Bora falar então dos seguidores de Evola contemporâneos e acabar com essa bad trip que é o Tradicionalismo
Os evolitas brasileiros contemporâneos pesquisados geralmente se aproximaram do pensamento do autor a partir de interesses no que chamam de “ocultismo”, com interesses que variam entre budismo, hinduísmo, maçonaria e outros “conhecimento milenares”, como chamam.
Eles compartilham da ideia do autor de que a “nossa era é uma era de decadência” e os pontos positivos de Evola, para eles, seria a retomada positiva de uma ortodoxia do budismo.
Além disso, também consideram a exaltação do Império Romano positiva e consideram que o passado é hierarquicamente superior ao presente, reforçando a ideia das Yugas e da “degeneração do mundo”.
Compartilham também uma admiração a hierarquia e aversão a valores igualitários, em alguns casos validando um sistema de castas, que teria grande valor espiritual, dividido entre Sacerdotes (casta superior), Militares (segunda casta),
Burgueses (terceira casta) e Trabalhadores (última casta). Trazendo o carácter anti-democrático de Evola para seu pensamento político
Frequentemente relatam “não se sentir parte do mundo” por “não gostarem do mundo moderno”. Se entendem "verdadeiros tradicionais", entendendo o tradicionalismo como uma personalidade estoica, que não é movido por paixões ou ideologias.
Se engajam em estudos do “ocultismo”, como chamam, e em reimaginar o “passado glorioso” a partir de feiras medievalistas ou prática de Artes Marciais Históricas Europeias (HEMA).
É importante ressaltar que nem todos participantes em feiras, HEMA ou “ocultistas” são evolistas
E que estes são uma minoria dentro desses grupos, mas que esses são espaços onde eles se sentem confortáveis e usam para recrutamento.
Outra aproximação de evolistas é de algumas facções da machosfera, sendo alguns evolistas parte desse ecossistema. É comum também encontrar olavistas e adeptos de outras teorias da conspiração no meio.
Neointegralistas também fizeram uma retomada do pensamento de Evola, como mostra Caldeira, a absorção das ideias de Evola e suas críticas à modernidade podem ser entendidas como uma nova roupagem do integralismo.
Mas o pessoal do @elcoyote_mag entrou em maiores detalhes sobre o encontro evoliano que ocorreu na UERJ em 2012 que até Dugin esteve presente, confere aqui
Então hoje vamos falar de um dos principais autores que a galera próxima do tradicionalismo gosta de ler: Julius Evola
Evola já apareceu aqui outras vezes, ele é bastante lido por diversos grupos de extrema direita, de integralistas a neonazistas revisionistas.
Julius Evola foi um autor e filósofo esotérico italiano do século XX, grande admirador de Mussolini e, ao mesmo tempo, crítico do regime fascista por este “não ser de direita o suficiente”
Então vamos pular já para as vestimentas.
Os coletes de couro são muito importantes para a subcultura dos Motoclubes 1%, é como uma segunda pele para quem veste, e não são transferíveis, eles devem ser "merecido", não comprado ou ganhado.
Vamos continuar o papo sobre Motoclubes 1% e sua ligação com a extrema direita
Hoje vamos falar de algo muito importante para manter a identidade coletiva esses grupos: seus ritos
Os rituais são de grande importância para motoclubes, sejam eles outlaw (1%) ou não. Os rituais de aceitação de um novo membro, chamado “batismo”, existem em quase todos os motoclubes, o que os diferencia são os atos praticados nesses rituais
Antes do batismo, porém, o ingressante passa por diversas etapas: checagem de histórico, apadrinhamento de algum membro antigo, período probatório e por fim é aceito.
Tinha me apegado ao icon com a bandeira LGBTQIA+, fiquei triste de trocar.
Para me animar, vamos falar do outro grupo neointegralista atuante no Rio que tem causado confusões recentes
Em 2018, bandeiras antifascistas colocadas pelo Movimento Estudantil em um dos campus da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) foram roubadas por um grupo neointegralista chamando "Comando de Insurgência Popular Nacionalista" (CIPN)
O grupo assumiu o ato através de um vídeo postado em redes sociais, onde colocavam fogo nas bandeiras e se apresentavam como parte da "Grande família integralista brasileira"
Chegamos no final da longa explicação sobre integralistas.
Agora que a gente já sabe a história dos integralistas, seus ritos, símbolos e ideologia, vamos ver quais são os grupos neointegralistas atuantes hoje na região metropolitana do Rio de Janeiro e o que eles já aprontaram
Hoje vamos falar sobre a Accale, ou Associação Cívica e Cultural Arcy Lopes Estrella, fundada em 2017 no estado do Rio de Janeiro.
Se apresentam como “uma associação nacionalista, antimarxista e antiliberal” e em sua página de facebook exaltam figuras como Salgado e Barroso.
A Associação parece seguir a ideia de formar um movimento social para uma “nova consciência" nacional”, como proposto anteriormente, e se utiliza de uma forma de organização já conhecida por integralistas no passado, os Centros de Cultura da Juventude.