como CORRUPTO, FAMÍLIA e LADRÃO, os bolsonaristas tentam focar apenas no termo RACHADINHA. (+)
Não é por acaso: na narrativa bolsonarista, o termo supostamente permitiria a-) fugir do termo corrupção e; b-) acusar outros partidos e políticos de fazerem o mesmo. Destaque ainda para um volume excessivo de menções ao ex-presidente Lula, sempre utilizado como contraponto. (+)
Então reforçando e tratando as coisas pelo nome que elas devem ter: rachadinha é ROUBO de dinheiro público. Rachadinha é CORRUPÇÃO da família Bolsonaro.
A revolta causada pela marca de 500 mil mortos enterrou a narrativa de que se tratam de manifestações "apenas partidárias". As manifestações contra Bolsonaro e seu governo foram ampla maioria, com mais de 80% dos usuários se manifestando contra o genocídio em curso no Brasil. (+)
É interessante observar como o antibolsonarismo hoje cumpre um papel muito próximo ao que um dia foi o antipetismo: ele fomenta a criação de alianças contranaturais e intensivas entre setores que antes eram marcados estritamente por alianças sociopolíticas. (+)
A ideia de “contranaturais” se aplica a união de atores não politicamente conectados ao redor de temáticas específicas que, por si só, não produzem filiação. (+)