O incômodo de alguns em relação à foto de Lula gerou uma movimentação interessante do que pode ser o pior cenário para bolsonaristas e a tal "terceira via" no ano de 2022. Isso pode explicar em partes o incômodo de muitos com o episódio. Explico: (+)
Somados, o bolsonarismo, o lavajatismo e apoiadores de Ciro representam pouco mais de 34% dos usuários que citaram Lula. Petistas (ou lulistas) foram apenas 24.7% dos usuários. Assim, parte significativa dos usuários em HUMOR partem de outros clusters não ligados à política. (+)
Erro crasso dos que pregam o "não entenderam nada". Pelo contrário. Lula engajou uma série de clusters para além da política - observem - sem nem mesmo ter se manifestado. E tudo isso com humor, sem atacar ninguém. (+)
Em suma, Lula dá sinais de que fala para fora da tal 'polarização'. Enquanto isso, outros atores parecem preocupados com as dificuldades que se aproximam, uma vez que enfrentarão um adversário que aparentemente sequer precisa se manifestar para pautar o debate. Basta uma sunga.
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Para além do bolsonarismo restam 65% de atores antibolsonaristas. Destes, 5% estão no cluster petista (1). Restam ainda 35% de usuários que repudiam o MBL por "livre e espontânea memória". Não existe "O PT boicotou" aqui no Twitter. Existe sim uma repulsa contra MBL e VPR. (+)
Os que convocaram para os atos reuniram pouco mais de 17% (2), divididos em imprensa lavajatista, MBL e ciristas. Três clusters que não conseguiram em nenhum momento das últimas semanas se conectar com outros clusters. De novo, não era o "PT" ou a "esquerda" que impedia. (+)
Para analisar o que aconteceu aqui nas redes é essencial superar esse argumento de "boicote". Os clusters antibolsonaristas estiveram lá durante toda a semana e, sempre que provocados, respondiam com repulsa ao MBL, Vem Pra Rua e outros movimentos. (+)
A hashtag em defesa de caminhoneiros bolsonaristas promovida hoje revelou algo estranho: reparem que atores centrais do bolsonarismo estão ausentes na ação. Isso é algo extremamente estranho ao bolsonarismo e pode sinalizar alguma "bateção de cabeça" nesse campo. (+)
Até aqui atores como Bia Kicis, Carla Zambelli, Carlos Jordy - dentre outros - perfis centrais do bolsonarismo sequer abordaram a pauta, sendo que a hashtag já aparece no TT'Brasil desde às 14h. (+)
Em outros clusters isso poderia significar uma mobilização orgânica, mas não no bolsonarismo. O tipo de material produzido e a dinâmica de ação nas redes desse agrupamento é sempre muito bem guiada, hierarquizada e dirigida por atores centrais. (+)
O que o bolsonarismo conseguiu mobilizar hoje no Twitter está no cluster laranja: menos de 18% dos usuários que citaram as manifestações ou Bolsonaro hoje. Independente das mobilizações nas ruas, a narrativa do #flopou tomou de assalto as redes após o ato em Brasília. (+)
Observem como o #7deSetPelaLiberdade começa o dia com um enorme engajamento. Porém, após o ato em BSB ser encerrado, a narrativa de o bolsonarismo não entregou o que prometeu ganha enorme destaque nas redes, bem como o #ForaBolsonaro. Por que? (+)
Porque o bolsonarismo prometeu e não entregou em BSB. Os caminhoneiros - enquanto categoria - não apareceram, por exemplo. Talvez em SP isso passasse desapercebido (ninguém esperava ver caminhoneiros na av. Paulista), mas em BSB e suas avenidas isso era esperado. Não rolou. (+)
Sobre as convocações para o 7/setembro: não confundam "bolsonaristas infiltrados em categorias" com a noção de "categorias bolsonaristas". Analisei 1000 publicações nos últimos 28 dias com menções ao 7 DE SETEMBRO no Facebook e explico: (+)
Na série, foram observados sete picos que podem ser divididos em quatro categorias a depender das publicações que geraram esses volumes significativos de interações: EVANGÉLICOS (3), CAMINHONEIROS (2), MILITARES (1) e AGENDA DE BOLSONARO (1). (+)
Nas quatro categorias é interessante observar que não se tratam de lideranças desses setores que passam a apoiar ou manifestar-se em defesa do bolsonarismo, mas sim atores ligados ao bolsonarismo que emulam por meio destas publicações o suposto apoio destas categorias. (+)
Aumento das menções ao Bolsonaro nas últimas 11 semanas, citando elementos como gás, gasolina, alimentação e por aí vai. O "custo Bolsonaro" na vida das pessoas fica cada vez mais evidente. Não por acaso os bolsonaristas passaram a se defender do tema. (+)
Nesse aqui um deles acusa os governadores pelo preço do gás e da gasolina. Essa tentativa de "repassar" o preço para governadores é constante no bolsonarismo, mas ganhou força nas últimas semanas. (+)
Como método, o mesmo tipo de publicação é impulsionada por outros bolsonaristas como esse aí abaixo. Mesma linha que outros bolsonaristas já adotam tem um tempo. (+)