Quando me pedem uma dica, meu único aviso é: evite colocar seu dinheiro nas mãos de gestores muito confiantes.
Investir é a arte do desconforto. Não tem como ser tão confiante quando você toma decisões com base em um futuro imprevisível
Olhando pra trás, todos os gestores que eu admiro (e tiveram retornos indiscutivelmente altos) são extremamente inseguros.
Bastar ver ler uma entrevista do Luis Stuhlberger ou uma carta da Dynamo.
A humildade intelectual exala das palavras deles.
Por último, eu ignoraria track-record (sim, eu sei, polêmico).
A lógica é simples: é muito mais fácil obter retornos altos quando o fundo é pequeno do que quando ele é grande. Retorno passado não significa retorno futuro.
Dito isso, gosto de fundos sem track-record (novos), com uma equipe com track-record (eram gestores em outro fundo que performou bem no passado).
Ps: cuidado com casas que têm 50 fundos diferentes.
Na minha opinião, é um estratagema de survivor bias:
- Tenha 50 fundos
- Deles, 40 vão performar mal
- Feche e deixe os 10 restantes com track-record maravilhoso
- Abra novos e reinicie o ciclo
Levando tudo isso em consideração, um fundo (asset) que tem me chamado a atenção é a Encore, do @jlbraga.
Confesso que ainda tenho que fazer o dever de casa, ler o restante das cartas e visitar o pessoal, mas pelo pouco que ouvi das entrevistas, me parece o candidato ideal.
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Os 5 Melhores Livros de Investimento (para o investidor iniciante, médio e avançado).
Ps: fugindo do clichê. 👇
1- A Ascensão do Dinheiro (Niall Ferguson).
É um livro que explica com um storytelling fantástico a origem do dinheiro e do mercado financeiro. Enquanto você se diverte com as histórias e curiosidades, aprende sobre inflação, moeda fiduciária, ações e títulos.
2- Crash: Uma Breve História da Economia (Alexandre Versignassi)
No mesmo ritmo, Crash conta a história das maiores bolhas que já existiram no mercado.
Você aprende como a economia (e os investidores) funcionam, ao mesmo tempo que se diverte com as histórias.
O Pão de Açúcar (#PCAR3) pode subir 100% até o final de 2021?
A thread 👇
Como você deve ter visto, faz uns 2 meses que eu e um analista que cobre varejo aqui no @edufinancebr estamos mergulhados em PCAR3.
A essa altura do campeonato, já zeramos a empresa inteira.
É grande, história conturbadíssima, mas nada muito bizarro. A não ser por 1 coisa.
Quem manda em PCAR3 hoje é um "gênio" matemático (e banqueiro) francês chamado Jean-Charles Naouri.
Com 14 anos ele já era fluente em Latim e Grego, aos 15 passou no bacharelado e logo depois entrou em primeiro lugar em matemática na École normale supérie (Mathematics).
JCP é uma jabuticaba brasileira, deveria ter sido extinto há anos.
Vocês sabem a razão por trás da criação dele?
Dá pra explicar em 1 tweet. Se isso chegar em 150 likes e ninguém acertar, eu explico.
Well, let's bora.
A década é 1980, inflação estalando. A moda é pegar o salário e correr pro supermercado porque se virar o dia teu dinheiro não vale mais nada. A inflação em 1 mês era maior do que é hoje em 1 ano.
Agora, como isso afeta o lucro da empresa?
Afinal, a empresa tem um imóvel de Cr$ 1 milhão (chutando). Com a inflação, o imóvel também "sobe" de preço.
O que a empresa deve fazer? Deixar ele lá paradão no balanço, com o mesmo valor de Cr$ 1 milhão, mesmo sabendo que a inflação já mudou completamente esse número?
"O imposto de renda grava mais o dividendo que o juro. Durante vários anos, as empresas preferiram reter mais lucros para reinvesti-lo que distribuir dividendos para induzir à compra de ações."
Engraçado que nessa época já se criticava as compromissadas como uma jabuticaba, que destrói a balança de retorno vs liquidez.
Acho que a coisa mais trivial de teoria monetária é que o dinheiro (a forma mais líquida) não deveria render juros.
Pra render juros, a balança da liquidez deveria pesar pro lado oposto. A compromissada quebrou isso, o que é parte do motivo pelo qual você tem conta remunerada.