Estamos de volta pra falar do Misanthropic Division, dessa vez aqui no Brasil.
Vamos falar desse grupo que vira e mexe aparece em cidades grandes com faixas de exaltação a supremacia branca
A divisão brasileira do grupo neonazista Misanthropic Division (MD) foi criado em 2015 e conta com uma página em uma rede social russa com 183 membros. Além do Brasil, o MD tem células nos Estados Unidos, Canadá, Europa e Austrália.
Apesar de ser mais numerosa e ativa em São Paulo, há relatos de pequenas células de apoiadores no Rio de Janeiro e no sul do país.
Lembra do Batalhão Azov?
Um brasileiro, Rafael Lusvarghi, já lutou pelo Batalhão Azov na Ucrânia
Como mostra Starodubtseva, o ciberterrorismo borra os limites nacionais. Outro investigado recebeu treinamento tanto do Batalhão Azov quanto das forças armadas brasileiras, tendo servido na Base Aérea de Canoas, onde foi apelidado de Homem-Bomba por fabricar explosivos caseiros.
Myagkov mostra como o discurso da MD ressoa bem entre ultranacionalistas e racistas, já que o grupo frequentemente propagandeia superioridade etno-nacional, fazendo o que chamam de “aliança radical nacionalista”.
Além do discurso, a MD estabelece também algumas regras para seus membros viveram de acordo com seus ideais, tais como; andar sempre armado (facas, canivetes, bastões), esconder rostos e agir sempre em grupo.
É possível observar essas regras em várias fotos postadas por membros da MD Brasil, onde aparecem tanto com facas quanto com rostos cobertos ou por edição da imagem ou por máscaras e balaclavas.
Segundo eles, essa seria uma forma de “viver pela lei natural e criticar o mundo moderno”. Outra “lei natural” defendida por eles é a supremacia de “todas as raças brancas”, incluindo eslavos, e a descriminação de judeus e negros
Em maio de 2020, um casal membro do grupo, que fazia apologia ao nazismo abertamente em suas redes sociais, foi preso em São Paulo ponte.org/policia-civil-…
O MD incentiva seus membros a praticarem atos de lealdade ao grupo, que provem a coragem de seus membros. Um desses atos pode ser, por exemplo, a colagem de lambes lambes e pixações propagandistas do grupo
Outro possível ato foi a faixa supremacista branca pendurada em São Paulo em novembro de 2020. A edição das fotos publicadas na rede social russa de membros do MD Brasil é a mesma das fotos da faixa supremacista branca.
É possível que a faixa pendurada tenha tido colaboração de grupos skinhead white power, já que em algumas camisetas era possível ler “White Pride World Wide”, slogan skinhead white power
A relação entre a célula MD paulista e skinheads white power já é bem conhecida, MD, de forma geral, utiliza essas subculturas para recrutar.
É importante observar que esse grupo está organizado, inclusive internacionalmente, com grupos paramilitares armados. Descobrir quem são e quais são suas fontes de financiamento é uma questão de segurança pública.
Referências:
Polyakov, V ; Starodubtseva, M. Factors influencing motivation for terrorist activities being implemented with the use of information technologies in transboundary regions atlantis-press.com/proceedings/ic…
Miakov et al. Distinguishing Features of the Activity of Extreme Right Groups under Conditions of State Counteraction to Online Extremism in Russia muse.jhu.edu/article/727909
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Atomwaffen Division (AWD) é parte de uma constelação de grupos neonazista e aceleracionistas que foi fundada pelo estadunidense Brandon Russel em julho de 2015 no fórum neonazista Iron March.
O fórum Iron March, segundo o Southern Poverty Law Center, tem relação com mais de 100 assassinatos e era um porto seguro para neonazistas online se encontrarem e propagarem suas ideias.
Dando continuidade ao #MuteNoOdio edição Black Metal, vamos hoje falar da centralidade da figura do diabo na música e na sociabilidade da cena do Black Metal
A figura do Diabo tem sido muito citada no meio do rock e tem bastante importância. Temas satânicos foram capazes de mudar a cena do rock entre 1960 e 1970, com sucessos como “Sympathy for The Devil” dos Rolling Stones no final da década de 60.
Na mesma época surge o Metal como um gênero musical próprio, caracterizado por baterias e baixos pesados, guitarras distorcidas e um estilo vocal transgressor e macabro, com gritos e grunhidos. Dentro do Metal surgiram mais subdivisões; trash, speed, doom, death e black metal.
Então é a hora de falar da célula do KKK brasileira, aquela que apareceu colocando propagandas em Niterói em 2015
O primeiro indício de células da KKK no Brasil nos anos 2000 ocorreu em 2003, quando o dono do site “Imperial Klans do Brasil” foi detido. O site foi fechado e grande quantidade de material supremacista branco foi apreendido na casa do dono do site.
Ele alegava representar o Klan no Brasil, junto com outras três pessoas. Além disso, também contava com membros e apoiadores em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/f…
Bora falar então dos seguidores de Evola contemporâneos e acabar com essa bad trip que é o Tradicionalismo
Os evolitas brasileiros contemporâneos pesquisados geralmente se aproximaram do pensamento do autor a partir de interesses no que chamam de “ocultismo”, com interesses que variam entre budismo, hinduísmo, maçonaria e outros “conhecimento milenares”, como chamam.
Eles compartilham da ideia do autor de que a “nossa era é uma era de decadência” e os pontos positivos de Evola, para eles, seria a retomada positiva de uma ortodoxia do budismo.