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1/9 Como o DNA de terceiros já pode ser usado para resolver um crime?

O ex-policial Joseph DeAngelo foi preso nos EUA em 2018, cerca de 40 anos após cometer diversos crimes. De 1976 a 1986 ele praticou furtos, 50 estupros e 12 assassinatos – e vinha se mantendo no anonimato.

2/9 DeAngelo cometeu os crimes em Sacramento e Santa Bárbara, na Califórnia. Conhecido como “golden state killer”, ele sempre vestia shorts, camiseta, luvas e máscara. Invadia casas e amarrava seus moradores. Costumava estuprar a mulher, pegar objetos de valor, comer e fugir.

3/9 O FBI encontrou amostras do DNA de DeAngelo nas cenas dos crimes, mas nunca foi capaz de identificá-lo cruzando essas informações diretamente com os dados de sequência genética de milhões de pessoas com DNA já catalogado pelo FBI e pela Interpol.

4/9 Na última década, empresas especializadas descobriram como, a partir do DNA de uma pessoa, construir sua árvore genealógica com centenas de ascendentes e descendentes. Com 2 milhões de pessoas num banco de dados já é possível achar parentes de 3º grau de 99% dos americanos.

5/9 Laboratórios privados como 23AndMe e Ancestry.com já mapearam o DNA de milhões de americanos – mas os dados são confidenciais. Agora se a própria pessoa compartilhar o exame de DNA em sites que montam árvores genealógicas, os dados podem ser acessados pela polícia.

6/9 No caso DeAngelo, a polícia usou o site GEDmatch para achar parentes com DNA parecido com o do criminoso. Em seguida, eliminou quem não era homem, branco, nascido entre 1940 e 1960, com altura de 1,73m a 1,78m e não morava na Califórnia no período. Sobraram só 5 suspeitos.

7/9 Em abril de 2018 os policiais passaram a seguir os suspeitos e retiraram uma amostra de DNA da maçaneta da porta do carro de DeAngelo e depois pegaram outra amostra de um lenço que ele jogou fora. O DNA era igual ao deixado nas cenas do crime pelo “golden state killer”.

8/9 Desde 2018, mais de 70 casos já foram resolvidos nos EUA com a mesma técnica. No país há cerca de 100 mil casos arquivados de homicídios em que a polícia tem amostras de DNA dos criminosos e outros 650 mil casos de agressão sexual. Uma parte deles poderá ser solucionada.

9/9 O uso de DNA de terceiros levanta questões de privacidade. Os dados podem ser usados para capturar criminosos – mas também para um plano de saúde identificar e recusar atendimento a quem tende a ter Parkinson ou câncer, por exemplo.

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