O governo atual tratou a Diretoria de Relações Internacionais da CAPES como assunto quase de família. Durante a gestão de Weintraub, de funesta memória, foi nomeada a amiga Heloísa Hollnagel, da UNIFESP com quase nenhuma experiência internacional. (1/10) cartacapital.com.br/educacao/acabo…
Eu participei de algumas reuniões com ela, desde que apareceu na CAPES como assessora da DRI. Quase pedia desculpas por não entender nada de internacionalização mas tinha muita vontade de aprender.
Liderando reuniões foi um desastre. (2/10)
Uma vez trouxe uma proposta da presidência de trocar o banco de assessores da CAPES por um no qual as pessoas se inscreveriam em lugar de serem convidadas. Não muito diferente da revista médica que recruta revisores pela internet. (3/10)
Outra fez os participantes da reunião assinarem um termo em que concordam com tudo o que foi decidido na reunião, sem que nada tenha sido realmente decidido. Outra vez ficou nervosa por ser criticada e terminou a reunião abruptamente sem que nada fosse decidido. (4/10)
Sob a égide do pastor da educação tudo mudou. Em lugar do pastor que presidia a CAPES (esse ministério é pequeno demais pra tantos pastores) nomeou uma amiga, dona de uma minúscula instituição privada do interior de SP. (5/10)
A nova presidente deve ter ficado indignada com a incompetência da diretora de relações internacionais que herdou do pastor e decidiu exonerá-la.
Nomeou alguém de sua confiança, Lívia Pelli Palumbo. (6/10)
Celebrando o retorno do Lattes, fui animado saber mais sobre a nova diretora.
Não é possível que a nova diretora de relações internacionais não tenha Lattes. Será que o sistema não voltou completamente? (7/10)
O problema era outro. A nova diretora ainda não tem doutorado. Precisei marcar o quadrinho "Demais pesquisadores" para encontrar.
Mas tá tudo tranquilo. Dado que a orientadora da diretora é a presidente da CAPES, creio que esse problema será sanado em breve. (8/10)
O que não será sanado é a total falta de artigos em revistas internacionais e a experiência internacional resumida a um curso de 100h na Itália. (9/10)
O desgoverno bolsonaro está destruindo tudo o que gerações levaram décadas para construir em educação superior no Brasil. Tratam instituições como se fosse um assunto entre amigos.
Incompetência, despreparo e recalque se tornaram a regra. Não tem a menor chance de dar certo.(fim)
Andrew Hill é um pesquisador que tinha se iludido com os "bons resultados" da ivermectina e virou uma das referências na área. Quando começou a se dar conta dos problemas, agiu como cientistas agem, passou a ter dúvidas sobre suas próprias conclusões. (1/5)
Picaretas internacionais como o Pierre Kory revelam sua índole soltando um sonoro Fuck you.
Sou cientista há quase 40 anos. Nunca participei de uma discussão científica com esse tipo de argumento tão construtivo. (2/5)
Picaretas locais tomam a mesma posição, xingando seu ex-aliado "Você é uma desgraça".
Sou cientista há quase 40 anos. Nunca participei de uma discussão científica com esse tipo de argumento tão construtivo. (3/5)
A recente pane catastrófica no CNPq me lembrou de uma eterna discussão sobre política de dados nas instituições públicas brasileiras.
Devemos manter nossos data centers ou terceirizar?
Segue o 🧵.
Spoiler: Terceirizar. (1/12)
Nossa vida mudou com o desenvolvimento de TI barata. Toda nossa comunicação passa por grandes bancos de dados. As instituições passaram a ter seus próprios data centers, infraestrutura capaz de armazenar e processar grandes volumes de dados. (2/12)
É lá que funcionam servidores de dados, emails, centrais telefônicas, etc.
Isso causa alguns problemas: 1. Obsolescência rápida de equipamento. 2. Fragilidade em relação a falhas. 3. Vulnerabilidade a invasões e ataques.
Todos eles têm soluções. (3/12)
Tá circulando nos meios mínions uma matéria da FoxNews: "New study reveals success of hydroxychloroquine as COVID treatment". Me dei o trabalho de verificar o artigo. É um preprint no medrXiv, ou seja, não passou por revisão por pares. (1/5)
Provavelmente não vai passar, e se passar vai ser num daqueles periódicos padrão DJ Raul de qualidade, ou seja, fator de impacto baixo.
Começa com uma curiosidade: o 1o e 3o autores, L. G. Smith e S. M. Smith trabalham no Smith Center for Infectious Diseases & Urban Health. (2/5)
Uma rápida googlada revela que é uma clínica de bairro em New Jersey. Nenhum deles tem doutorado. L. G. Smith não aparece no staff da clínica, que tem 3 médicos, mas atua como obstetra na mesma cidade. (3/5)
Que fique registrado. Quando escolhi minha nova musa eu ainda não tinha ouvido isso. Agora está confirmada como musa forever, ainda que eu tenha várias restrições.
Tm essa também Voodoo Child. Hendrix na cabeça.
Se o Luis Carlos Heinze soubesse...
A ação da polícia pernambucana na manifestação de sábado foi terrorismo no seu estado mais puro. 1. O objetivo da ação foi afastar os manifestantes por medo. Se você pode perder um olho na manifestação, vai pensar muitas vezes antes de sair de casa. (1/4)
2. Até agora não apareceu um ou mais responsáveis pela ação. O governador não sabe, o secretário da justiça não entende, o comandante da polícia não notou. 5 policiais foram afastados das ruas. Tudo indica que os responsáveis e os executores da operação ficarão impunes. (2/4)
3. Claramente há uma célula de poder extra-estado funcionando nessa polícia. O mesmo ocorre em Goiás. Essas células terroristas seguem um comando central com interesses muito claros em suprimir o exercício da cidadania. Esse comando fica em Brasília. (3/4)
"Pessoas de 1a contratam pessoas de 1a. Pessoas de 2a contratam pessoas de 3a." Esse era um dos mantras do lendário Xerox PARC onde foi inventado o computador pessoal que mudou nossas vidas. Ele explica muito do que acontece no Brasil atual. (1/9).
Quando bolsonaro foi eleito alguns conhecidos diziam que ele mudaria uma vez no poder, que tinha bons quadros como Moro e Guedes. Além dos quadros não serem bons, como a história mostrou, ele não tinha como violar a regra do PARC. (2/9).
Seu repertório linguístico limitado revela uma pessoa com pouca intimidade com a palavra escrita. Seu repertório intelectual se resume a leituras militares. Suas referências não são reconhecidas pelos pares e nutrem um profundo rancor por isso. (3/9).