Então é a hora de falar da célula do KKK brasileira, aquela que apareceu colocando propagandas em Niterói em 2015
O primeiro indício de células da KKK no Brasil nos anos 2000 ocorreu em 2003, quando o dono do site “Imperial Klans do Brasil” foi detido. O site foi fechado e grande quantidade de material supremacista branco foi apreendido na casa do dono do site.
Ele alegava representar o Klan no Brasil, junto com outras três pessoas. Além disso, também contava com membros e apoiadores em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/f…
Falamos semana passada sobre o Imperial Klans of America, grupo que parece ser ligado a célula brasileira tanto de 2003 quanto a de 2015, responsável pelos lambe-lambes de Niterói.
A pesquisadora @dias_adriana , uma das maiores pesquisadoras do país sobre grupos neonazistas, aponta que essa célula do KKK se formou em 2013, na mesma época que 5 neonazistas agrediram um homem em Niterói
Segundo @dias_adriana , a célula até 2019 continuava em atividade e contava com até 14 membros. Um forte indício de que ela continua ativa ainda hoje é a denúncia feita pelo PSOL do ataque neonazista a sua sede em Niterói em 2020
Não só o partido foi atacado, mas políticos do PSOL também sofreram ameaças de grupos neonazistas, como a vereadora Benny Briolly, primeira vereadora trans da cidade
Bora falar então dos seguidores de Evola contemporâneos e acabar com essa bad trip que é o Tradicionalismo
Os evolitas brasileiros contemporâneos pesquisados geralmente se aproximaram do pensamento do autor a partir de interesses no que chamam de “ocultismo”, com interesses que variam entre budismo, hinduísmo, maçonaria e outros “conhecimento milenares”, como chamam.
Eles compartilham da ideia do autor de que a “nossa era é uma era de decadência” e os pontos positivos de Evola, para eles, seria a retomada positiva de uma ortodoxia do budismo.
Então vamos continuar falando sobre o Evola e seu pensamento. Vamos explorar a questão dos yugas e das castas do pensamento antiliberal, anticomunista e fascista do autor italiano
Evola advoga pela existência de um "mundo metafísico superior", isso junto com uma grande valorização de hierarquias e cultura hindu, levou Evola a apoiar sistemas de castas. Inclusive uma concepção do tempo como dividida em castas, ou Yugas
O primeiro Yuga é a Era de Ouro, Satya Yuga, governada pela "casta superior" de sacerdotes. A partir da “degenerações”, como chama Evola, a Era de Ouro dá lugar a outras Yugas.
Então hoje vamos falar de um dos principais autores que a galera próxima do tradicionalismo gosta de ler: Julius Evola
Evola já apareceu aqui outras vezes, ele é bastante lido por diversos grupos de extrema direita, de integralistas a neonazistas revisionistas.
Julius Evola foi um autor e filósofo esotérico italiano do século XX, grande admirador de Mussolini e, ao mesmo tempo, crítico do regime fascista por este “não ser de direita o suficiente”
Bora falar então dos três porquinhos do Tradicionalismo: Bannon, Dugin e Olavo de Carvalho.
Vamos ver da onde surgiu as ideias desse guru do Bolsonaro e seus colegas
Bannon, ex-estrategista de campanha de Donald Trump, concedeu entrevistas a Teitelbaum. Nelas, ao abordar o Tradicionalismo, Bannon contou como descobriu o Tradicionalismo numa viagem para o Oriente e demonstrou bastante conhecimento sobre pensamentos de Guénon e Evola.
Apesar de não podermos chamar Bannon de tradicionalista, pelas ideias conflitantes entre Tradicionalismo e políticas populistas de extrema direita, é notório que essas ideias influenciaram o estrategista
Hoje a gente vai começar a falar sobre um movimento filosófico que faz o meio de campo entre Olavo de Carvalho, Steve Bannon e Alexandr Dugin: o Tradicionalismo.
É um tema um pouco confuso de início, por isso indico pra quem nunca tenha ouvido falar nada sobre que assista primeiro esse vídeo do professor Teitelbaum, da Universidade de Colorado, que escreveu um livro sobre:
Tradicionalismo, como descrito por Teitelbaum, é uma escola espiritual e filosófica alternativa, com um grupo eclético e pequeno de seguidores. É importante não confundir o Tradicionalismo, com T maiúsculo, com alguém “tradicional”, como usamos no senso comum.