Todo mundo lembra de onde estava quando soube da notícia do ataque às torres gêmeas, em 2001.
Eu estava almoçando na Mangueira (sim, no bairro onde fica a escola de samba), onde eu trabalhava na época.
A TV estava ligada e eu comia estupefata, com os olhos pregados na telinha.
Dali pra frente, o mundo foi tomando conhecimento do que realmente ocorreu.
Uma das cenas que mais me marcou foi a do “falling man”, aquele homem que se jogou do prédio e foi fotografado no ar, de cabeça pra baixo.
Aquela imagem é o retrato do desespero.
Muitos tratam como suicídio, mas parece que muitas dessas pessoas, na verdade, pularam devido à fumaça e ao fogo. Teriam sido, portanto, escolhas terríveis: ou morriam queimadas/asfixiadas, ou morriam com a queda.
Esse episódio nos mostrou como a vida, às vezes, coloca-nos em situações realmente trágicas e sem solução. Entretanto, talvez você nunca tenha parado para pensar que suas questões mais difíceis não chegam nem perto de demandar uma escolha mortal como a daquelas pessoas.
Muitas vezes a vida o coloca diante de escolhas que lhe trarão consequências ruins. Mas, pense: nem sempre é a sua vida que está em jogo. Às vezes é um cargo, um emprego, um bem material, um conforto, o aconchego da patota.
Muitas vezes, o que estará em jogo é a sua DIGNIDADE. Escolher a dignidade, quase sempre, acarreta alguma retaliação social. Se você não faz o que as pessoas querem que você faça, você será excluído e escarnecido.

Esse é o preço da manutenção da sua dignidade.
Perto da escolha que aquelas pessoas tiveram que fazer no World Trade Center, francamente: essa daí - que vocês tanto temem - parece brincadeira de criança.
Coloque seus problemas em perspectiva diante das misérias humanas mais fundamentais e extremas. Isso vai te fazer bem: você dará aos seus problemas a real dimensão, e tomará as melhores decisões.

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10 Sep
De tédio não se morre nesse Brasil. Todo dia somos soterrados com notícias políticas. Tem gente que me fala pra entrar na política…agradeço a confiança, mas vamos esclarecer uma coisinha aqui: quem me diz isso pode até estar bem intencionado, mas não está entendendo NADA.
Nadinha mesmo. Nem do que estou fazendo, nem de como funcionam as coisas. Explico.

O prof. Olavo de Carvalho, há décadas, ensina que O SANEAMENTO DA ATMOSFERA CULTURAL DEVE SER ANTERIOR A QUALQUER AÇÃO POLÍTICA.
Essa restauração da cultura deve ser ampla, em razão da contaminação ideológica generalizada de todos os setores da sociedade.

Esse resgate cultural deve acontecer nas universidades, na música, no teatro, no cinema, na mídia e, claro, no ambiente JURÍDICO.
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7 Sep
Você já sentiu, alguma vez, que as decisões dos políticos e autoridades em geral não estavam de acordo com os desejos do povo?

Trata-se da famosa CRISE DE REPRESENTATIVIDADE, que fundamenta a distinção entre poder LEGÍTIMO e ILEGÍTIMO.
Isso é uma questão antiga, mas parece cada dia mais atual. Max Weber (1864-1920) já havia levantado essa lebre, ao diferenciar as duas coisas.
O poder legítimo é aquele que conta com a aprovação popular (poder de direito). O poder ilegítimo é aquele imposto pelo uso da força (poder de fato).

O poder legítimo está de acordo com os anseios do povo. Já o poder ilegítimo utiliza o monopólio da força contra o povo.
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1 Sep
O STF publicou a Resolução 742/21, que cria o “Programa de Combate à Desinformação” para “enfrentar os efeitos negativos provocados pela desinformação e pelas narrativas odiosas à imagem e à credibilidade da Instituição, de seus membros e do Poder Judiciário”.
A resolução fala que a ideia é “MANTER A PROTEÇÃO DA CORTE acerca das LIBERDADES de comunicação”. Nesta parte eu fiquei confusa. Haverá liberdade de comunicação para todas as pessoas, ou só para quem falar bem do Judiciário?
Estamos na era das opiniões permitidas e proibidas? Isso me lembra coisas terríveis que aconteceram na história, mas, sei lá, deve ser coisa da minha cabeça.
Read 9 tweets
7 Jul
Por que alguém seria contra a possibilidade de se auditar as eleições?

O movimento do dedo, no exato segundo em que toca a tecla verde, corresponde ao único ato em que o voto assume uma feição material.

Esse momento dura menos de 1 segundo.
Num átimo de cidadania, o voto sai dos dedos e escorre do mundo físico pelas profundezas de hardwares e softwares, circulando entre cabos, placas e sistemas de transmissão, tornando-se um dado eletrônico indiscutível e INAUDITÁVEL.
O cidadão é obrigado a confiar cegamente na palavra dos burocratas do momento, de que tudo está funcionando perfeitamente.
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28 Jun
Inteligentões de Twitter fazem malabarismo pra justificar a estupidez na prova da Aeronáutica, dizendo que é “xadrez 4D pra eliminar lacradores”. São incapazes de notar que a mera menção à tal imbecilidade em um certame oficial LEGITIMA-A como uma possibilidade no debate público.
A partir do momento em que você aceita uma aberração como algo digno de ser discutido seriamente em um exame oficial, ela adquire um status de categoria aceitável, legitimando-se e passando a integrar o espectro de possibilidades futuras.
O mesmo ocorre quando você aceita discutir criança travesti e banheiro unissex. No momento em que esses assuntos surgem em uma publicação oficial, tratando-os com alta respeitabilidade, você imediatamente os NORMALIZA, abrindo a janela de oportunidade para sua futura implantação.
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19 Jun
A “RESSOCIALIZAÇÃO DE LÁZARO”

A “ressocialização” do criminoso é uma quimera romântica elevada à categoria de princípio jurídico sacrossanto e indiscutível, amplamente aclamado pelos intelectuais de diploma na parede, sempre com aquela indefectível pose de superioridade.
A coisa sempre foi tratada com ares de grandes respeitabilidades, como se o Estado-babá tivesse o dever de reeducar marmanjos de barba na cara e perna cabeluda, ensinando-lhes normas de conduta jamais absorvidas enquanto estavam livres e...socializando por aí.
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