Sobre o convescote de Temer, na casa de Nahas, ainda. Um detalhe engraçado é que ali congregavam dois grupos, o de Temer e o de Kassab, que disputam o mesmo nicho e convivem juntos em meio à burguesia cristã árabe de São Paulo (1/7).
Kassab sangrou a direita nacional para criar seu próprio partido, o PSD. Hoje, ele é "dono" de um dos maiores partidos da República, cuja função é ser adesista e fazer a mediação conforme interesses da elite. Uma direita que age como pântano (2/7).
No duro, Kassab faz o que Temer sempre fez do MDB e pelo MDB. Mas Kassab nunca trilhou o caminho de Temer, sempre estando, curiosamente, à direita dele, passando pelo compadrio de figuras como Afif, Maluf, Alckmin e, finalmente, Serra (3/7).
Hoje, o MDB está em baixa, o PSD em alta. Kassab controla Pacheco, presidente do Senado, que está em seu partido, assim como Omar Aziz é presidente da CPI e, também, está no PSD (4/7).
Temer, pelos vínculos nacionais e internacionais, era quem tinha idade e senioridade para dar a freada de arrumação, isto é, dar o ultimato para Bolsonaro cessar o avanço (5/7).
Isso não muda que quem tem a bola para 2022 é Kassab. E uma outra coisa, Temer, de longe, e Paulo Marinho por dentro são Doria para 2022, Kassab acredita-se que não, inclusive tramando contra Doria na próxima eleição estadual ao filiar Alckmin ao PSD (6/7).
O encontro dos dois grupos e a revelação do vídeo é uma desforra, pessoal, de Temer contra Bolsonaro. O Capitão ainda não está morto, mas ferido como nunca, enquanto isso, as direitas recompõem e tramam o pós-Bolsonaro abertamente com requintes de crueldade (7/7).
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Pesquisa Datafolha prevê vitória de Lula em 1° turno em dois dos seus 4 cenários, nos outros 2 ele chega perto disso. Mas da última pesquisa para cá, ele deu uma variada para baixo, dentro da margem, embora misteriosamente tenha subido na espontânea. O que isso significa (1/7)?
Primeiro, que Lula tende a não vencer em 1° turno em uma eventual eleição com menos candidatos. Mas isso tem um custo para os partidos, que podem preferir não lançar candidato presidencial para gastar dinheiro elegendo deputados (2/7).
Bolsonaro viu sua popularidade cair, mas (como sempre) ele fanatizou mais sua base com a micareta do 07 de setembro. E num 2° turno, ele reúne quase o campo conservador todo em torno de si contra qualquer candidato, embora espante os centristas e perca para geral (3/7).
Brasil tem uma economia indexada ao dólar até a tampa. Aluguéis, tarifas e ainda os custos de importações. Guedes deixou correr solta a desvalorização cambial para favorecer o agro e a mineração, dando uma banana ao mercado interno: em um ano e meio, gerou inflação (1/7).
Conseguimos um efeito duplo de deprimir o mercado interno e ainda aumentar o custo da produção. Quem não ganha em dólar está espremido entre uma economia que não gira e custos crescentes. Ainda mais num país que se desindustrializa (2/7).
A jogatina da Bolsa funcionou até o ano passado, agora com expectativas maníacas da Faria Lima virando vapor, o rentismo precisa do terrorismo dos juros de novo, inclusive tendo por mote resolver o problema criado por ele mesmo ano passado (4/7).
Bom, quando falamos que Bolsonaro e Temer são uma coisa só, havia quem viesse até que isso era divisionismo e que 2016 era coisa do passado. Mesmo que as coisas na política mudem, e elas mudam, isso não mudou (1/7).
Temer chegou a ser preso em uma articulação bem estranha da Lava Jato. E à época, Bolsonaro sutilmente apoiou a prisão. Seja como for, queiram ou não, os dois estão no mesmo barco e estamos falando do mesmo arranjo. Por isso que Temer foi lá salva-lo (2/7).
A história que Temer foi lá a pedido de Bolsonaro é estranhíssima e foi dada como verdadeira pela Globo News. Em vez de um furo dado com júbilo pelos jornalistas da mídia do establishment, o que se esconde por trás disso? Ninguém realmente vai atrás dessa história (3/7)?
Bolsonaro foi pressionado a mandar os caminhoneiros recuarem. Os caminhoneiros que protestavam ao lado do presidente por ordem do patrão latifundiário ou, quem sabe, alguns autônomos perdidos no mundo. Bolsonaro está lascado e nós temos de empurrar ele pra fora do tatame (1/7).
Talvez os autônomos que estão aí juntos acordem para lembrar, por sinal, que é a política de preços da Petrobrás, mantida por Bolsonaro, que os está sufocando. Já os latifundiários só vão acordar após um golpe Australiano. Ambos podem morrer do coração no processo (2/7).
Agropecuaristas australianos entraram na mesma loucura anti-China dos brasileiros. Perderam o mercado chinês que foi...para agropecuaristas americanos! Caíram no golpe, tolinhos (3/7)
Sobre o 7 de setembro: vencemos e Bolsonaro perdeu. Foi uma batalha, não a guerra toda, mas ele perdeu sim. Mobilizando toda sua base e com muito dinheiro para realizar o ato (de onde veio? É preciso apurar), mas a montanha pariu um rato sim (1/7).
Bolsonaro mobilizou pouca gente perto do alarde. Tentaram invadir o STF e o Congresso, mas os manifestantes *não conseguiram*. Com a esquerda acuada e tudo. A extrema-direita provou sua índole, mas também a sua incompetência (2/7).
E a esquerda tomou a blitz de ontem por medo. E mesmo assim, a militância foi pra rua. Um pouco mais de assertividade teria colocado mais gente ainda no Anhangabaú em São Paulo (3/7).
Um detalhe enigmático, que ainda precisa ser atendido, foram as condições especialíssimas que permitiram Moro fazer misérias na Lava Jato. Mas mais importante ainda é entender como ele caiu, não sem antes ter se desgastado com Bolsonaro (1/10).
Podemos realmente atribuir ao acaso das revelações do hacker que, depois, viraram a Vaza Jato. Ok, tudo bem. Mas há um ponto onde tudo, ao que me parece, começa a mudar. É quando a Lava Jato prende Temer e Moreira Franco (2/10).
Se a Lava Jato já era, por si só, uma construção bizarra que unia Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça Federal, com Moro no Ministério da Justiça, ela chega à Administração Direta -- em escala federal (3/10).